12.19.2008

Reformas

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O Cenabeatnik está em reformas para melhor atendê-lo. Em breve, ele estará um tanto modificado.
Obriagado!

(É assim mesmo, não escrevi errado)

Enquanto isso, fiquem com o Baixacultura.

Leonardo

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12.10.2008

Jamaica Music

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Não sou daqueles que gostavam de reggae, mais pelo preconceito e estereótipos que o gênero me traz do que qualquer outra coisa. Mas eis que gente vai crescendo, os preconceitos vão diminuindo, a nossa paciência vai aumentando e, com ela, a sensação de que nada é tão simples nesse mundo - o que nos abre um sem caminho de portas para coisas que pouco tempo atrás a nossa cabeçadurice trancaria a sete chaves.

Vestido até os dentes com esse não-preconceito, digo que comecei a gostar de reggae e outros ritmos da Jamaica que nunca soube que existiam (ou nunca soube que existiam com tamanha qualidade) como o rocksteady, o ska e o dub. Parte dessa boa vontade veio desse post aqui, de autoria de meu amigo Reuben.

Ali está a indicação de um blog que é demais de bom para se conhecer os tais ritmos jamaicanos: You And Me On A Jamboree. Que, aliás, mais do que um blog, é uma festa e um podcast. Cada edição do podcast é sobre um ritmo da Jamaica, ou sobre uma fase específica da música da ilha do Caribe mais conhecida depois da do Fidel. Foi ali que escutei sobre o tal rocksteady, ritmo intermediário entre o ska e o reggae que durou alguns poucos anos do final da década de 1960, antes da explosão do reggae para o mundo.

É surpreendente como rocksteady é bom. Simples - guitarra, baixo, bateria, vocal e piano - e com toda a lerdeza malemolente que só a maconha faz com a música. E em sua maioria com letras românticas, pueris, tão simples quanto o ritmo, que lembram bastante aquelas dos primeiros anos do rock'roll

Mais surpreedente que saber que o Rocksteady é muito bom, é notar que, no blog, há vários discos do ritmo para baixar, assim como de outros tanto ritmos jamaicanos que só conhecemos através das esterotipadas que os grupos brasileiros dão na coisa.

Mas vá lá dar uma olhada no blog, ler sobre os artistas, escutar o podcast do ritmo à sua escolha. Por acaso eu escolhi o rocksteady e gostei, mas há vários outros que são passíveis de uma boa apreciação para ouvidos curiosos.

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12.08.2008

Good Times, Bad Times (4)

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Continuando a série, desta vez a resenha é de um show. Como muita gente deve saber, o Engenheiros do Hawaii é uma das bandas mais odiadas pela crítica musical brasileira. O motivo, não se sabe ao certo. Mas, a partir de início para meados da década de 1990, virou piada certa na crítica fazer troça do Engenheiros. E Humberto Gessinger até que não se importava; pelo contrário, sempre respondia com um senso de humor apurado, ironizando a tudo e a todos.

Vou colocar dois trechos que tratam do Engenheiros. Primeiramente, uma crítica de um show no Ginásio do Ibirapuera, em 1991. Quem escreveu foi André Forastieri, que fez a resenha do disco do Faith No More publicada aqui. Depois, vem uma "matéria" publicada em 1999 onde vários críticos da mídia nacional fazem perguntas irônicas para Gessinger, que respondo com o mesmo grau de ironia. Os dois textos foram publicados na finada Bizz, e eu achei eles na Comunidade da revista no Orkut.

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Engenheiros do Hawaii, Ginásio do Ibirapuera Julho de 1991

Como os leitores desta revista sabem, os Engenheiros Do Hawaii são simultaneamente o grupo predileto do público e o mais destacado pelos jornalistas, segundo o último Melhores do Ano. É uma situação engraçada, e que faz pensar. Será que o público é cretino? Ou os jornalistas são elitistas? Por que o verso "toda forma de poder é uma forma de morrer por nada" é inferior a "você diz que seu pai não te entende? mas você não entende os seus pais"? Alguém pode dizer por que catzo de razão os Engenheiros Do Hawaii se transformaram, para a crítica, num emblema de tudo que é ridículo e chato no rock brasileiro? Por que é OK tirar sarro do cabelo "paquita" de Gessinger, mas não cai bem gozar o bigodão bolerão de Renato Russo?

Foi caraminholando estas crucialíssimas questões que encarei um show dos Engenheiros no Ibirapuera. O Ibirapuera é por definição um saco. Lembra basquete e outros esportes detestáveis. E ver os Engenheiros não é minha idéia de diversão de sábado à noite. Sábado à noite é para ficar em casa vendo filmes e comendo pipoca. Ainda mais que isso, foi nem três meses depois do Rock In Rio, e o show do Ibira foi um repeteco do concerto no Maracanã: rock simples com um leve glacê progressivo, num desfilar de hits radiofônicos - aliás, na semana do show, três das dez músicas mais tocadas nas FMs de São Paulo eram dos Engenheiros.

Não gostei do show, ando sem a menor paciência para tudo que não seja metalizado. Agora, não tenho dezesseis anos, que é a idade média do público da banda, e olhando a coisa por olhos de adolescente não dá para negar que os Engenheiros são ótimos. O talento dos moços para confeccionar melodias pegajosas é do nível de Lulu Santos e Guilherme Arantes. A isso, some a imagem de "último dos independentes" da banda, a boa guitarra de Augustinho, as letras Caetanovelosófilas de Gessinger e uma visão sofisticada, literata, do que é rock no Brasil. O mix funciona. Vende muito e, mais do que isso, é respeitado por quem interessa, o público.

Críticos maria-vai-com-as-outras talvez preferissem que o público ouvisse exclusivamente as bandinhas underground de seus amigos ou, melhor ainda, que a garotada só escutasse bandas estrangeiras e ignorasse esse cafonérrimo rock nacional. Não, não é assim que funciona, coleguinhas. Os Engenheiros são bons paca no que fazem e, salvo acidentes de percurso, Humberto Gessinger se tornará nos próximos anos a maior ameaça ao trono de Roberto Carlos. Quem não gostar que vá reclamar com o bispo.

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Um caso de "amor": Gessinger e a imprensa

Pedimos a alguns críticos que fizessem uma pergunta a Humberto Gessinger. Veja abaixo por que ainda rola um clima "Kosovo" nessa relação:

Depois de lançar dez discos, o que ainda te leva a correr os riscos dessa infinita highway do pop nacional?
Thales de Menezes (Folha de S.Paulo)
Tocar contrabaixo.

Você acha que teria feito algo diferente caso fosse um "queridinho da crítica" e tivesse a obrigação de manter essa expectativa?
Jaime Biaggio (colaborador da SHOWBIZZ)
Achar que o artista escolhe o que vai fazer é ilusão. A gente é prisioneiro da nossa arte.

Por que vocês nunca mais conseguiram produzir nenhuma grande música pop como "Cidade Em Chamas", "Infinita Highway" e "Toda Forma De Poder"?
Marcelo Janot (Jornal do Brasil)
As pessoas romantizam aquele período. As pessoas são muito preguiçosas em procurar pérolas onde elas não estão explicitamente mostradas.

Você não acha uma injustiça nenhuma música dos Engenheiros ter sido incluída no disco Clássicos Do Sul, de Kleiton & Kledir, que reivindicam um lugar para a música típica do Rio Grande do Sul junto à moderna MPB?
Silvio Essinger (Jornal do Brasil)
Ainda não escrevi meus clássicos. Concordo com o que Kleiton & Kledir falam a respeito da música gaúcha, mas agora estou bem mais desesperançado. Rola um estranhamento muito grande em relação à cultura gaúcha no resto do país.

Você tem mais de cinco discos de rock em casa?
Alvaro Pereira Jr. (Rede Globo)
Do que chamam de rock'n'roll puro, não devo ter. Mas de rock progressivo, e seus subprodutos, eu tenho mais de 500.

Após show no Hollywood Rock de 1993, uma assessora tentou sem sucesso fazer as pazes da banda com os jornalistas de São Paulo. Essas rusgas com a imprensa paulista já acabaram?
Fernando Souza Filho (Rock Brigade)
Espero que ainda existam. Quanto mais a gente incomoda, significa que a gente ainda está ocupando espaço.

Os Engenheiros Do Hawaii sobreviveriam sem o messianismo que os caracteriza?
Pedro Alexandre Sanches (Folha de S.Paulo)
Não seria Engenheiros Do Hawaii sem messianismo.

Nos últimos quinze anos, a evolução do agrobusiness tem sido maior do que a da estética do rock gaúcho. Você nunca pensou em se dedicar à pecuária, atividade mais lucrativa do que a de roqueiro?
Luís Antônio Giron (Gazeta Mercantil)
Acho que vou editar os livros que o Giron escreve. Aí sim eu vou fazer dinheiro.

Você se acha um bom letrista ou você é um cara-de-pau?
Sérgio Martins (Época)
Eu sou um bom letrista.

Por que vocês não conseguem repetir o sucesso de dez anos atrás, como é o caso do Barão Vermelho, Titãs e Paralamas?
Marcos Filippi (Jornal da Tarde)
Acho que de repente o que a gente canta não está interessando tantas pessoas, mas isso não posso mudar.

Dizem que você se tornou o Oswaldo Montenegro do rock. Você concorda?
Jotabê Medeiros (O Estado de S.Paulo)
Oswaldo Montenegro do rock? Não. Acho que ele é multimídia e eu não sou.

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12.01.2008

Good Times, Bad Times (3)


Depois de alguns meses, retomo aqui a seção de resenhas clássicas de disco igualmente clássicos (ou não). Nessa terceira parte, vai o baita texto de Emerson Gasperin - editor da Bizz na virada dos 90 para os 00, morador de Floripa e atualmente editor do blog Fancaria, dentre outras coisas - sobre Issues, cosiderado um dos melhores discos do Korn. A resenha foi publicada na Bizz de fevereiro de 2000, época tomada pelo new metal de bandas como Limp Bizkit, Deftones e o próprio Korn. Felizmente, uma época que se foi.

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Bicho estranho, este tal de novo metal. Para fugir dos estereótipos do gênero, os caras foram limando tudo que remetesse aos áureos tempos do passado. Os cabelos perderam comprimento (os que continuaram longos ganharam opções além do corte pigmaleão dos anos 80), as letras deixaram de abordar lendas medievais e diabinhos para falar de dramas psicológicos ou das mazelas da atualidade, o figurino de lycra colante foi trocado pelas últimas tendências da moda.

Em
Issues, seu quarto disco, o Korn vai além e cria o metal sem metal, o metal em que é impossível bater cabeça. Ou melhor, até dá para "quebrar" o pescoço, mas apenas durante os segundos em que os riffs pesados dominam cada música. A maioria das faixas segue o pouco criativo método Korn de composição: começo com paredes de baixo e guitarra que ruem subitamente para que a voz fraquinha de Jonathan Davis consiga aparecer, como em "Trash", "Beg For Me" ou no primeiro single, "Falling Away From Me". A exceção é "Counting", a melhor do disco, não por ser boa, mas por ser a única pesada do início ao fim - nada que o Faith No More não fizesse com mais categoria e bom humor. Mas é em "4 U" que fica evidente a falta de traquejo dos caras do Korn para com o metal. É uma balada medíocre, quando até os parafusos que apertam os captadores da guitarra de Nuno Bettencourt (aquele gajinho do Extreme) sabem que banda de metal que se preze não passa sem uma balada matadora.

Assim, ao final de
Issues, dá saudade da época em que os metaleiros faziam questão de serem alienados e de se vestirem com os trajes mais estapafúrdios. Hoje, todo mundo é consciente e fashion - e a pose só aumentou. Esse troço disforme em que se transformou a música agressiva também dá saudade de Eddie, o monstro do Iron Maiden. Pelo menos nele era fácil identificar onde ficava a bunda para dar um belo chute.
Emerson Gasperin

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11.29.2008

Pérolas Videoclípticas (20): Radiohead, Life in A Glasshouse

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"Life in A Glasshouse", música do álbum Amnesiac de 2001, é uma prova da diversidade do Radiohead: uma balada sem guitarras nem efeitos eletrônicos, só piano, voz, bateria e uma maravilhosa sonoridade jazz de New Orleans algo mórbida, a cargo de um clarinete, trombone e trompete, esse último tocado pelo jazzista Humphrey Lyttelton.

Dada a essencial participação dos convidados, a música só foi reproduzida ao vivo uma vez, no excelente programa Later.. with Jools Holland, justamente no vídeo que abre este post. Humprey e sua banda estão lá, como no disco, improvisando adoidados sobre a melodia da música, enquanto Johnny Greenwood assume o piano, Phil Selway a bateria e Thom Yorke o vocal. O resultado é lindo de se ver e ouvir.

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11.27.2008

Radiohead no Brasil

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Pra comoção indie nacional:


Radiohead confirma shows no Brasil em março

Grupo inglês fará apresentações no Rio de Janeiro e em São Paulo dentro do Festival Just a Fest.

Novembro de 2008 – Confirmado. O aguardado grupo inglês Radiohead faz dois shows no Brasil em março de 2009. As apresentações farão parte do festival Just A Fest, que acontece no Rio de Janeiro no dia 20 de março, na Praça da Apoteose, e em São Paulo, na Chácara do Jóquei, em 22 de março. O festival contará ainda com a participação de outros grupos, que serão anunciados em breve.

O Radiohead apresentará aos fãs brasileiros o show de sua turnê do álbum In Rainbows. O Festival Just A Fest será realizado pela Planmusic Entretenimento, em parceria com MCT Brasil Produções e Brasil 1 Entretenimento.

Sobre a venda dos ingressos

Os ingressos para os shows começam a ser vendidos pelo site www.ingresso.com a partir das 00:00h do dia 05 de dezembro 2008

Em São Paulo, também será possível comprar ingressos, a partir das 9:00h do dia 5 de dezembro, nas bilheterias do Estádio do Pacaembu – Rua Prof. Passalaqua, s/n - ao lado do portão 24.

No Rio de Janeiro os ingressos estarão também disponíveis, a partir das 9:00h do dia 5 de dezembro, na bilheteria 1 do Maracanãzinho – Prof. Eurico Rabelo – próximo a estátua do Bellini.

Serão disponibilizados 35 mil ingressos para Rio de Janeiro e 30 mil ingressos para São Paulo.
A censura do evento é 16 anos.

O telefone do SAC é 021 30 35 76 21 - atendimento@ingresso.com.br.

Setores disponíveis e valores dos ingressos:

Dia 20/03/09 – RIO DE JANEIRO – Praça da Apoteose
PISTA E ARQUIBANCADA– 35 mil ingressos
Inteira ……………….R$ 200,00
Meia/Estudante………….R$ 100,00

DIA 22/03/09 – SÃO PAULO – Chácara do Jóquei
PISTA – 30 mil ingressos
Inteira ……………….R$ 200,00
Meia/Estudante………….R$ 100,00

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A confirmação dos shows consta no site da banda. Lá, há também um anúncio de show para a Argentina, sem confirmação do lugar nem de data. Mas é bom de ficar de olho porque, para nós sulistas interioranos, pode ser mais em conta ir para Buenos Aires do que para São Paulo. Se o ingresso for mais barato então, nem se fala.

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Para quem frequenta este blog, o Radiohead não precisa de apresentação. De qualquer forma, fiz um post sobre eles, colocando-os como "a grande banda do nosso tempo", mais pelo fato de que eles sabem como nenhuma outra banda se adequar as características comerciais/artísticas do nosso tempo. Nesse post aqui tem o último clipe deles, feito com lasers (!), o que comprova a minha tese.
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11.20.2008

Nova dos Beatles

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E sim, ainda existe música inédita dos Beatles, mesmo que nesses tempos de internet o ineditismo seja bastante relativo.

A música se chama "Carnival of Light" e foi gravada em 1967, na mesma seção de "Penny Lane". É uma faixa experimental, quase 14 minutos de overdubs, ruídos e sons aleatórios, com Lennon e McCartney gritando frases sem sentido como "Barcelona!", ou "Are you alright?". Ainda há um solo de guitarra bastante distorcida, um orgão de igreja, uma bateria hipnótica e vários "efeitos especiais", como gargarejo(!).

Segundo a Rolling Stone, McCartney quer lançar a música. Para isso, ele precisa do aval de Ringo e das esposas de John e George, Yoko Ono e Olivia Harrison, respectivamente. Segundo o verbete sobre a música na wikipédia, Paul já havia tentado lançá-la no Anthology 2, em 1996, mas George rejeitou por ela ser "música de vanguarda", algo que ele não gostava(?).

Aqui e aqui há mais detalhes sobre "Carnival of Light". Há uma outra versão da música circulando na rede que não é feita pelos Beatles; provavelmente, é a que irá aparecer quando você procurar no Google ou no Youtube. Reza a lenda que existe uma versão menor, com menos de 2 minutos, circulando em peer-to-peers; se alguém achá-la, me avise.

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11.16.2008

Batalha de bandas

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Eu já tinha visto um vídeo no youtube com uma baita montagem animada só com capas de disco, mas não lembrava o nome; o Marcelo tratou de me lembrar e eu coloco aqui abaixo, como um complemento tardio ao post anterior:

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11.11.2008

Caras de disco (3)

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Mais uma edição trazendo imagens de pessoas encenando capas de discos conhecidos:















Tiradas daqui, daqui e daqui.

P.S: Alguém sabia que o John Travolta tinha lançado um disco solo?

11.06.2008

Milagre!

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Com pré-venda, anúncio de "O mais aguardado de todos os tempos", vídeo promocional no Youtube e anúncio de lançamento mundial em 23 de novembro - no Reino Unido, está marcado para o dia 24, não me pergunte porquê. Será que alguém ainda espera com ansiedade pelo disco?

De qualquer maneira, virou um fenômeno tão inexplicável esses 13(!!) anos de espera para o lançamento que vale até a pena dar uma escutada. Nem que seja para comprovar o óbvio: que o disco é uma bela duma merda.


Via Trabalho Sujo
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11.05.2008

Obama

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Melhor do que falar é mostrar essa imagem de Sarah Obama, vó paterna de Barack.
Daqui.

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10.31.2008

Rádios (1)

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Algumas boas rádios via web que recomendo:

_ FM Urquiza;
Rádio argentina (de Buenos Aires) especializada em jazz. Tem para todos os tipos de jazz, do dixieland ao be-bop, do cool ao fusion, do free-jazz à Nina Simone, do ragtime ao jazz latino. Comentários entre as músicas trazem informações interessantes sobre a programação de jazz na capital portenha; curiosidades sobre a cidade são o tema do quadro "Mosaicos Porteños", às 13h, de segunda à sexta. Destaque para o programa "La Guagua", de José Luiz Ajzenmesser, das 15 às 16h, de segunda à sexta.

_ Ipanema FM;
Rádio tradicional de Porto Alegre, das únicas que ainda mantêm a qualidade na programação. É por natureza eclética: tem rap, pop, rock, funk, soul, eletro, nativista... Destaque para os programas "Suburbia" (domingos, 21h), que toca muita coisa boa nova e antiga, seja ela rock, eletrônica ou punk, apresentado pelo competente jornalista Marcelo Ferla; "Música da boa" (sábados, 9h), que toca os grandes clássicos da música gaucha, de Teixerinha à Mano Lima; e a programação de segunda à sexta pela manhã, entre 8h e 13h.

_ Unisinos FM;
Rádio da Universidade do Rio dos Sinos, com sede em São Leopoldo-RS. A programação é focada no rock, com ênfase para bandas novas nacionais e internacionais. O destaque da programação é as noites de segunda à sexta, às 22h, sempre com programas diferentes (como o Superbacana, às segundas, que apresenta um disco clássico da história do rock'roll).

_ BBC Radio One;
Uma das diversas rádios da BBC, empresa de comunicação estatal britânica. Nessa, o foco são as novidades musicais - sejam elas inglesas, ou não - com destaque para o sempre bom rock britânico e o pop. Além, é claro, do forte sotaque britânico na locução.

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Por momento é isso. Outra hora falo de mais rádios, e também de alguns bons podcasts. Dicas são muito bem recebidas.

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10.29.2008

Pérolas Videoclípticas (19): Noil, Mallu Magalhães

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Fiquei devendo no último post um vídeo de "Noil", da Mallu Magalhães, então aí está. É mais um capítulo da impressionante saga da guria. A canção é apontada por muitos como a melhor dela, e eu concordo. A carga melancólica e emocional da música é tão profunda que fica difícil crer que foi Mallu, com seus recém feitos 16 anos, que a compôs.

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10.23.2008

Virou fenômeno mesmo

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Escrevi o primeiro post sobre a Mallu Magalhães em 27 de janeiro desse ano, motivado pela ebulição em torno dela que se dava na época. Veja só como que era parte do texto:

"
Esta simpática garotinha se chama Mallu Magalhães, tem 15 anos, e chamou atenção do público paulista dias atrás. Motivo: ela fez o show de abertura da incensada banda Vanguart. Muitos dizem que o show da guria foi melhor que a da banda principal. Outros já estão comparando a moça com a inglesa Lily Allen, como se Mallu fosse uma versão sem drogas nem álcool da inglesinha, que, aos 22 anos, anunciou que está grávida.

Mas, bem, o que Mallu toca afinal? Um pop-rock com pitadas de folk, com canções em inglês e português. Para sua idade Mallu até que canta bem; as composições também são interessantes. Numa palavra: a guria é promissora.


"
Claro que as comparações com Lily Allen, assim como com Juno, só surgiram na ânsia de querermos comparar com algo já conhecido o que ainda não é. Mas veja bem: isso foi escrito no final do primeiro mês deste ano, quase 9 meses atrás. Não parece muito mais tempo?

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Nesse quase 9 meses, as músicas de Mallu multiplicaram-se, junto com sua fama e sua conta bancária - com direito a música em comercial de operadora de celular, indicações para prêmios da Multishow e da MTV, participação em programas de televisão dos mais diversos, matérias nas capas dos cadernos de cultura dos principais jornais do país e parceria com Marcelo Camelo em Janta, do novo disco do hermano (que aparece junto dela no desenho logo acima, feito pela própria Mallu).

Mallu virou fenômeno, midiático e musical. Até transformou-se em "Case" na música brasileira desta década: de apenas quatro músicas no My Space e abrindo shows pro Vanguart ela pulou pra "grande revelação da música brasileira do ano", com direito à convite de grande gravadora (recusado) e gravação do 1º disco com Mário Caldato Júnior, produtor de gente como Beastie Boys, Jack Johnson, Bebel Gilberto, Marisa Monte e Seu Jorge.

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Quer saber como se deu alguns detalhes dessa ascenção vertiginosa de Mallu no meio musical brasileiro? Leia aqui um excelente perfil dela, escrito por Armando Antenore e publicado na Revista Bravo.

O que eu resumi em um parágrafo ali tá tudo explicadinho, com direito à apresentação dos personagens que giram em torno de Mallu, como o seu pai, Dudi, 47 anos, músico frustrado e engenheiro civil; Mané, 18 anos, melhor amigo de Mallu e "facilitador" da moça; Jorge Moreira, 41 anos, dono de estúdio que virou baterista da banda que a acompanha; e Rossato, 34 anos, ex-guitarrista da Bide ou Balde, publicitário e atual empresário dela.

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Mallu, sua banda e o produtor Mário Caldato (batizado de "marioca" pela moça)


Mallu já terminou de gravar seu primeiro disco, que foi produzido de forma independente, com o dinheiro que ela ganhou daquela operadora de celular. Como consta nesta matéria do O Dia online, ela escolheu gravar com aparelhos analógicos, expediente comum àqueles que querem dar uma roupagem "antiga" em seu som.

O disco ainda não teve seu lançamento oficial confirmado. Mas como não poderia deixar de ser, algumas músicas estão disponíveis no Myspace dela. E resenhas já andam saindo sobre ele: essa aqui saiu na mesma Bravo do perfil acima, escrito pelo competente jornalista José Flávio Júnior.

Eu ainda não escutei o disco inteiro, nem o achei para baixar (quem souber de link, avisa). Mas pelas músicas que escutei, dá para dizer que é coisa boa. Noil, citada na resenha da Bravo como a "mais impactante das 14 [duas em português, o restante em inglês] registradas no début", é bastante impressionante; lenta, arrastada, melancólica e muito boa, tudo muito surpreendente para uma moça de 16 anos.

Quem quiser escutar algumas das já mais de 40 (!) músicas que Mallu compôs, pode clicar aqui; muitas estão em versão ao vivo, mais toscas e incompletas que o registro em estúdio, mas valem uma audição. Aqui abaixo tá o clipe oficial de Tchubaruba, dirigido por Macau Amaral.



Créditos fotos
1, 2, 4: myspace/mallumagalhães
3: Revista Bravo

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10.20.2008

Espelho Cristalino

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Quando falavam de Alceu Valença, me vinha a imagem caricata do tiozinho cabeludo, de chapéu de cangaceiro, cantando um forró que nunca me interessava porque não me dizia nada. Um preconceito que eu não fazia questão de perder.

Mas eis que me cai em mãos - literalmente -o cd "Espelho Cristalino", com capa feita de xerox e gravado em CD-R. Não precisou nem de duas escutadas no disco inteiro para conseguir gostar; na 2º música fiquei arrepiado e na 5º de novo. E arrepio pra mim é atestado de qualidade indiscutível, que seleciona com incrível precisão o muito bom do apenas bom.

Gostei tanto que tive de escutar de novo. E de novo, dessa vez em MP3 e num som melhor que o dos auto-falantes pobres do notebook. E de novo, no MP3 player. E de novo, quando, com a pilha recarregada, fui escolher dentro do 1G disponível aquilo que queria escutar em viagem à Florianópolis. E depois de dois dias sem escutar o disco, resolvi escutar de novo; ainda desta vez, consegui me arrepiar quando do começo da faixa 5, "Espelho Cristalino" como o nome do disco.

E para escrever esse texto, escutei de novo e me arrepiei de novo. Pelo menos agora já cantarolava alguns trechos da letra, principalmente o refrão: " Mas eu tenho meu espelho cristalino / que uma baiana me mandou de maceió / ele tem uma luz que alumia / ao meio-dia clareia a luz do sol".

Como nos melhores discos de nossa discografia particular, não tem muita explicação o fato de eu ter gostado tanto do disco. O certo é que o preconceito, neste caso, ajudou.

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Feito o relato, as informações: "Espelho Cristalino" é o 3º disco solo de estúdio produzido por Alceu Valença. Foi lançado em 1977, cinco anos depois da estréia em disco do pernambucano, ao lado do conterrâneo Geraldo Azevedo no intitulado Alceu Valença & Geraldo Azevedo. É considerado por muita gente como um dos melhores discos da safra de compositores nordestinos que inclui ainda Zé Ramalho, Elba Ramalho, Geraldo Azevedo, Belchior, Lula Côrtes e Fagner.


Zé Ramalho, Alceu Valença e Lula Côrtes defendendo "Vou Danado pra Catende" no festival Abertura, de 1975.


A mistura de sons regionais, como o baião, coco, embolada, forró, com sons mais "universais", como o rock e o folk, é a tônica de Espelho Cristalino, tanto nas letras com referências ao folclore local (o refrão da faixa-título, por exemplo, pertence a uma cantiga do folclore alagoano) quanto no uso de instrumentos populares na região, como a sanfona, a flauta e a viola nordestina.

Com apenas oito músicas, hoje o disco é considerado clássico; na época, não teve muita repercussão, como o próprio Alceu Valença comentou no festival Virada Cultural deste ano, quando foi chamado para tocar, na íntegra, o próprio Espelho Cristalino.

Abaixo, as faixas e um link para download do disco.


1. Agalopado (Alceu Valença)
2. Maria dos Santos (Don Tronxo - Alceu Valença)
3. Anjo de Fogo (Alceu Valença)

4. Veneno (Rodolfo Aureliano e Alceu Valença)
5. Espelho Cristalino (Alceu Valença - refrão folclore alagoano)
6. Eu sou Você (Alceu Valença)
7. A Dança das Borboletas (Alceu Valença e Zé Ramalho)

8. Sete Léguas (Alceu Valença)

Link para baixar (cortesia daqui, onde tem toda a discografia de Alceu para baixar).


Foto retirada daqui.
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10.16.2008

Baixa Cultura

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Depois de um mês de testes (antecedendo, claro, meses e meses de testes que virão), cooptação de mão-de-obra htmlística e reuniões editoriais etílicas em Florianópolis, o BaixaCultura está oficialmente no ar nesse endereço:

http://baixacultura.org

Colo abaixo a apresentação do site para ilustrar a idéia do projeto:

BaixaCultura?

"Journalism is about human reaction and criminal enterprise". (Warren Ellis, Transmetropolitan.)

Jornalismo cultural voltado para produtos que podem ser consumidos (apreciados, fruídos, curtidos mesmo) na rede.

A vasta discussão em torno das possíveis e impossíveis mudanças na forma de se praticar (fazer, distribuir, consumir) cultura após a popularização das mídias digitais também nos interessa, e muito.

Você sabe: Download. Pirataria. Copyleft. Produção Independente. Contra-Indústria. Todas essas coisas que ajudam a construir uma cultura anárquica e gratuita (ou, no mínimo, mais acessível).

BaixaCultura
é editado por Leonardo Foletto e Reuben da Cunha Rocha. Mas, como não podia deixar de ser, ele está (bem) aberto para colaboração.

A última atualização é a matéria semi-investigativa Cortando o barato, sobre a retirada do ar do saudoso blog de música brasileira Som Barato. Ali estão, também, alguns detalhes sobre quem retirou da rede o blog e baseado em que essa decisão foi tomada.

Aguardo o pessoal por lá também.

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10.13.2008

Cartola Blues

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Nesses últimos dias, muito se falou de Cartola, que completaria 100 anos no último sábado, 11 de outubro. Que o cara é um gênio da música brasileira creio que não há dúvida. Mas eis que vejo uma boa pauta para conversa de bar: Cartola foi no Brasil o único equivalente aos pioneiros do blues do Mississipi.

Quem trouxe a interessante comparação é o Bruno Galera em seu blog. Para ler o post, clique aqui.

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10.10.2008

Nostalgia

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J
á disseram em comentários que nostalgia era o que esperavam deste blog. Nunca parei para pensar se a nostalgia (a minha, no caso) era o principal "valor-notícia" para escolher o que postava por aqui, mas de uns tempos pra cá tenho levado ela mais em consideração. Talvez seja a idade chegando, e com ela a constatação de que a falta de sons que me agradem hoje só pode ser compensada pela escuta de sons de épocas anteriores, especialmente de bandas que já ouvi bastante e que me trazem lembranças.

Na verdade, o aparente desagrado com a "música de hoje" só pode ser explicado pela comparação inevitável que o sentimento nostálgico cria entre o que é feito hoje e o que já escutei, com evidentes vantagens para aquilo que já escutei. É como ouvi certa vez: somos escravos de nossa adolescência, no que diz respeito à gostos musicais. Por mais que hoje goste de inúmeras outras coisas que nem sabia que existiam na época da descoberta, ainda é demais prazeroso ouvir um disco dessa época; as lembranças das situações, dos locais onde estava quando colocava o CD no micro sistem, ou quando sentado no sofá da sala via o clipe através da chuvisqueira que era a MTV na tv da minha casa, todas essas situações com altas cargas emocionais vem somadas e mutiplicadas na escuta de discos daquela época. O resultado é que, se a música já era considerada boa naquela época, para ela sempre a será . Nem que o ouvido de hoje considera ela pobre, mal tocada e simplória, não é esse lado racional de julgar a música que está em jogo, mas a questao emocional - que, afinal de contas, é o que deveria valer quando se trata de arte, não?

Acho que agora posso dizer que entendo os revivals.

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Esse sentimento nostálgico, que ao mesmo tempo complica a minha crítica e apreciação da música que é produzida hoje por sempre comparar com àquela produzida antes, também facilita na questão do contextualizar. Quando pego para escutar um disco de bandas como Radiohead ou Raconteurs, por exemplo, o que me faz gostar delas, e até mesmo entender o porquê de seu relativo sucesso em público e crítica, é justamente o que chamarei aqui de "captar o espiríto dos nossos tempos": revisitar sons antigos com uma roupagem que absorve as características caóticas da música que se faz hoje. Algo que, na bendita academia falada no post anterior, seria quase como "fazer o dever de casa", e, a partir daí, colaborar com algo novo que só o talento de cada um pode dizer do que se trata.

Aliás, é justamente a misturança de tudo com tudo, e a quebra de preconceitos quanto à isso, que provavelmente seja a principal característica da música hoje. Recriar, reciclar, remixar com criatividade o mundo de coisa que já se produziu até aqui na música, somando à isso o talento de cada um de absorver o "espírito do nosso tempo": talvez seja essa a única máxima possível de se afirmar como regra para se fazer música relevante hoje.


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Eu comecei esse post com a fixa idéia de falar do Television (foto acima), banda que fez parte de minha adolescência a partir da leitura do Please Kill Me (Mate-me Por Favor) ainda na edição da capa laranja da editora L&PM.

Marquee Moon
é ainda uma das melhores músicas (e discos) que escutei na vida: tá ali o duelo de guitarras típico do som do Television, a melodia linda e viajante que não fazem cansar os mais de 9 minutos da música, a letra com fortes influências do estilo da poesia beat, tudo numa mistura de estilos musicais que não dá pra definir com rótulos muito claros -embora costumem considerar o Television como uma banda punk, mais pelo contexto de criação da banda (início da década de 1970, sendo que o primeiro disco, o Marquee Moon, só saiu no mítico ano de 1977) do que pelo som , que em pouquíssima coisa lembra bandas baluartes do punk como Sex Pistols, Ramones e The Clash.

Enfim, aí vai um vídeo da música Marquee Moon, em um versão ligeiramente diferente da original, lançada no disco de mesmo nome...



E See no Evil, música que abre o primeiro disco, aqui em versão ao vivo em 2002, num show com a formação clássica : Tom Verlaine (guitarra e voz), Richard Lloyd (guitarra), Fred Smith (baixo) e Billy Ficca (bateria).

(se caso não der para ver o vídeo aqui no blog, clique aqui).

Link para baixar o Marquee Moon (1977)
Link para baixar o Adventure (1978)

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P.S: Se alguém não entendeu o porquê do Television estar no livro Mate-me Por Favor, recomendo entrar aqui e comprar a versão pocket da mesma L&PM, em dois volumes. A antiga edição, em um volume só, está esgotada faz tempos.

P.S2: O nome do livro se chama Please Kill Me em homenagem à uma camiseta usada pelo primeiro baixista e vocalista do Television, Richard Hell, que saiu em 1975 para seguir em carreira solo à frente do Voidoids. Hell é, talvez, o símbolo original do punk, menos famoso porém mais original que o símbolo mais conhecido do movimento, Sid Vicious. É dele um dos maiores clássicos da época: Blank Generation, ou "geração vazia", nome do primero disco da banda, o desta capa aqui.

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10.07.2008

Back to the blog

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Tive uns dias afastado da possibilidade de atualização do blog, principalmente devido a uma série de compromissos acadêmicos estressantes que me consumiram por mais tempo que o desejado. Ficava tanto tempo em frente ao computador envolvido com essas coisas que, quando tinha folga, o que menos queria era ver um computador na minha frente.

Além de estressantes, eram compromissos um tanto quanto inúteis, se não estivesse falando do mundo a parte que é a chamada "academia", com todas as suas regras esdrúxulas e massacrantes. Mas isso não vem mais ao caso, até porque no momento estou indissociavelmente ligado à este pequeno mundo, então...

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Durante esse tempo ausente - a última atualização faz 11 dias, quase um recorde no blog - muita coisa aconteceu. Boa parte dessas "muitas coisas" me fizerem querer postar algo no blog. Mas como hoje essas coisas já estão até velhas, vou resumi-las em algumas poucas linhas. Talvez até escreva mais à respeito no decorrer da semana.




O post que fiz em homenagem ao Fausto Wolff ganhou a primeira página do O Lobo, "O Pasquim de Fausto Wolff e amigos". Valeu Scharlau pelo comentário e indicação, e aos que comentaram no post, como a Thaís, o Ben-Hur e o David Santos.




Um dos raros que frequentam esse blog e comentam sobre ele, mesmo que via msn, o Marcelo De Franceschi me falou de um vídeo que a Converse fez sobre os 100 anos do All-star. Como um dos caras que participam do vídeo é o Julian Casablancas do Strokes, ele me sugeriu como gancho também falar do trabalho da banda nova do Rodrigo Amarante, a Little Joy, que tem a participação de outro stroke, o baterista semi-brasileiro Fabrízio Moretti. Não consegui falar nem de um, nem de outro. Mas a Elisa, colega de profissão e de blogosfera, fez um comentário sobre o vídeo e o tênis.



E sobre as músicas da Little Joy, muito se comentou na blogosfera. Quase sempre, tendo como contraponto às opiniões sobre o disco do Marcelo Camelo, recém lançado. Falou-se que as músicas novas do trabalho do Amarante dão de relho nas do Camelo. Eu já não concordo muito não, mas gostei um monte das faixas que tão no Myspace deles - principalmente a Brand New Start, grudenta e muito agradável de se ouvir. Mas o Matias escreveu um post mais interessante que esse meu, então, se quiserem, façam suas próprias comparações entre os novos trabalhos dos dois ex-hermanos.



De álbum novo também tá o Oasis, "Dig Out Your Soul", esse da capa acima.

Hoje em dia não escuto mais a banda, pelo menos não tanto quanto em meados da década passada. Foi a 2º banda de quem comprei disco, depois do Pearl Jam. O escolhido na época foi o Be Here Now, que nem é considerado um dos melhores discos do Oasis, mas é o que me apresentou a banda e como tal sempre vai ter um lugar entre os melhores para mim. Para se ter uma idéia, na época eu nem sacava ainda das onipresentes referências aos Beatles, como na "nave amarela" do hoje clássico clipe de All Around the World, uma das poucas músicas em inglês que até hoje me lembro da letra. Dá uma olhada :


Mas dizem que o disco novo tá bem "diferente", que tem mais composições do Liam (vocalista, irmão de Noel, este sempre o compositor principal), que tá melhor do que os dois últimos mas também não tão bom quanto os dois primeiros - o que seria pedir demais. Enfim, dizem muita coisa; melhor mesmo é ir lá no Myspace da banda e escutar o disco na íntegra, como eu vou fazer depois desse post. O que dá para dizer sem erro é que mesmo um disco ruim do Oasis é melhor que muita coisa incensada hoje.

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Atualização 8/10:

Meio que honrando sua citação no post acima, o Marcelo tratou de colocar os links para download do novo disco do Oasis, bem como de um disco bônus, nos comentários desse post. Para facilitar, os links são esses aqui abaixo:

Link do novo do Oasis - CD bonus.

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9.26.2008

Buffalo

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Consultando o arquivo de posts do blog, me surpreendi com uma notável ausência: o Grant Lee Buffalo. Já havia feito um post comentando o primeiro e melhor disco da banda, o "Fuzzy", mas nada mais. Nem o baita clipe de Fuzzy, a música, eu tinha colocado, muito menos o de Mockingbirds, clipe que me apresentou o Grant Lee Buffalo via MTV numa distante manhã de terça feira de 2006.

Para compensar essa ausência, aí vão os dois clipes, para serem apreciados neste final de semana que se apresenta:





Eu já tentei dizer várias coisas sobre o Grant Lee Buffalo. Nunca consegui escrever um texto sobre eles sem "viajar" demais, como se diz por aí. Talvez pelo fato de que as músicas da banda, para mim, são sempre viagens para lugares e sensações inexplicáveis.

Mas como disse no início do tópico, fiz uma resenha certa vez sobre o "Fuzzy". Ela foi publicada no jornal Rascunho, da Cesma (Cooperativa dos Estudantes de Santa Maria), junto com mais outras que falavam de discos "contadores de histórias".

Aqui abaixo vai a resenha. É curtinha, mais uma apresentação do disco que propriamente uma resenha. É um tanto viajante também, mas isso porque o disco inteiro é. Não sei porque republico ela, já que está disponível naquele post que linkei no início deste. Talvez seja nostalgia de não se sabe o quê, algo que o GLB sempre me traz.

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O Grant Lee Buffalo foi uma de muitas bandas surgidas na virada dos anos 80 para os 90 que se beneficiaram do espaço aberto ao rock alternativo graças ao "boom” do “Nevermind”, o clássico segundo disco do Nirvana. A banda encerrou as atividades em 1998, e hoje o líder do Buffalo, Grant Lee Philips, leva uma elogiada carreira solo.

Fuzzy, o debut da banda, lançado em 1993, é um disco de difícil classificação, a começar pela sonoridade: a banda mistura guitarras barulhentas com violões límpidos, glam-rock com country, folk com piano típico dos saloons, até mesmo um vocal a lá soul music se mescla com gritos angustiados e melódicos, todos elementos surpreendentemente bem casados e dosados. Tudo isso parece estar em prol de contar uma história, como se o disco inteiro fosse um filme épico de amor nunca filmado.

Entre as 11 faixas, destaco aqui uma em especial: a música que dá nome ao disco, Fuzzy. Ela é levada toda no violão, num arranjo bastante simples que parece patrulhar o caminho para a entrada da letra, melancólica e surreal, cheia de imagens e metáforas, uma espécie de envergonhada declaração de amor a uma amada impossível. O falsete de Philips no refrão, cantando “I lied to/I’m fuzzy”, é um daqueles trechos que faz a pessoa se arrepiar com gosto.

Faixas:

  1. "The Shining Hour" – 3:53
  2. "Jupiter And Teardrop" – 5:57
  3. "Fuzzy" – 4:59
  4. "Wish You Well" – 3:30
  5. "The Hook" – 4:13
  6. "Soft Wolf Tread" – 2:52
  7. "Stars 'N' Stripes" – 4:43
  8. "Dixie Drug Store" – 5:07
  9. "America Snoring" – 3:39
  10. "Grace" – 6:15
  11. "You Just Have To Be Crazy" – 3:35
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Aqui tem o link para baixar o disco.

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9.24.2008

Dica e Marina


Estreiou sábado no site da Veja o Veja Música, programa de entrevistas de Sérgio Martins, repórter de música da revista e um dos melhores jornalistas musicais do país. O formato do programa é interessante: tem primeiro uma entrevista, e depois o artista tem de cantar duas músicas e duas covers que jamais pensou em fazer ao vivo. O piloto teve a participação da excelente cantora Marina De La Riva, "uma intérprete brasileira de alma cubana", como costuma-se apresentar ela por aí.

A princípio, o programa vai entrar no site todas as sextas-feira. Vale a pena, para quem se interessa por entrevistas com artistas onde o foco fica mais na música de que em outras questões "menores".

P.S: Quem quiser escutar o primeiro disco da cantora, aqui tem vários links para baixá-lo. Abaixo, a capa do disco.


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9.22.2008

MC & MM

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Marcelo Camelo e Mallu Magalhães no primeiro show da tour do disco solo do músico, "Sou", em Recife. No vídeo, eles tocam a mesma Janta com que dividem os vocais no disco, e um trecho de Morena, do último álbum do Los Hermanos.



Reparem no choro da Mallu, provavelmente mais emocionada ainda com a cantoria do público, que em momentos se sobressai à voz da dupla. Aliás, a histeria beatlemaníaca da platéia com Camelo é parecida com a que faziam para sua finada(?) banda - olhe aqui e compare.

Nem o fato de o disco recém ter saído foi empecilho, já que o típico fã do Los Hermanos já deve ter escutado todas as músicas no Myspace do cantor ou mesmo baixado "oficialmente" via Sonora, do Terra, ou em shares por aí.

O mesmo cara que colocou esse vídeo no ar fez mais uns quantos do show no Recife. Das que dá para escutar direito, tem Doce Solidão e Pois É (também do último disco do LH). Nestas faixas colocadas ao vivo, o Hurtmold, banda de apoio da tour e do disco, aparece só em Doce Solidão. O resto é só Camelo e seu violão, como se estivesse sozinho no palco.

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9.18.2008

Lego capa

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Um pessoal do site Flickr resolveu refazer capas de disco conhecidos com peças de Lego. Alguns resultados, aqui abaixo.









Mais algumas tantas capas aqui.

Dica do blog Coluna Extra.

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9.17.2008

RIP Rick Wright

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Morreu na última segunda-feira Rick - ou Richard - Wright, tecladista e vocalista do Pink Floyd. Foi um dos membros fundadores da banda, lá em 1967; demitido e readmitido nas gravações de "The Wall", de 1979, quando Roger Waters já assumia tiranicamente o controle da banda; demitido de vez nas gravações de "The Final Cut", de 1982, onde o Pink Floyd tinha virado tão só uma banda de apoio para Waters; e readmitido nas gravações de "A Momentary Lapse of Reason", de 1987, quando Waters não mais fazia parte e David Gilmour era quem liderava o Floyd.

Assim como George Harrison nos Beatles, Wright era o "3º" da banda. No primeiro álbum, "The Piper at gates of Dawn" (1967), quem liderava era Syd Barret, mas Wright tinha papel importante, seja como vocal de apoio ou como "harmonizador" do som ultrapsicodélico da banda nesta fase. 


Primeira formação do Pink Floyd, liderada por Syd Barret (com a guitarra).


Depois que Barret saiu, Waters, e logo depois Waters e Gilmour, assumiram como compositores principais. Wright continuou colaborando com uma ou duas faixas em cada disco até "Wish You Were Here" (1975) - não por acaso, a melhor fase do Pink Floyd. Depois, começa a predominar o gênio de Waters sob a banda, e Wright vai diminuindo sua participação, até desaparecer de vez e ser demitido.

É notória sua participação no clássico "The Dark Side of The Moon", de 1973; compôs The Great Gig in the Sky, aquela do impressionante grito da soprano Clare Torry, e Us and Them. Mas impressionante mesmo, na minha singela opinião, é Echoes, que ele fez junto com o restante da banda. O dueto vocal de Gilmour com o tecladista é de uma beleza tranquilizadora - ainda mais na versão aqui abaixo, do filme "Live At Pompeii" . É das melhores coisas já feitas pelo Pink Floyd - e que não perde seu encanto e nem sua estranheza mesmo com os mais de 22 minutos de música, dividos em duas partes no Youtube.



Rick Wright também lançou ainda um disco com sua própria banda, o Zee, em 1984, e dois solos - aqui o link para baixar o primeiro, aqui para o segundo - além de participações nos trabalhos solos de Syd Barret e David Gilmour. 

Gilmour deixou um comunicado em homenagem ao parceiro em seu site oficial

Mais
Discografia e filmografia do Pink Floyd
Verbete na Wikipédia de Richard Wright

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