Via With Lasers
..
Com a intenção de mapear o cenário musical de Santa Maria, mas sem se descuidar do que acontece no mundo da música, o Cena Beatnik nasceu. Com a intenção de mapear na rede notícias interessantes sobre música e produzir conteúdo à respeito, ele continua. Jornalismo musical com downloads e vídeos também, se isso for possível.
Santa Maria tem uma das melhores bandas tributo aos Beatles que conheço. Ela se chama "Band on the Run", e, como o próprio nome dá a entender, toca também músicas da carreira solo de Paul McCartney - "Band on the Run" é o nome do 5º disco de Paul, e o 3º com os Wings, a banda que o acompanhou em boa parte da carreira solo.
Depois de três apresentações no Theatro Treze de Maio, principal palco cultural de SM, eles aproveitaram a data de 40 anos do clássico disco dos Beatles, Sgt. Pepper's Lonely hearts Club Band, e fizeram um show, no mesmo local, em que tinham como proposta tocar o disco na íntegra e mais ainda algumas canções do Magical Mistery Tour, com os arranjos mais próximos possíveis do original.
Para isso, os cinco integrantes da banda - Lauro Vinícius, baixo, vocais e piano; Marcos Araújo, guitarra, violão e vocais; Renato Molina, vocais; Guilherme Zanini, guitarra; Gilson Santos, bateria e percussão; e Saulo Silva, baixo e piano; - recrutaram um maestro, que teria de fazer os arranjos para o quarteto de cordas e o de sopro. Gilvano Dalagna, o "George Martin" convidado, é violonista recém-formado pela UFSM. Nunca tinha regido uma mini-orquestra no palco, mas se saiu muito bem na adaptação dos arranjos originais, bem como na condução dos músicos durante o show. Foi, certamente, o ponto alto da noite, principalmente por ter dado um toque diferenciado e exclusivo a proposta da Band On the Run.
Vale citar como destaques do show também o cuidado impecável com a cenografia e com a qualidade em si do espetáculo, no que diz respeito a iluminação do palco e a qualidade do som; a atenção da platéia, que olhava o show como quem olha uma peça de teatro, tendo o devido cuidado com o silêncio e com o bom andamento da apresentação; o vocal de Renato Molina, veterano músico da cidade que fez sua estréia na banda, tomando para si com muita propriedade os vocais originalmente feito por John Lennon, principalmente em "Lucy in the Sky With Diamonds" e nesta que o vídeo abaixo mostra, "I am the Walrus"...
E em "Strawberry Fields Forever"...
Outras amostras do show podem ser vistas aqui, inclusive das músicas cantadas por Lauro Vinícius, o "Paul McCartney" da Band on the Run. Com um timbre de voz bem parecido ao de Paul, Lauro é, sem dúvida, um dos que melhor faz o "papel" de Paul McCartney ao vivo que conheço.
..
** Foto do setlist catada no blog de Felipe Machado, do Estadão. Onde se lê "Cornell" é a parte acústica do repertório. No Rio, foram tocadas Call Me A Dog, Billie Jean, Getaway Car, Finally Forever, Wide Awake e Like a Stone. Depois de "Slaves & Bulldozers", ainda teve um medley final, como Searching With My Good Eye Closed / 4th Of July / Like Suicide / Whole Lotta Love - sim, esta última do Led Zeppelin, banda que muito influenciou o Soundgarden.
Precisa dizer que o repertório foi muito bom? Clássicos do Soundgarden - Outshined, Fell On Black Days, Rusty Cage, Black Hole Sun - faixas da carreira solo de Chris - Can't Change Me, a cover acústica de Billie Jean, do Michael Jackson, presente no seu último disco - algumas músicas do Audioslave e mais três (!) músicas - Call Me A Dog, Hunger Strike e Pushin' Forward Back - de um dos melhores discos produzidos na década de 90, o Temple of The Dog, sobre o qual já falei aqui no final de um dos últimos posts publicados.
Aqui abaixo vai um vídeo com um medley - Call Me a Dog /Preaching the End of the World/ I Am the Highway - do set acústico de Chris em São Paulo.
Algumas opiniões sobre o show:
"O show foi realmente excelente. O Cornell até que cantou bem, comparado com outras ocasiões, e a banda que o acompanha é sensacional - o baterista é um 'monstro', os dois guitarristas são ótimos e o baixista é extremamente seguro. O lance da "revoada de palhetas" foi bem divertido e o repertório foi matador..."
(Regis Tadeu, editor da revista Cover Guitarra e frequentador assíduo do programa da Luciana Gimenez na Rede TV, na comunidade da Bizz no Orkut)
"Realmente foi um bom show. E eu teria perdido se não fosse esse tópico. Slaves And Bulldozers foi um dos grandes momentos ao vivo do ano. E se em São Paulo não rolou Pushin' Foward Back como no Rio, pelo menos teve um momento para o fã do Soundgarden de carteirinha: a cavalar Loud Love, que é pré-Badmotorfinger "
(José Flávio Júnior, Veja São Paulo e Bravo, na mesma comunidade)
"Apesar de alguns momentos de tédio e clichês desnecessários (nada menos do que dois solos de bateria), Chris Cornell e sua banda conseguiram segurar a platéia. Encerraram a festa por volta de 0h10 com um épico cover de "Whole Lotta Love", do Led Zeppelin, principal referência do Soundgarden, para uma uma platéia cansada, mas satisfeita"
(Pedro Carvalho, em reportagem para o Uol)
***
Para ver outros vídeos do show no Rio, clique aqui e escolha. Em São Paulo,clique aqui e escolha, da mesma forma.
Não poderia deixar de postar, em se tratando de uma das grandes bandas do século XX, ainda mais ao vivo.
A abertura do show, com Good times, Bad times, dá para ver abaixo. Aproveitem para olhar enquanto a gravadora da banda, a Warner, não tira os vídeos do ar por questões de Copright, como já fez com uns quantos que já tinha sido postados.
O repertório do show:
Good Times Bad Times'
'Ramble On'
'Black Dog'
'In My Time Of Dying'
'For Your Life'
'Trampled Under Foot'
'Nobody's Fault But Mine'
'No Quarter'
'Since I've Been Loving You'
'Dazed And Confused'
'Stairway To Heaven'
'The Song Remains The Same'
'Misty Mountain Hop'
'Kashmir'
'Whole Lotta Love'
'Rock And Roll'
Crédito foto: Westenberg/Getty
.