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Banda Consuelo mistura funk de raiz com rock, pop, punk, surf music, música latina....
Um desavisado passa por um local que lembra uma garagem sem porta e escuta um barulho, que não é de som mecânico e sim ao vivo. Após alguns segundos, reconhece como sendo uma música do guitarrista mexicano Carlos Santana. Ele pára, resolve escutar mais, e reconhece outro som, desta vez um rock mais pesado, do Queens of The Stone Age. O desavisado agora gostou, e decide ficar mais tempo ali, com o ouvido na parede que dá para a dita garagem. Logo vem “Search and Destroy”, do padrinho do punk rock Iggy Pop e os seus Stooges – não com a mesma intensidade, mas com uma levada diferente. Alguns minutos depois, é a vez de Chico Science e Nação Zumbi; a próxima, Tim Maia da fase Racional, faz com que o desavisado - a esta altura agradecendo silenciosamente por passar ali como ‘desavisado’ - comece a tentar acompanhar o ritmo batendo com as mãos na parede. Acende um cigarro, olha para a rua semi-deserta à noite, e deixa o ouvido guiar o movimento desajeitado do corpo. Seguem-se mais três músicas, da fase áurea do Red Hot Chili Peppers, e a essa altura, o desavisado já resolveu entrar no local, movido pela curiosidade de saber qual/quais bandas está/estão tocando.
São músicas tão diferentes entre si que nem parece apenas uma banda. Mas é, e ela tem o nome de Consuelo. A “ecleticidade” do repertório é explicado de uma forma simples:
_ Tocamos o que a gente gosta”, diz o vocalista/guitarrista da Consuelo, Marlon Henrique, 22 anos. “Gosto bastante de funk (o surgido nos EUA, não confundir com o carioca), mas blues, rock, pop, são influências que, de alguma forma, aparecem na nossa música”,
A banda, complementada por Marlon Bertoncello, 21 anos, na bateria, Renan Perlin, 21, na outra guitarra e Marcelo Dornelles, 23, no baixo, fez a sua primeira apresentação para o grande público na sexta feira passada, no Seattle Studio Bar. O show, com esse repertório dos mais ecléticos, durou cerca de uma hora e foi uma amostra do que uma música suingada, naturalmente dançante, pode fazer com quem escuta:
_ Quando tocamos as músicas do Red Hot Chili Peppers, não tão conhecidas e mais dançantes que os “hits”, o pessoal começava a se balançar no ritmo da música, mesmo que eles nem conhecessem o que estava sendo tocado”, diz Marlon, que junto com o seu xará baterista, são os “cabeças” da banda.
Da esquerda para a direita, Renan, Marlon na bateria, o outro Marlon no vocal, e um pedaço do Marcelo
Essa mistura toda no som, segundo eles, não é proposital, vindo naturalmente da junção do que gostam de tocar com uma pegada mais dançante do funk, onde o que importa é mais o ritmo do que a melodia em si. “Não nos importamos em parecer uma coisa, ou tocar só para agradar a todos, acreditamos que deva ter gente que gosta do mesmo que a gente gosta e que vai curtir o som” comenta o vocalista. Ele critica as bandas santa-marienses e os músicos que, normalmente, são muito fechados em um estilo só. A procura por um baixista serve de exemplo dessa dificuldade: eles falaram com uns quantos que, inicialmente topavam, mas era só mostrar o repertório, de funk, rock, música latina e outras misturanças, para que se sentissem acuados e desistissem, sem dar maiores explicações.
De tanto procurar, acabaram achando um baixista na cidade de origem dos dois, Jaguari. Completando a formação, juntou-se mais um guitarrista, também de Jaguari, e, até o show no Seattle, foram apenas 3 ensaios com a banda completa.
O nome da banda foi escolhido através de uma “confusão” ao escutar uma música do Santana. Em determinada passagem, eles entenderam que o mexicano dizia, em espanhol, “Consuelo”, quando na verdade a frase certa era “los cueros se llamam”. Mesmo depois de entenderem a letra, resolveram nomear a banda com o Consuelo mesmo.
Para o futuro, a banda só tem um projeto definido: tocar bastante.
_ Para compor músicas próprias é cedo, temos de ter mais entrosamento como banda, o que só vai acontecer se tocarmos bastante, diz o vocalista.
Fotos: Arquivos da banda
- Jornal A Razão, 27 de Abril de 2006 (com modificações) -
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3 comentários:
ei, valeu as palavras de carinho e incentivo ao 'Aluado'... Há dias que se pensa 'pra que essa m+?'... mas se vai em frente em nome da boa música.
Prazer em conhecer esta 'Cena'!
...E 'Nei Lisboa' tem cantinho no meu coração.
Força sempre.
TchÊ Foletto, tu é foda! Eeheheh.
Essa matéria é das antigas, hein!
Quando começou o texto, eu achei que fosse recente e que fosse na Borracharia Pub. Depois é que me dei conta!
Muito massa!
Abc.
cara!!!! a musica eh boa mesmo... e contagia!!!!! eu conheço o vocals desde piah!!!! aprendemos guitarra junto!! mas o cara eh mestre!!!!! eu parei no tempo!!!!! mas sigo ele!!! sou o segundo guitarrista!!!! abraço!!!
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