Como anunciado no post de 5 de maio deste mês, o Cascavelletes voltou. Não pra valer, mas os quatro integrantes originais da banda (Flávio "Júpiter Maçã" Basso no vocal, Frank Jorge no baixo, Nei Van Sória na guitarra e Alexandre Barea na bateria) decidiram fazer um show único no auditório da Fiergs, em Porto Alegre, no sábado 12 de maio.
Uma grande amiga deste blogueiro, a Juliana Seben, estava lá na Fiergs e deixa a sua impressão logo abaixo do que foi o show de uma das grandes bandas gaúchas de todos os tempos 16 anos depois do seu fim oficial.
O Velho Rock’a’ula
Um show. Como assim mesmo se anunciava. O encontro dos Cascavelletes depois de 16 anos de separação pode ser considerado (ao menos sob o ponto de vista dos fãs) um marco na história do rock gaúcho.
A banda que fez sucesso nos anos oitenta e noventa se reuniu novamente (sim! Os quatro!) em um final de semana do mês de maio para fazer uma única apresentação, aglomerando gente de todas as idades,
A geração que acompanhou a trajetória dos caras e (ainda bem) influenciou outras, que continuaram sedentas pelo rock nu e cru da Cascavelletes, pôde ver os quatro integrantes de uma das mais conhecidas bandas do sul no cenário brasileiro, no palco, juntos outra vez.
Fica difícil falar de um espetáculo que na sua forma já assim representava. Difícil mais ainda organizar as emoções em poucas linhas para poder compartilhar com o leitor; ao menos existe o Youtube para pode assistir aos registros de um encontro inacreditável.
Aos que percorreram durante todos estes anos os shows das carreiras isoladas de Flávio Basso (o Júpiter Maçã) Nei Van Sória, Frank Jorge e Barea, ficou reservado um retorno às décadas férteis do rock nacional, materializado inclusive pelos habitantes da platéia (como Jacques Maciel, vocalista da Rosa Tatooada e que, junto com seu baterista, o “Bareazinho”, formam a trupe de ex-roadies da Cascavelletes, que fez questão de assistir da parte de baixo, quase ao meu lado).
Isso sem contar os outros roqueiros gaúchos que dos bastidores conferiram toda a apresentação e que, assim como eu, são autores de relatos emocionados sobre o show (interessante ver os comentários de Rafael Mallenoti, da Acústicos e Valvulados).
Incrível pensar que por um momento fãs e ídolos são parte da mesma massa. E foi ela que conferiu de perto as performances, hoje não tão obedientes, mas totalmente irreverentes de Flávio, que mostrou ainda ser um legítimoshow-man, os backing vocal de frases escrachadas de Frank as canções com a voz marcante de Nei.
Para quem esperava uma apresentação longa, deu com os burros n’água: o show durou um piscar de olhos, envolvido por canções (15 delas) como “Carro Roubado”, “Nega Bombom”, “Ugagogobabagô”, “Lobo da Estepe”, “Dotadão”, “Seja Minha amiga”, “Mini-saia sem calcinha”, as mais conhecidas “Jéssica Rose”, “Morte por Tesão” e “Menstruada” e a balada mais famosa das rodas de violão “Sob um Céu de Blues”.
Nesta altura os quatro já pareciam se render à receptividade da galera que lotou o centro de eventos da Fiergs, não necessariamente para vê-los, é certo - o show fez parte da festa de 10 anos da Rádio Pop Rock, com mais de 10 apresentações de bandas gaúchas e nacionais. Mas que conferiu ao vivo, a cores, carne (muito mais que antes) e ossos, expressões bem mais simpáticas dos quatro uns com os outros, chegando a dividir o mesmo microfone.
As ondas sonoras que emitiram o quarteto mágico não poderiam ter sido mais fabulosas. Um dos momentos mais emocionantes foi, sem dúvida, quando da canção "Lobo da Estepe", o sublime ouvido através dos acordes do violão de Nei. "Ca-ro-li-naaaaaa" foi seguida por calorosos aplausos e, por segundos, a lágrima não caiu.
Ao final, e depois do “bis” entoado pela multidão, o grande abraço: o que certamente não consegui registrar, graças aos sentimentos que me fizeram paralisar e relembrar de toda a história que me levou até ali, afinal, foram eles que me revelaram um outro estilo de vida (embora esta afirmação soe tão radical e eles tenham formado a banda no mesmo ano que eu nasci).
Fica uma pontinha de esperança de revê-los novamente e por um longo tempo em cima do palco (seus lugares por excelência). O consolo? Espero que, assim como aconteceu comigo, o encontro sirva para mudar percepções e influenciar musicalmente a garotada que circulou por lá: passemos a escutar o rock simples e completo outra vez.
Ah! A banda que abriu para a Cascavelletes se chama Identidade e já passou duas vezes por aqui. A parte mais legal é que os guris eram fãs dos Casca. Além de tudo, uma mensagem bacana. Feito!
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Como bem disse a Jú no texto, alguns vídeos do show foram parar no You Tube. O de logo abaixo é eles tocando o clááássico "Jessica Rose". A qualidade das imagens não é das melhores (sabe como é, gravação feita por câmera amadora, no remelexo de quem está no meio da platéia), mas dá para ter uma boa idéia do que foi o show.
Aqui dá para ver a abertura do show.
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3 comentários:
Eeeeeeeee eu estava lá do ladinho da Ju!!! foi tudo isso q ela disse aí e mais um pouco!!! =))))
Bjooo, Miri.
Lindo relato Ju!
Senti até uma pontinha de inveja de ti (mas daquela faixa branca)...hauhuhauha...
O vídeo também é show, embora o áudio não favoreça muito.
A identidade bem poderia fazer outro show na cidade, pra eu poder conferir se eles são tudo isso que a Ju fala...ahuahauha...
Figuraçaaa JU!
BJão,
Luis
Que legal fazer essas parcerias, Léo!
Trocadilhamente, ficou show!
Ehehehe.
Abraço!
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