6.06.2007

"Cena" de Santa Maria & afins

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Fazia tempo que não divulgava festas e shows em Santa Maria - algumas questões me impediam disso. Porém, aí vão os cartazes e as infos de duas coisas que vão acontecer nesta semana:






Festa Rocka Surf

Como o cartaz entrega, Rocka Surf é uma festa temática que ocorre no Macondo Bar onde se toca rockabilly, surf music e Psichobilly, todos estilos rápidos e bastante dançantes.

A novidade desta edição é a presença da banda porto-alegrense MiniBand, bem conhecida no meio underground da capital, mas aqui por Santa Maria uma completa desconhecida.
Dá uma olhada num trecho do release deles:

" A Mini Band! é um trio formado por Samuel (vocal/guitarra), Alê Cereja (bateria/vocal) e Ferry (baixo). Tocam um som auto-intitulado como "psyco surfcore" (é, psyco sem h, sabe-se lá porque...) e, mesmo com pouco tempo de banda, já são uma das formações mais conhecidas do underground da capital gaúcha."

(Não diz muita coisa, mas foi tudo que achei deles. Melhor ir lá para ver como é a banda).


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Rocky Balboa em versão crema

Show da Crema


A segunda atração da semana é a volta da Crema, velha conhecida deste blog (aqui tem uma resenha sobre o primeiro - e até agora único - single da banda).

A novidade agora é que a Crema está com nova formação: sai Cauã na guitarra e entra o Neny Bittencourt, que já tocou na finada Maloca Blue, uma bela banda santa-mariense de rock'roll (alguns podem conhecê-la pelo especial Beatles que eles fizeram no Coyote Bar, quando este ainda ficava na subida da rua Angelo Uglione, perto do antigo Cine Glória).

Segundo Márcio Gomes, vocalista e tecladista da Crema, a saída de Cauã foi "amigável". O guitarrista agora toca com a Sonnets, também velha conhecida de quem visita esse blog.

Na batera, quem assume sexta é o Chibo, que volta a fazer show com a banda depois de um tempo afastado. Completa a formação o baixista e vocalista Anjinho.

Abaixo, vão as imagens (e o som, lógico) da banda tocando "Você Sabe Sim", também no Macondo.


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Abrindo um parêntese-desabafo


Vocês podem se perguntar: mas, afinal, porque tu só divulgas eventos que acontece no Macondo?

Bem, de maneira simples, digo que é pelo fato de que no Macondo acontecem coisas (festas, shows) relavantes pra cultura de Santa Maria, muito mais do que, por exemplo, as festas do Absinto Hall, ou as boates universitárias do Aldeia Bar, para ficar em dois casos. Isso qualquer um pode perceber, não sou apenas eu que digo. E não vem ao caso detalhar o porquê que uma noitada no Absinto não ter tanta importância para a cena cultural da cidade como uma festa temática dum estilo marginalizado do rock'roll.

É uma pena que a dita cultura "mainstream" não se organize com a eficência da chamada cultura "alternativa" em Santa Maria. Esta última, promovendo festas, espetáculos, shows, sem o uso de publicidade massiva ou o apoio institucional de meios de comunicação, acaba não tendo tanto o foco voltado para o lucro, o que faz com que a criatividade e a diversidade de estilos seja a tônica destes eventos. Mas não se explica essa disparidade apenas pela questão do lucro: muitas vezes, é preguiça das casas de shows/festas/teatros já consolidados em buscar criar uma consciência crítica em seus frequentadores.

Nesse cenário, o "circuito alternativo" - sempre entre aspas, porque o alternativo aqui é o que usualmente falamos - forma-se um público com muito mais senso crítico da realidade e conhecedor das autênticas manifestações culturais de seu tempo e habitat. Ele certamente não será o alienado que aceita tudo que uma rádio comercial impõe como padrão musical de referência, para ficar no exemplo da música, ou aquele que compra a idéia de um blockbuster americano como única verdade em matéria de se fazer e ver cinema: será sim aquele que, incentivado a conhecer as diferentes formas e modelos das manifestações artísticas - música, teatro, cinema -, estará mais apto para aprender e crescer em sabedoria com essas manifestações. A partir disso, o que se fará com essa maior consciência, não importa: interessa é ampliar o acesso das pessoas à esse tipo de conhecimento.



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3 comentários:

Augusto Paim disse...

Tu tocou no ponto central de toda a crítica que se pode fazer ao jornalismo cultural praticado pelos grandes veículos. É essa a nossa luta.

Agora, que gravadora é essa do novo álbum da Cachorro? Baixei e to ouvindo!

Abraço.

Leonardo disse...

É da Deckisc, coloquei o link pro site no post. É uma relativamente nova, mais "distribuidora" do que gravadora, ao que me consta - pelo menos não gravadora daquelas clássicas que a gente vê e ouve.

Elisa Fonseca disse...

Sabe duma coisa?
Esses dias fui no Maktub.. eis um bom lugar pra ti divulgar algo tbm - qdo for divulgar.

Há tbm festas legais, e sem dúvida há um público mais interessado em algo de fundamento - bem além dos outros estabelecimentos que tu aí no post.

Essa questão dos lugares alternativos e tal.. Eis uma questão que a gente vai discutir sempre, por blog ou ao vivo.

Abço Léo!