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Sete anos depois do encerramento, uma das bandas mais influentes do rock gaúcho volta às atividades e faz show em Santa Maria neste sábado.
No rock gaúcho recente, do final da década de 1980 até hoje, não existe banda que mais influenciou outras do que a
Graforréia Xilarmônica. A mistura de sonoridades (rock’roll, jovem guarda, surf music, música nativista, tropicalismo, dentre outras), as mudanças de andamento bruscas, que lembram uma música erudita desconstruída, as letras de um bom humor tosco e pra lá de irônico, a linguagem urbana típica do gaúcho de Porto Alegre: são todos elementos que, através da Graforréia Xilarmônica, tornaram-se símbolo do que o país inteiro chama de “rock gaúcho”. De tanta gente que influenciou, a Graforréia se tornou um daqueles casos de banda mais reconhecida por outras bandas e músicos do que pelo próprio público. Ou, como também se diz, “uma banda à frente do seu tempo”.
Formada em 1987 por Frank Jorge (baixo e vocal), Marcelo Birck (guitarra e vocal), Carlo Pianta (guitarra) e Alexandre Ograndi (bateria), a Graforréia lançou o seu primeiro disco somente em 1995, o “Coisa de Louco II”, considerado por muita gente da crítica musical como um dos vinte melhores do rock nacional de todos os tempos. É dele um dos grandes clássicos da música produzida aqui no estado, “Amigo punk”, dos inesquecíveis versos:
"Amigo punk, escute este meu desabafo
a esta altura da manhã já não importa o nosso bafo
pega a chinoca, monta no cavalo e desbrava essa coxilha
atravessa a Osvaldo Aranha, entra no parque Farroupilha”
Três anos depois, veio o segundo disco, “Chapinhas de Ouro”, não tão bom quanto o primeiro, mas ainda assim uma excelente coleção de canções das mais diversas sonoridades, com destaque para a faixa “Eu”, regravada pela banda mineira Pato Fu.
Já sem Marcelo Birck, um dos dois compositores principais (o outro é Frank Jorge), a banda decide encerrar “oficialmente” as atividades em 2000. “Oficialmente” entre aspas mesmo porque, de vez em quando, os três integrantes remanescentes ainda tocavam juntos, em shows esparsos em Porto Alegre. Mas cinco anos depois, eles decidem voltar “oficialmente” e gravam o seu terceiro Cd, “Ao vivo”, lançado pela gravadora Senhor F discos no final do ano passado e produzido por Kassin (Los Hermanos, Caetano Veloso) e Berna Ceppas.
É na tour deste Cd que Santa Maria recebe a Graforréia neste sábado, no Macondo Bar (veja o cartaz aqui), a partir das 22h, em festa que comemora os dois anos do bar.
Os ingressos custam R$ 10,00 e estão à venda na loja anexa ao Macondo, a Sick Machine. Na hora, sai R$ 12,00. Boa chance para ver uma das bandas mais criativas já nascidas no RS, e, de quebra, entender que diabos é esse tal rótulo de “rock gaúcho”.
Blog da banda: http://ranchodealvorada.blogspot.comSite:
http://www.graforreiaxilarmonica.com.br
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