7.31.2007

Guia Led Zeppelin - I

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Led Zeppelin, (1969).



Talvez o mais blueseiro de todos os discos do Led Zeppelin, o disco de estréia da banda tem aquela que se tornaria a música mais usada para jams sessions entre os quatro integrantes: Dazed and Confused. Aqui ela tem menos de sete minutos; ao vivo, chegava até aos 30.

Outros destaques ficam para a balada "Baby I'm Gonna Leave You", os blues lentos (e pra lá de sensuais na voz e interpretação de Plant) "I Can't Quit You Baby" e "You Shook Me" e a pesada "Communication Breakdown", com um riff de guitarra bem ao estilo que Jimmy Page consagraria nos próximos discos.

Gravadora: Atlantic Records
Produção: Jimmy Page
Lançamento: 12 de Janeiro de 1969.

Faixas:
  1. - Good Times Bad Times
    (Page/Jones/bonham) 2:46
  2. - Babe, I'm Gonna Leave You
    (Page/Plant/Anne Bredon) 6:41
  3. - You Shook Me
    (Willie Dixon) 6:28
  4. - Dazed And Confused
    (Page) 6:26
  5. - Your Time Is Gonna Come
    (Page/Jones) 4:14
  6. - Black Mountain Side
    (Page) [instrumental] 2:05
  7. - Communication Breakdown
    (Page/Jones/Bonham) 2:27
  8. - I Can't Quit You, Baby
    (Willie Dixon) 4:42
  9. - How Many More Times
    (Page/Jones/Bonham) 8:28

Download: http://rapidshare.com/files/32122033/Led_Zeppelin_-_Led_Zeppelin_I.rar

Uma mostra do álbum está no vídeo logo abaixo, da banda tocando ""Communication Breakdown" num programa da televisão inglesa, em 1969.


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A volta dos que já estão lá




Parece que esta década vai ser conhecida posteriormente como aquela em que todas as grandes bandas do rock'roll já dadas como finadas decidiram voltar - seja,

1)
para uma tour somente para arrecadar fundos, como fez os pais do punk inglês Sex Pistols, e está fazendo o The Police;

2) para, além de arrecadar fundos em tours, fazer disco de inéditas de qualidade sempre pior do que tudo que já produziram antes, como já fez o Stooges, lançando o medíocre The Weirdness este ano, e promete o representante nacional do Olimpo do Rock, Os Mutantes, para ano que vem;

3) Ou, ainda, para fazer shows esporádicos em eventos beneficentes que só servem para aumentar as especulações de que a banda poderá voltar em definitivo, como é o caso do Pink Floyd, que recentemente participou do Live 8 e que, na verdade, nunca acabou oficialmente.

A mais nova especulação é de que o Led Zeppelin (os quatro cabeludos da foto que abre esse post) poderá voltar.

Segundo notícia publicada no Uol no domingo passado, os três remanescentes da formação da banda, o vocalista Robert Plant, o guitarrista Jimmy Page e o baixista/tecladista John Paul Jones - o baterista John Bonham morreu de overdose em 1980, o que deu fim a banda - se reuniram esta semana, em Londres, para discutir uma possível turnê para o próximo ano.

A notícia da reunião dos três foi divulgada após a confirmação que a banda vai lançar o álbum "Mothership", uma coletânea de 24 faixas eleitas especialmente pela banda. O disco começará a ser vendido no dia 12 de novembro, em Londres.

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Não será a primeira vez que o Led ameaça uma volta; Page e Plant, os dois cabeças da banda, voltaram a tocar junto em 1994, para a gravação de um MTV Unplugged reunindo velhos sucessos da banda em novas roupagens, além de duas inéditas. A reunião resultou no disco No Quarter: Jimmy Page and Rtobert Plant Unledded- o da imagem ao lado.

Quatro anos depois, gravaram mais um disco juntos em estúdio: Walking into Clarksdale, somente com faixas inéditas, mais puxadas para o blues do que para o rock.

***

Mas há de se realçar que Page & Plant não voltaram como Led Zeppelin, e sim como Page & Plant mesmo - é assim que está na capa dos discos, era assim que era anunciado nos shows.

Agora não: com o acréscimo de John Paul Jones, eles voltam como Led Zeppelin mesmo.

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O Led sempre foi uma das bandas que melhor soube preservar o seu patrimônio, lançando coletâneas pertinentes, como o disco duplo Remasters, em 1990, e registros ao vivo interessantes, como o DVD oficial How the West Was Won, de 2003, um magnífico retrato da banda no seu auge, em 1972, quando os shows não raro tinham 3 horas de duração.

A banda também não era muito dada a liberar músicas suas para filmes e propagandas.

O primeiro filme a usar uma música do Led em sua trilha - no caso a faixa That's the Way, do disco III, de 1970 - foi Quase Famosos, de Cameron Crowe, lançado em 2000.

Não por acaso, ele conta a história de um guri que é designado para fazer a cobertura jornalística da tour de uma banda em pleno anos 70 para uma revista de música - a Rolling Stone.

No filme, a banda é chamada Stillwater; porém, como ele é baseado em uma história real vivida pelo diretor Cameron Crowe, é bem possível que a banda tenha sido, na verdade, o Led Zeppelin.
Várias detalhes no filme apontam para isso.
Inclusive, o próprio Cameron já andou dizendo que a verdadeira Stillwater, na verdade, era o Led.


Olhe o filme e tire suas próprias conclusões.


A banda clicada por Bob Gruen, ao lado de seu avião, em 1973.


Depois de Quase Famosos, Immigrant Song - também do disco III, de 1970 - entrou para a trilha de Escola do Rock, comédia dirigida por Richard Linklater lançada em 2003.

Mas não pense que foi fácil para a banda liberar a faixa: segundo consta, eles só aceitaram quando o ator Jack Black, que vive o protagonista da história, implorou à banda para que se usasse a faixa. O divertido vídeo que mostra o clamor de Black está nos extras do DVD de Escola do Rock

Bem, ele também está no You Tube, e dá para ver aqui abaixo - infelizmente, só com legendas em italiano. Mas dá pra entender bem, capite?







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Bueno, acho que não cabe dizer aqui a importância do Led Zeppelin para o rock. O título de "maior banda dos anos 70", a paternidade de estilos como o hard rock e do heavy metal e os mais de 100 milhões de discos vendidos já falam por si.

Ainda assim, caso alguém não conheça nada da banda, vou fazer um roteirinho pelos discos da banda em uns 5 posts, a começar pelo próximo, e disponibilizá-los para downloads.

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7.28.2007

Mais vendidos

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Navegando pela web, acabei achando um blog que tem uma lista dos álbuns mais vendidos da história da música pop, segundo dados da Wikipédia e empresas que fazem auditoria de vendas de discos.

O primeiro é Thriller, do Michael Jackson, lançado em 1982, com absurdos 104 milhões de discos vendidos.



Em segundo, Back in Black, do AC/DC, lançado em 1980, com também absurdos (ainda mais para uma banda de rock'roll) 43 milhões de cópias vendidas.




O resto, dá pra conferir lá no blog.

Por curiosidade, aí vai uma lista dos estilos mais populares dentre os discos presentes nessa lista dos mais vendidos:

Rock: 68 álbuns
Pop: 58 álbuns

Rap: 9 álbuns

Country: 5 álbuns

R&B: 3 álbuns

Disco/Jazz: 2 álbuns

Outros: 6 álbuns


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Nos Estados Unidos, há uma outra lista, da Recording Industry Association of America (RIAA), que contabiliza os mais vendidos.

O primeiro lugar é dos Eagles, conhecido aqui apenas pela batida "Hotel California", com a coletânea "Eagles: Their Greatest Hits 1971-1975" (foto abaixo), com 29 milhões de cópias vendidas.


(Detalhe: "Hotel California" não está nesse disco)

A segunda posição é de Thriller, com 27 milhões de cópias, e a terceira colocação é de The Wall (foto abaixo), do Pink Floyd, lançado em 1979, com 23 milhões de discos vendidos.



O resto, dá pra conferir aqui.
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7.27.2007

Santa Maria psicodélica

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Um pouco difícil fugir do clichê "psicodélico" quando se trata de Mutantes. Mais difícil quando se junta o Secos & Molhados no mesmo pacote. E pior ainda quando se envolve uma banda que tenha o "clichê" no nome.
Se é assim, vamos ao clichê:


Cartaz do show

"Santa Maria vai ter hoje uma verdadeira 'Noite Psicodélica' no Macondo. As bandas João Clichê e Galaxie Blue apresentam um show tributo a duas bandas fundamentais do rock nacional: Secos e & Molhados e Mutantes.

A Galaxie abre os trabalhos fazendo um puta som em homenagem a histórica banda liderada pelo inigualável performer Ney Matogrosso, trazendo vários hits como "O Vira", "Sangue Latino", "Mulher Barriguda", dentre outros clássicos dos mascarados mais importantes do rock nacional.


Capa do clássico primeiro disco dos Secos & Molhados,de 1973


É o segundo show tributo aos Secos & Molhados que a banda faz, sendo que o primeiro, realizado na boate do DCE, foi um verdadeiro espetáculo psicodélico, com muita piração da banda e da galera presente, que curtiu e dançou como nunca no templo do underground santa-mariense.
Aqui, o cartaz desse primeiro show.

A banda é formada por
Adrienne Reyes no vocal, Adimilson Pinheiro no vocal/guitarra, Matias Rempel no baixo, Guilherme Galina na outra guitarra, Leonardo Campagnolo nos teclados e backs e Fernando Campagnolo na batera. "

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Bem, tem horas que cansa usar o clichê.
Então, escrevo o resto da notícia de forma menos clichezenta:

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Depois da apresentação da Galaxie Blue, quem toca é a João Clichê. Desde novembro, a banda formada por Guilherme Wallau (vocal/guitarra), Cedrique "Cegonha" (baixo) e Faiolo (bateria) prepara um especial com o repertório dos Mutantes.
O elemento que faltava, a voz feminina de Rita Lee, apareceu por acaso para a banda: numas andanças pelas ruas, eles se encontraram com a Juliana Von Muhlen, vocalista da extinta Jardin Zehn, que topou na hora o desafio:

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Tive de aprender algumas músicas, ouví-las de novo. Algumas eu nem conhecia - conta a vocalista, em entrevista para a repórter Bruna Porcíuncula do Diário de Santa Maria.

O baterista Faiolo fala mais sobre o show:
_ É uma responsabilidade maior porque esse é um tipo de show que atrai um público que conhece a fundo o trabalho da banda homenageada. Se a gente fizer algo errado, vão perceber - disse ele, na mesma matéria do Diário de Santa Maria.


Arnaldo, Sérgio e Rita ainda jovenzinhos

O repertório pretende passear pelas mais conhecidas da banda dos irmãos Baptista, como "Balada do Louco, Top-top, Panis et Circences" e outras não tão conhecidas, como "Technicolor" e "Posso perder minha Mulher, minha mãe, desde que eu tenha o meu rock'roll".

Outros convidados para o tributo são André Melão nos teclados e Matias no baixo.
A Galaxie Blue começa a tocar partir da meia-noite, no Macondo Bar (Serafin Valandro, 643, entre Venâncio Aires e Andradas).
Na sequência, vem a João Clichê. Entradas a R$ 5,00.


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7.25.2007

Morte bizarra

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Não que a Banda Eva tenha alguma relevância - até já teve, principalmente comercial, na época do famoso "Banda Eva ao vivo" (quem nunca viu essa capa por aí?), quando Ivete Sangalo era a vocalista da banda.

Mas o percussionista da banda, Fabrício Scaldaferri, conhecido como Fafá, 29 anos, morreu na tarde desta terça-feira, vítima de uma infecção generalizada motivada por uma ostra contaminada.

Segundo notícia do portal Terra, Fabrício comeu ostras no litoral de Salvador na segunda-feira, acompanhado de amigos, e passou mal. Segundo a assessoria de imprensa da banda, uma das ostras devia estar estragada, o que causou uma infecção alimentar no músico. Ele foi levado a uma clínica, onde foi medicado e liberado.

Na madrugada desta terça-feira voltou a passar mal e foi internado. Ele foi encaminhado à Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital da Bahia, onde morreu no final da tarde de terça-feira.

No site oficial da banda, há uma mensagem em homenagem ao músico.

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7.24.2007

Erro

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Por algum motivo que eu ainda não sei qual, o post anterior saiu com o texto mais para a direita, dificultando a leitura. Vou procurar o erro mais um tempo; caso não o ache, e nem conseguir republicar o post, vou apagá-lo.
Desculpe a falha.

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7.23.2007

Os discos de catálogo mais vendidos

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De acordo com uma pesquisa da Associated Press com números da Nielsen Soundscan, dentre os discos de catálogo (lançados há mais de dois anos) que mais venderam nos EUA em 2006, o grande vendedor no gênero rock foi a veterana banda australiana AC/DC (os com cara de mal da foto acima).
Só no ano passado, o disco Back In Black, de 1980, vendeu impressionantes 440 mil cópias - neste ano, o álbum já vendeu mais 156 mil.

Logo atrás vem o Bon Jovi, com sua compilação de hits Cross Road, que vendeu nada menos que 324 mil cópias.

O Metallica vendeu 275 mil exemplares de seu eterno disco negro de 1991, título de catálogo mais vendido desde que a empresa Nielsen Soundscan começou sua medição.

Nevermind, clássico do Nirvana, também foi conceituado: 143 mil discos comercializados. Outra banda que singrou a casa dos seis dígitos foi o Guns n'Roses, que receberam por 113 mil cópias vendidas de Appetite for Destruction, o primeiro disco da banda, lançado em 1988.

_ Outros artistas com vendas fortes de catálogo citados na pesquisa foram U2, Bruce Springsteen, Prince, Celine Dion, Eric Clapton, Elton John e a Dave Matthews Band. Até o decadente rei do pop Michael Jackson também não foi mal: sua coletânea Number Ones, de 2003, vendeu 162 mil cópias.

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Algumas bandas, porém, não envelheceram tão bem. O disco homônimo do Asia, que dominou as paradas em 1982, moveu apenas 5 mil cópias das prateleiras. Mesma coisa para o álbum de estréia da cantora Whitney Houston, mais vendido de 1986: apenas 7 mil cópias.

Artistas alternativos que foram ofuscados por boybands e outros modismos nos anos 90 puderam saborear sua vingança.
Um exemplo é o disco The Soft Bulletin (o da foto abaixo), dos Flaming Lips, que vendeu honrosas 38 mil cópias.


Outro exemplo é o álbum que deu fama definitiva ao Radiohead, Ok Computer, lançado em 1997, que diminuiu em 94 mil seu estoque das lojas.

Os números do hip-hop, que atualmente domina as paradas americanas, são cruéis com seu catálogo. Clássico do Public Enemy e considerado por muitos o melhor disco de hip-hop da história, Takes a Nation of Millions to Hold Us Back, gravado em 1988, vendeu apenas 15 mil cópias. Outro clássico do gênero, Raising Hell, do Run DMC, gravado em 1986, vendeu ainda menos que isso


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7.19.2007

Show de um acorde só

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Do blog do Lúcio Ribeiro, o "darling" da crítica musical indie brasileira:

"A banda White Stripes fez um show DE UMA NOTA SÓ no Canadá, na tarde desta terça-feira, dia17 de julho. O grupo finalizaria neste dia à noite sua turnê canadense, que foi marcada pela realização de um show-surpresa esquisito para cada show oficial em clube. O desta terça foi marcado para um bar (...)
Chegando lá, o povo foi informado de que
Jack e Meg White iriam sim se apresentar dali a meia hora. Mas seria um show DE UMA NOTA SÓ. Aí a equipe da banda montou o palco, ligou os amplificadores, armou a bateria, passou o som. Meia hora depois Jack e Meg chegaram, pegaram os instrumentos, tocaram uma nota e foram embora. É sério."

Há se de realçar que foi UM ACORDE, e não uma nota. Mas tudo bem, dá para relevar.

Não acreditei quando li isso. Mas o vídeo abaixo mostra direitinho.





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7.17.2007

Dream Team

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Olhe bem para essas quatro caras que aparecem na bela foto acima.
Olhou?
Bueno, aí vai uma breve descrição de quem são estas figuras:

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Elomar (o gaiato de chapéu preto, camisa aberta, com um cigarro - paieiro? - na boca) - voz, composições

"Se misturar Heitor Villa Lobos, Castro Alves, Chopin, Guimarães Rosa, Graciliano Ramos, João Cabral de Melo Neto e tudo quanto é cantador de feira, mais as novenas de incelenças, puluxias, baião, xote, xaxado, e se a mistura for boa, bem mexida, então vai se saber poucamente que é Elomar." - Dioclécio Luz

Taí uma excelente definição para Elomar, um sertanejo que nasceu em Vitória da Conquista, Bahia. Entre o sertão e a capital, estudou e, mais tarde, formou-se em Arquitetura pela Universidade Federal da Bahia, no final da década de 60.

Grava seu primeiro disco também no final da década de 1960, mas passa a priorizar sua carreira musical só no final dos anos 70 e início dos 80, quando dedica-se à peregrinação pelos teatros do país, de palco em palco, tocando e interpretando o seu cancioneiro e trechos do que viriam a ser suas composições de formato erudito, como autos, e executando ainda peças de outros estilos, como antífonas (cantos de louvor à Deus), galopes estradeiros (sinfonias compactas) e óperas.

Grande poeta do sertão, infelizmente ainda desconhecido do grande público, o baiano é dono de um vozeirão poderoso, que em alguns momentos chega a arrepiar quem o escuta tamanha é a emoção que perpassa naquilo que canta. É o responsável por praticamente metade das composições do disco.


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Arthur Moreira Lima (o cabeludo com os braços cruzados, no meio, com pose de líder) - piano e direção artística

Considerado uma das mais importantes personalidades da música erudita nacional, Arthur Moreira Lima projetou-se internacionalmente no Concurso Chopin de Varsóvia. Desde então, tem feito turnês em todos os continentes, lotando as principais salas de concertos do mundo.

Entre as orquestras e os regentes famosos com quem já se apresentou, estão as Filarmônicas de Leningrado, Moscou, Varsóvia, Sinfônicas de Berlim, Viena, Praga, BBC de Londres, National da França, sob a direção de Kurt Sanderling, KiriIl Kondrashin, Mariss Jansons, Serge Baudo, Jesus Lopez-Cobos, Sir Charles Groves, Vladimir Fedosseyev, Rudolf Barshai..., pára ficar só com as mais conceituadas.

Hoje, toma parte no projeto "Um piano pela Estrada", onde leva a música erudita em seu caminhão-teatro para os confins de todo o país.


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Paulo Moura (o negrão vestido de branco com um sax, à direita) - Sax e Clarineta

Nascido em São José do Rio Preto, em uma família de músicos, Paulo Moura foi aluno de mestres da música brasileira como Guerra Peixe, Moacir Santos, Paulo Silva e Maestro Cipó na Escola Nacional de Música, onde obteve o diploma de clarinetista. Tornou-se um dos mais requisitados instrumentistas do Rio de Janeiro, sendo o primeiro clarinetista do Teatro Nacional por dezessete anos.

Trabalhou com grandes nomes como Ary Barroso, Elis Regina, Milton Nascimento, João Donato, Yamandú Costa, Paulinho da Viola, dentre outros, tocando desde samba, gafieira, boleros, até música erudita e jazz.

"Paulo Moura é outro que mil adjetivos não farão jus ao que ele é capaz de criar com seu sopro inconfundível. Suave nas notas agudas, viril nas notas graves. Músico completo nos solos. Instrumentista genial no improviso sobre qualquer tema". Aquiles Rique Reis, Gazeta Mercantil.


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Heraldo do Monte (o careca de camisa vermelha empunhando um violão) - violão

Nascido no Recife, Heraldo começou na música tocando clarineta, ainda no colégio, por ser o único instrumento disponível em sua escola. Posteriomente, deduzindo os acordes que usara na clarineta, aprendeu sozinho a tocar violão, cavaquinho e viola caipira.

em São Paulo, em 1966, formou um dos maiores quartetos da música brasileira, o Quarteto Novo, com nomes como Théo de Barros no contrabaixo, Hermeto Pascoal no piano e flauta e ainda Airto Moreira (que tocou com Miles Davis, Gil Evans e Chick Corea, dentre outros grandes nomes do jazz americano) na bateria e percussão. Fundindo elementos do bebop à música brasileira (principalmente nordestina), introduziram fundamentos improvisacionais inovadores abrindo trilhas para a música instrumental brasileira.

Heraldo do Monte já foi considerado por Joe Pass o melhor guitarrista do mundo. Gravou também com Elis Regina, Quinteto Violado, Michel Legrand, Zimbo Trio, Hermeto Pascoal e outros, além de se apresentar nos melhores festivais de música mundo afora, como os festivais de Montreux, Montreal e Cuba.

"O nome Heraldo do Monte por seu papel histórico na música instrumental brasileira deveria dispensar qualquer introdução
. " - site Ejazz, o melhor site de jazz e música instrumental brasileira.

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Pois bem. Olhe a foto aí de novo.



É a capa do disco "Consertão" (nome excelente) gravado em 1982, onde os quatro acima resolvem se unir e tocar diferentes composições, indo do próprio Elomar ao erudito Villa-Lobos, passando ainda pelo popular Luiz Gonzaga e pelos não tão conhecidos Waldir Azevedo e Severino Raújo.

Como era de se esperar, a união dos quatro deu em excelente resultado, talvez um dos melhores discos de música já produzidos no Brasil. Tão peculiar e eclética é sua sonoridade que fica difícil dizer se ele é música erudita, MPB, Jazz, música nordestina, samba, moda de viola, forró...

O certo mesmo é que é música da boa.

Baixe ele aqui e confira.

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7.13.2007

Inutilidades (1)

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Da série "coisa-inútil-que-vira-notícia-do-Terra":

Guitarrista do Metallica diz ter visto seu cão sendo estuprado

O guitarrista da banda de heavy metal Metallica, Kirk Hammet (foto ao lado), deu entrevista à revista britânica Q em que afirmou ter visto seu vizinho praticando sexo com sua cadela de estimação Tippy.

"Eu fui até a casa do meu vizinho. Aí o cara baixou as calças e começou a ter relações sexuais com minha cadelinha. Eu não sabia se ria ou se chorava. Quando ele terminou, peguei-a e fui embora. Ela estava abanando o rabo como se nada tivesse acontecido".

Outra:


Morrissey diz em show que Madonna poderia matar filho adotivo



O vocalista da banda The Smiths, Morrissey, disse, durante um show na cidade de Norfolk, Virgínia, ocorrido nessa quarta-feira, que Madonna seria capaz de matar seu filho adotivo, David Banda, para fazer um casaco de peles, segundo o site Towleroad.

"Eu não me surpreenderia se ela (Madonna) transformasse aquele garoto africano em um belo casaco, usasse durante 15 minutos e depois jogasse fora. Eu sou muito grato por estar dentro do Peta (People for the Ethical Treatment of Animals)."

A revolta do cantor, ativista pelos direitos dos animais, é devida ao fato de a cantora estar sempre desfilando com casacos de peles de animais e, ainda, por ser uma entusiasta da caça como esporte.


Eta Terra bom pra nos divertir nessas frias tardes londrinas de Santa Maria!

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7.09.2007

Dossiê Fim da Revista Bizz (2)

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Bueno, o "Seo Bizz" (perfil da revista no Orkut, capitaneado ora pelo repórter Gustavo Martins, ore pelo editor Ricardo Alexandre) colocou algumas das explicaçõe sobre o fim da revista. Confira abaixo (destaco alguns trechos em negrito) :

- A BIZZ voltou em 2005, um ano em que estavam vetados novos lançamentos de revistas na Abril, para aproveitar um investimento disponível da Claro, que à época tinha música como principal foco de marketing, vide Claro Q É Rock etc (a Claro, como quem compra desde o começo sabe, bancou as seis primeiras edições da revista). Ou seja, a Abril não gastou uma fortuna pra pôr a BIZZ de volta às bancas - ganhou até dinheiro;

- Por estarem proibidos lançamentos no ano em que foi lançada, não houve nenhuma campanha de lançamento, nem dentro da empresa - alguns meses depois, muita gente do prédio sequer sabia que a BIZZ tinha voltado. A campanha foi sendo adiada até... bem, até hoje;


- Por conta da forma como os custos são divididos na Abril, a BIZZ nunca pôde ter sistema de assinaturas. A tiragem era pequena, a campanha era nula e as vendas em banca, conseqüentemente, não justificavam


- A BIZZ poderia custar bem menos, o que era um pedido constante da redação, sempre rejeitado - a lógica dada pelos responsáveis era "quem compra a BIZZ paga qualquer preço" (lembram do Nine Inch Nails?)

- O custo para a Abril manter uma revista, fora os funcionários, é até mais baixo que uma editora comum, já que ela tem a própria gráfica. A projeção era de que, no primeiro ano, a BIZZ desse um prejuízo razoável - e ela conseguiu zerar seus custos com projetos publicitários

- A impressionante equipe de vendas de anúncios da BIZZ era composta por UM cara, que cuidava de outras marcas também. Sem contar que o preço de anúncio na revista era alto - outra decisão que não cabe à redação. A "outra revista" (a Rolling Stone Brasil) chegou no mercado custando um real a menos e com páginas publicitárias bem mais baratas, mas mesmo assim mantiveram-se os preços


- A Abril teve dois grandes projetos que não deram certo no primeiro semestre de 2007 (não vou dizer quais, né), além de estar contando com o dinheiro de uma fusão que não foi aprovada pelo governo. Resultado? Ordem superior para o corte de algumas dezenas de milhões no segundo semestre, um par deles só no núcleo que abrigava a BIZZ.


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As explicações estão bem apresentadas, mas ingnoram um aspecto: a edição editorial equivocada em muitas das capas.

Mais um exemplo: em um estalo que até hoje não compreendo, a revista de Maio de 2007 trouxe na capa o cinasta Quentin Tarantino (veja abaixo).


Mas não era uma revista de música?
Era, mas também trata (um pouquinho) de cinema.
Mas, vá lá, sendo uma revista que trate de cinema também, por que a decisão de colocar um diretor na capa, sendo que não é difícil perceber que capa com diretor de cinema é uma decisão editorial pra lá de ousada, pra não dizer suicida? (Roberto Sadovski, editor da Set, essa sim uma revista de cinema, foi quem falou isso na mesma comunidade)

E, vá lá, a Bizz quis ser ousada e botou o Tarantino na capa, com a desculpa de que ele é um diretor "rock'roll". Mas, em se tratando de Tarantino, por que dar a capa com ele quando, no Brasil, ainda nem tinha sido lançado o média-metragem(!) que ele tinha feito, em parceria com Robert Rodriguez, sobre zumbis canibais e uma mulher com perna-metralhadora?

Por essas e outras, perdemos a melhor revista de música do Brasil até hoje - sim, porque o que nos restou, a Rolling Stone, é mais uma revista de comportamento que também trata de música. Ainda assim, o grande mérito da RS Brasil hoje são as excelentes matérias da filial americana e as produzidas aqui que não tratam de música, mas comportamento, lugares, política, etc, com especial destaque para as reportagens investigativas assinadas pelo excelente jornalista e doutor em comunicação pela USP, Cláudio Tognolli.


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Dossiê Fim da Bizz (1)


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É com esta capa acima, que traz uma matéria sobre último show do Los Hermanos antes do já comentado "tempo" que a banda vai dar, que a Revista Bizz se despede do público.

Segundo um comunicado da Editora Abril, responsável pela revista, divulgado em uma matéria do portal Imprensa, a Bizz deixará de ser publicada mensalmente e passará a sair em edições especiais, sem periodicidade determinada. O comunicado ainda diz que "além das edições especiais, a marca BIZZ continua presente no site bizz.abril.com.br".

Muito se vinha especulando que a Bizz estava com os dias contados. Na comunidade da revista no Orkut, os comentários dos ex-jornalistas da revista, os críticos que ainda colaboravam com ela e os leitores "normais" (como eu) apontavam que, passados mais de 2 anos depois do seu relançamento, a Bizz ainda não tinha mostrado a que veio e, principalmente, para quem veio. Atirava-se para todo o lado, mas mesmo quando parecia que ela iria acertar, alguma coisa punha tudo a perder.

Tome como exemplo a capa de janeiro deste ano, com a Pitty. A roqueira baiana pode-se dizer conhecida por boa parcela do brasileiro médio, mesmo daquele que não consome música nem revista: tem um trabalho musical sério, é idolatrada pelos mais jovens, respeitada pelos mais velhos. Seria, portanto, uma capa vendável para uma revista de música. Acontece que a Bizz foi dar uma capa para ela justamente quando a artista não tinha nada de novo para apresentar - o seu segundo álbum já havia sido lançado há tempos, clipes idem, nenhuma música nova tinha ido para a parada, nenhum megashow para destacar.

Qual foi o motivo da capa então, pergunta-se? A entrega do "Prêmio Bizz", que a teve como escolhida como melhor artista e melhor música.

Ora, mesmo em tempos áureos, a Bizz nunca deu capa para o seu próprio prêmio, a não ser que o artista escolhido tenha algo novo - afinal, o que move o jornalismo é o novo, já que ele é, se formos teorizar um pouco, uma forma de conhecimento da realidade apresentada pelo âmbito do singular, daquilo que é inédito.

Fazer jornalismo sem a sua principal matéria-prima (o singular) é coisa de quem não tem preparo para a profissão, algo que a Bizz, mesmo nos tempos "sensacionalistas" em que foi chamada de Showbizz, no início/meados da década de 90, sempre teve - ou iludiu muito bem que tinha.

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O exemplo da Pitty é só um dentre outros inúmeros debatidos lá na comunidade do Orkut, sem dúvida uma das mais ativas e produtivas do Orkut (Este tópico é bem ilustrativo sobre a situação da revista, tendo inclusive participação dos próprios editores dela - no caso, o "Seo Bizz". Mas há outros quantos interessantes, recomendo uma passada diária ali para quem conhecer e discutir sobre música).

Comenta-se nestas mesmas conversas orkutianas que a Bizz ainda pode ter uma sobrevida extra em outra editora, provavelmente na Peixes, que edita a Set. Mas são apenas boatos, por enquanto.

Fica aqui o meu pesar pelo fim da revista que me criei lendo, sendo, inclusive, um dos principais incentivadores para eu querer ser jornalista. Sempre quis um dia escrever nela, e ainda alimento esse desejo, apesar de tudo.

No próximo post, tratatarei de detalhar alguns motivos do fim da revista.


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7.05.2007

Pérolas Videoclípticas (4): Dance Tonight, Paul McCartney

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Saiu o novo clipe do Paul McCartney, Dance Tonight, música do último disco dele, Memory Almost Full, que eu falei num dos últimos posts.
O clipe é bastante interessante, cheio dos efeitos, mas também simples e singelo, assim como a música.
Dá uma olhada nele aqui abaixo:


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7.02.2007

Patton, o eclético

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Mike Patton foi um dos grandes vocalistas e frontman do rock da década passada. À frente do Faith No More, lançou quatro discos: The Real Thing, de 1989, do mega-hit "Epic", a pedra fundamental do chamado funk-metal; Angel Dust, de 1992, considerado o álbum mais influente de todos os tempos segundo a lista da Revista americana de rock pesado Kerrang; o fraco King for a Day... Fool for a Lifetime, de 1995, e o derradeiro Album of the year, de 1997.


Para quem não se lembra do cara, aí vai o clipe de "Epic":



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Pois bem. Patton é um sujeito inquieto por natureza: mesmo no tempo do Faith No More, ele já mantinha inúmeros projetos paralelos dos mais diferentes estilos, do experimental Mr. Bungle à barulheira desenfreada/progressiva do Fantomas, passando pelo "pop" (no sentido esquizofrênico de Patton) do Peeping Tom e pelo o rock mais ortodoxo (e não menos bom) do Tomahawk.

Apesar das esquisitices dos seus projetos, quando quer Patton também mostra que sabe cantar de maneira bem comportadinha, como um legítimo crooner.
Olhe o vídeo abaixo, em que Patton, ao lado de uma orquestra, apresenta diversas canções tradicionais italianas (!) à maneira de um Frank Sinatra mais maluco:

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Quer mais? Ainda tem o Mr. Bungle, a banda mais "oficial" das que Patton integra e provavelmente a que mais se encaixa no rótulo alternativo, tocando uma música (ou seria a trilha de um filme macabro?) que tem o sutil nome de "My Ass is on fire".




Mike Patton é um cara eclético, não há dúvidas. Talvez por isso mesmo, genial.


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