Mostrando postagens com marcador Novo disco. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Novo disco. Mostrar todas as postagens

11.06.2008

Milagre!

.


Com pré-venda, anúncio de "O mais aguardado de todos os tempos", vídeo promocional no Youtube e anúncio de lançamento mundial em 23 de novembro - no Reino Unido, está marcado para o dia 24, não me pergunte porquê. Será que alguém ainda espera com ansiedade pelo disco?

De qualquer maneira, virou um fenômeno tão inexplicável esses 13(!!) anos de espera para o lançamento que vale até a pena dar uma escutada. Nem que seja para comprovar o óbvio: que o disco é uma bela duma merda.


Via Trabalho Sujo
..

.

9.05.2008

Solo

.



Taí a capa do primeiro disco solo do Marcelo Camelo, a ser lançado oficialmente na próxima segunda-feira, 8 de setembro. É inspirada num poema concreto de Rodrigo Linares, artista carioca - aqui, apresentado em uma matéria no overmundo pelo irmão de Marcelo, Thiago Camelo. O "concreto" do poema reside muito no fato de que, virando a capa do disco, lemos "nós" em vez de "sou".

É sabido de muita gente que o disco é um dos mais esperados do ano, tanto que o Terra fez um bonito hotsite especialmente para divulgação dele. Neste espaço, desde a última semana, foram colocadas 3 faixas para baixar; outras 7 estão sendo disponibilizadas esta semana.

Mas na rede tudo se espalha, e alguém já tratou de colocar as 10 músicas para download - aqui tá o link para download. O disco inteiro vai ter 14 faixas.

***


Mas e aí, o que dizer do disco?

Das coisas que li na rede sobre o disco, poucas eram resenhas. Mas durante a semana elas foram saindo, como essa que o Alexandre Matias fez e outra do Ricardo Schott, no JB - que eu só consegui ler via orkut. Mas a maior parte do que está saindo, por enquanto, são notícias, com informações parecidas das que trouxe acima e das que coloco aqui abaixo, para contextualizar:

O disco estava sendo gravado desde 2007, nos meses que se seguiram a"pausa" dada pelos Los Hermanos, em junho de 2007. Todas as composições são de Camelo, que também produziu o disco. Mas houve participações especiais: Dominguinhos tocando gaita em "Liberdade", Mallu Magalhães cantando e tocando violão em "Janta" e a banda paulistana Hurtmold acompanhando Marcelo em quase todas composições, como mostra o vídeo abaixo de "Téo e a gaivota", a primeira faiza disponibilizada no myspace do Camelo, quando ainda era somente instrumental.


Marcelo e o Hurtmold saem em turnê pelo Brasil nos próximos dias, com direito a show pelas principais cidades brasileiras. Na maioria dos locais, os shows vão ser em teatros, com a platéia sentada - o que pode dizer muito das atuais pretenções/expectativas sobre o cara.

***



No hotsite que fizeram para o lançamento do disco, há um release do álbum escrito pelo irmão do Marcelo, Thiago Camelo. Um release muito bem feito, por sinal. Diz que esse disco ajudou a trazer Marcelo para mais perto de Thiago, já que, mesmo sendo irmãos e tendo uma intimidade de irmãos, as vezes um mundo separava ambos.

O texto toca numa questão que também me chamou atenção nas músicas de Sou: a sinceridade de Camelo. Por mais que haja canções com um ar singelo milimetricamente calculado, isso não soa tão forçado quanto possa parecer; soa, sim, como parte do grande esforço de Camelo em agradar o seu público, tão desejoso de referências singelas. E, ao que parece, agradando o seu público ele estará agradando (e muito) a si mesmo.

Musicalmente, as faixas de Sou escancaram as diversas referências musicais do cantor; vão de um extremo (samba, bossa nova) à outro (indie rock) com alguma naturalidade - e, de certo modo, também com uma originalidade surpreendente, fazendo com que, em diversos momentos, todas essas referências se misturem e torne difícil uma separação do que é influência do quê.

Das 10 músicas que escutei, destaco três: Doce Solidão, uma incrível melodia assobiável com assobio, como disse certa vez, candidata à primeiro hit do disco; Copacana, à moda das antigas marchinhas de carnaval, singela homenagem ao bairro do Peixoto, que fica dentro de Copacabana, onde "os velhinhos são bom de papo" e "as gordinhas um alvoroço"; e, por fim, a bilíngue Janta, parceria com Mallu Magalhães, cantada em inglês e português, de melodia muito bonita, outra candidata à hit.

Cabe ressaltar que ainda falta escutar 4 músicas do disco. O fato de Camelo não ter disponibilizado elas para download grátis pode significar que, talvez, ele tenha guardado o melhor para o fim, "escondendo" estas quatro músicas. De qualquer forma, já dá para dizer, sem medo nem vergonha, que Sou é um bom disco - ao menos um tantinho melhor que 4, o último do Los Hermanos. O que não é pouca coisa.

..

8.28.2008

Mogwai e o post-rock

.


O Mogwai é uma banda escocesa que alguns encaixam no rótulo post-rock, que seria um rock onde as melodias, acordes, harmonias, progressões e afinações fogem do "comum" do rock que se está acostumado a escutar - aquele que o clichê reduz a algo do tipo quatro cabeludos posers tocando música "pesada".

Junto de outros ditos representantes do estilo - Tortoise, Godsepeed You! Black Emperor, God Is An Astronaut, Explosions on the Sky, Sigur Ros, dentre outros -, o Mogwai toca um tipo de música que, confessamos, não é nada fácil. São melodias algo melancólicas, recheadas de guitarras barulhentas e minimalistas, ritmos intrincados, barulhinhos esquisitos e, ainda por cima, sem vocal em boa parte das músicas.

O clipe abaixo é uma boa amostra para se iniciar em Mogwai; é um som mais tranquilo, "solar", melodioso e criativo como poucos, ilustrado por imagens que o tornam desde já uma pérola moderna do nonsense. A música é The Sun Smells Too Loud, uma das faixas do 6º disco de estúdio da banda, The Hawk Is Howling, a ser lançado no dia 22 do próximo mês.



P.S: Não só o nome das bandas do post-rock são inventivas; as músicas também. "I'm Jim Morrison, I'm Dead" e "I Love You, I'm Going To Blow Up Your School" são nomes de músicas do próximo disco do Mogwai; "The Earth Is Not a Cold Dead Place" é o nome do 3º disco do Explosions in the Sky; "All Lights Fucked on the Hairy Amp Drooling" é o nome do primeiro disco do Godspeed You Black Emperor!, dentre outras pérolas da criatividade.

.

8.20.2008

Novo Dylan

.

Não contente com uma tour mundial no auge de seus 67 anos, Bob Dylan vai lançar um novo disco em outubro próximo. Intitulado Tell Tale Signs, o novo Dylan será uma compilação de 27 músicas gravadas no período que vai de 1988 a 2006, entre inéditas, versões alternativas e ao vivo de músicas já gravadas.

Uma das faixas, Dreaming of you, está disponível para download no site oficial de Dylan. E o disco - que é duplo - já está em pré-venda aqui, ao custo de $18,99.

Aqui dá para ver todas as faixas do disco.

Tell Tale Signs vai ser vol. 8 da chamada Bootleg series, discos que foram lançados para dar saída a um material inédito do cantor e evitar que eles acabassem sendo lançados como piratas - daí o nome "bootleg". O material desses "piratas oficiais" traz desde shows históricos do americano, como o The Bootleg Series Vol. 4: Bob Dylan Live 1966, The "Royal Albert Hall" Concert, até a trilha sonora do documentário No Direction Home, The Bootleg Series Vol. 7: No Direction Home: The Soundtrack, passando ainda pelo histórico The Bootleg Series Vol. 5: Bob Dylan Live 1975, The Rolling Thunder Revue, que documenta a tour que Dylan e mais um baita grupo de artistas fizeram para o lançamento do disco Desire, de 1976.

.

8.05.2008

Clipping de terça

.

Jackons Five pode voltar. Pena que, parece, seria só para uma premiação.

O último dia de John Lennon, parte um e dois, em texto do bom blog português Sound+Vision.

Para baixar os shows do último Lollapalooza, o conhecido festival americano que sempre está de volta. Tem Radiohead, The Racounters, Blues Traveler, Wilco, Rage Against the Machine...

Por falar em Radiohead, Thom Yorke comunica que há uma nova e melhor versão do inovador clipe de "House of Cards" para baixar.

Irmão do Rogério Flausino (mais um) lança o Manifesto Agroboy, uma das maiores barbaridades já vistas nos tempos recentes;

Uma visão satírica e outra mais crítica ainda sobre os shows no Brasil do Muse, a banda que um dia tentou ser o Radiohead mas se perdeu nos clichês do heavy metal e da auto-ajuda.

Relação de músicas e a capa do novo disco do sempre pretensioso Rappa.

Pra fechar, listinha da Rolling Stone com os 15 melhores últimos discos de artistas.


P.S: A foto de abertura do post é do mega-colisor de hádrons - ou a "máquina do fim do mundo" - produzido no CERN, o laboratório que inventou a Web, na Suiça. Mais imagens e informações no blog do Matias.

..

5.06.2008

Pérolas Videoclípticas (14): Scarlett Johansson, Falling Down

Lembram de "Falling Down", primeiro single do disco da Scarlett Johansson de que falei semana passada?

Pois ele já virou clipe:


Como dizem por , ficou bem interessante a versão da moça, mesmo com as evidentes limitações vocais de Scarlett.

..

4.28.2008

Diva ou musa, Scarlett

.


Nome de diva ela ganhou quando nasceu, 23 anos e alguns meses atrás, filha de pai arquiteto - e dinamarquês, cidadania que ela também tem - e mãe produtora de cinema, ambos moradores de Nova York.

O Status de diva começou a aparecer quando ela fez o seu primeiro papel de destaque, como a jovem e sonhadora Charlotte, filósofa recém-formada, esposa negligenciada pelo marido fotógrafo à trabalho no Japão, em Lost in Translation (Encontros e Desencontros), de Sofia Coppola, lançado em 2003.

Da janela de um grande e alto hotel, é de fácil e frequente lembrança a cena de uma mulher solitária, tão à vontade vestida quão desconfortável denuncia seu olhar perdido pela imensidão de estímulos visuais que só a capital do Japão parece ter. Como também é fácil de lembrar - e guardar - a cena final do filme, do beijo-abraço entre Scarlett e Bill Murray ao som de "Just Like Honey" do Jesus & Mary Chain.

Scarlett Johansson ainda consolidaria seu status de diva, ou musa, nos filmes que se sucederiam ao Lost In Translation, como o drama de época Moça com Brinco de Pérola, o "blues movie" Uma canção de amor para Bobby Long, o excelente O Grande Truque, o noir Dália Negra, dentre outros filmes, até ter o primeiro grande homem a, publicamente, declarar Scarlett como sua musa, ou diva: Woody Allen.

Notório adorador de loiras, Woody usou de Scarlett em três filmes, por enquanto: Match Point, Scoop e Vicky Cristina Barcelona, este último a ser lançado no Festival de Cannes 2008, em maio, mas que já vem causando polêmica por conter cenas de lesbianismo entre Scarlett e Penélope Cruz - o que prova que Woody não é nada bobo em se tratando de mulheres.




O próximo passo para o status de diva-musa de Scarlett começa com essa imagem acima e com o nome Anywhere I Lay My Head, o nome do disco que a imagem acima é a capa. Scarlett gravou 10 músicas de Tom Waits e uma própria, Song for Jo, no ano passado, sob produção de Dave Sitek, da vanguardista banda de Nova York TV on the Radio, e que teve ainda a participação de David Bowie nos vocais em duas faixas.

O disco, que está pronto, será lançado em 20 de maio. Será a estréia em álbum de Scarlett como cantora, mas não a estréia dela na função, já que a moça já participou do disco Songs for Stars, trabalho em que estrelas do cinema e da tv cantam músicas conhecidas do cancioneiro pop americano - ela cantou, muito bem por sinal, "Summertime", de George & Ira Gershwin.

Anywhere I Lay My Head está sendo bastante aguardado e falado em todo o planeta, como era de se esperar. Já há pré-venda em diversas lojas americanas, como o Amazon. Em tempos de donwloads, streamings, Youtube, o álbum consegue manter o mistério; as faixas são conhecidas, os convidados também, mas ele não está disponível para download em nenhum lugar.

Em streaming, a única amostra até aqui divulgada é o single “Falling Down”, que na maioria dos sites só está disponível para a escuta nos Estados Unidos - mas depois de quase 30 minutos procurando, achei um que, melhor ainda, põe trechos de várias músicas do disco para escutar. Basta clicar aqui, e , ao fim da página, escolher em qual player você quer escutar.

..

3.19.2008

A grande banda do nosso tempo

.




Muito já se disse sobre o novo disco do Radiohead, lançado no final do ano passado.

A forma revolucionária de distribuição comercial de In Rainbows, onde cada pessoa escolhia quanto gostaria de pagar para baixar o disco direto de um site oficial - que não está mais disponibilizando-o para download- , foi citado em todos os cantos do planeta como uma espécie de quebra de paradigma no sistema de vendas da quase falida indústria fonográfica.

A repercussão rendeu chamadas elogiosas na Rolling Stone, do tipo "La banda que cambió las reglas del negocio", na capa da Rolling Stone Latin-América nº 119, de fevereiro deste ano; ou "O Futuro da Música pertence à Thom Yorke e ao Radiohead", na edição de fevereiro da Rolling Stone Brasileira; e matérias em importantes publicações, como esta no NY Times, esta na Wired, esta no Financial Times, da Inglaterra, ou aqui mesmo pelo Brasil, nesta matéria do G1, o portal da Globo.

Especulou-se muito sobre o porquê da banda adotar essa estratégia. O que se sabe é que ela funcionou muito bem, ajudando o disco a ocupar a 1º posição na parada britânica, americana, canadense, irlandesa - aí computando também os CDs vendidos de maneira "convencional", em lojas.

Mas se a música do Radiohead não fosse suficientemente boa, de nada adiantaria uma estratégia tão inovadora.

***


A música de In Rainbows não é "fácil". É um disco para se decifrar em várias audições, minimalista em esconder detalhes a cada segundo de música, competente em pôr uma camada de simplicidade pop por cima de toda a experimentação e conhecimento musicais ali dispendidos. É rock básico, mas também é experimental; melancólico, mas também sexy; pesado, mas também suave; erudito, mas também pop.

In Rainbows é, provavelmente, o melhor disco do Radiohead. É o som experimental da banda, explorada nos últimos discos - principalmente em Kid A, de 2000 - alimentado pelo lado pop bem feito dos primeiros discos. Como se, depois de experimentar radicalmente e fazer discos mais conceituais do que musicais, o Radiohead tivesse aprendido a dominar inteiramente o seu som, e, a partir daí, quisesse levá-lo para onde bem entendesse. In rainbows, então, seria a volta ao pop levado sob a tutela da experimentação.


***



"15 Step", a faixa de abertura de In Rainbows.


A música do Radiohead começou convencional, nada mais que um rock alternativo bem feito e bem tocado, como é o que se vê nos primeiros discos, Pablo Honey, de 1993, The Bends, de 1995. As melodias - e principalmente as letras - melancólicas do vocalista e guitarrista Thom Yorke chamaram atenção de muita gente, que passaram a ver Yorke como o "atormentado" da vez, carentes que estavam de um ídolo sofredor, já que Kurt Cobain acabara de morrer, em 1994. Os dois principais hits da banda à esta altura, "Creep", do primeiro disco, e "Fake Plastic Trees", do segundo, só confirmavam esta aura sofredora que cercava a banda e principalmente seu líder.

Se em The Bends o Radiohead começa a mostrar que, se era apenas uma banda de rock alternativo, era, pelo menos, a melhor do gênero na Inglaterra, Ok Computer, de 1997, vem para enfim ratificá-los como não somente uma das melhores da Inglaterra, mas também de todo o planeta. As boas melodias agora ganhavam toques experimentais, com uso de eletrônica e guitarras pesadas alternadas à violões límpidos e vocais épicos, somado a letras recheadas de (boas) metáforas sobre a relação homem X máquina, praticamente a temática do album inteiro.

Ok Computer é, para muita gente, o melhor disco da era pós-grunge. Para outros tantos, está nas cabeças dos 10 melhores dos anos 90. Com ele, enfim o Radiohead conheceu aclamação de crítica e público, ganhando respaldo para ousadias maiores, como se veria nos próximos discos.


***

"House of Cards, a faixa nº8"


Kid A
saiu em 200o, depois de uma extensa tour de divulgação de Ok Computer. As gravações foram tumultuadas; Thom Yorke sofreu de bloqueio criativo, e várias foram as discussões entre os integrantes da banda quanto ao rumo que o som deles estava tomando. O resultado de tudo isso foi Kid A, um disco radicalmente diferente de Ok Computer. O excesso de experimentalismo rendeu junto aos críticos a pecha de "suicídio comercial"; jazz, música erudita e elementos de eletrônica foram combinados num som que não era nada fácil de se compreender. Paradoxalmente, Kid A foi o disco mais vendido do Radiohead, sendo o primeiro da banda a ficar em primeiro lugar nas paradas americanas.

Amnesiac, o quinto disco, saiu em 2001, composto de sobras das sessões de gravação do disco anterior. Seguiu a rota de experimentalismo que a banda estava, e também o de sucesso comercial. Dois anos depois sai Hail to the Thief, um pouco menos experimental do que os anteriores, indicado ao Grammy de 2003 como melhor álbum de rock alternativo.

***



"Faust Arp, a faixa nº6"

Muito já se disse, também, sobre o fato do Radiohead - formado em 19888 em Oxford, Inglaterra, terra da famosa univeridade do mesmo nome - ser a melhor banda da atualidade, ou a melhor deste incipiente século XX, ou a melhor banda do nosso tempo - o que resume as duas coisas.

É interessante de se observar que tudo que leva o nome Radiohead tem uma qualidade pouco vista no cenário atual. Os cuidados da banda com cada passo que dá é de se admirar; nada é feito em vão, nada é lançado sem muito se ter pensado antes. Todos as ações dos ingleses de Oxford- da estratégia inovadora de lançamento do ultimo disco ao ótimo webcast que eles fizeram para a virada de 2007-2008, quando tocou na íntegra o In Rainbows, de onde os vídeos desse post foram tirados - parecem confirmar que o Radiohead é a grande banda do nosso tempo.


***

A Rolling Stone americana fez um excelente faixa-a-faixa de In Rainbows, inclusive colocando vídeos de cada música em apresentações ao vivo. Vale uma conferida.

Johnny Greenwood, o "líder" da banda ao lado de Thom Yorke, é multiinstrumentista e tem formação erudita - já foi, inclusive, compositor convidado da orquestra da BBC de Londres. É dele a excelente trilha sonora de "There will be Blood" (Sangue Negro, em português), filme de Paul Thomas Anderson que concorreu Oscar deste ano.
Johhny é irmão mais novo de Colin Greenwood, baixista do Radiohead. Completam ainda a formação da banda Phil Selway na bateria e Ed O'Brien na guitarra.

Aqui tem um link funcionando para baixar o disco.

E aqui é o site oficial da banda.

..

2.18.2008

Conquista


.

O White Stripes lançou recentemente um clipe para "Conquest", música gravada em seu último álbum, Icky Thump.

Como se não bastasse, resolveu, semanas atrás, lançar o mesmo clipe, agora com a música cantada em espanhol. É esse aqui abaixo:

A versão foi creditada a "Los Rayas Blanca" e será lançado oficialmente em formato single amanhã, 19 de fevereiro.

Em tempo: "Conquest" é uma música composta por Corky Robbins e popularizada nos anos 50 pela cantora Patti Page.

..

1.31.2008

Mais uma volta (Parte §)

.

Jim e William Reid, os donos do Jesus And Mary Chain


A notícia não é nova, mas também não é velha: no início deste mês, o Jesus And Mary Chain liberou três faixas demo no MySpace da banda: "War on Peace", "Cookies" e "Boiling Over", todas inéditas. As músicas foram extraídas das sessões de gravação do próximo álbum do Jesus, ainda sem nome.

E a pergunta que se faz: quem diabos é Jesus and Mary Chain?

O J&MC, formado em 1984 na Escócia, é uma das bandas mais cultuadas da década de 80, ao lado de nomes como Echo & The Bunnymen, New Order, The Smiths e The Cure. Em 1985, estreou no mercado com aquele que é considerado um dos grandes discos dos anos 80 e influência de boa parte das bandas indies que surgiram nos anos 90: Psychocandy. A banda lançou mais quatro álbuns até o derradeiro Munky, de 1998. Nenhum destes acabou tendo a importância histórica - e também a qualidade - do disco de estréia.

Para quem ainda acha que não escutou a banda, aqui abaixo vai a já clássica cena final de Encontros e Desencontros, de Sofia Coppola, onde toca "Just Like Honey", a faixa que abre o Psichocandy, numa das mais belas combinações imagem & som do cinema na última década.


.

1.09.2008

Mais Led Zeppelin

.

Ao que parece, não bastou o show de 10 de dezembro do ano passado para contentar os fãs do Led Zeppelin. A banda confirmou, em entrevista ao jornal britânico Daily Mirror, que vai tocar novamente no festival de Bonnaroo, que será realizado entre os dias 12 e 15 de junho, no estado do Tennessee, sul dos Estados Unidos.

Segundos as informações divulgadas pela imprensa mundial, quem mais relutou em fazer um novo show foi o vocalista Robert Plant. Dizem que ele só mudou de idéia quando viu as muitas mensagens implorando por novos shows mandadas para o site oficial da banda, o Ledzeppelin.com. A banda só vai decidir se faz uma tour mundial depois desse show.

Plant, vale lembrar, lançou um excelente disco em 2007: Raising Sand, em parceria com a cantora americana Alison Krauss. O álbum, que passeia pelo bluegrass, blues, country, dentre outros ritmos bem americanos, esteve presente em diversas listas de melhores do ano passado - como essa da Rolling Stone brasileira, que saiu na edição deste mês.

O Led também está de produto novo no mercado: o DVD The Song Remains the Same, filme lançado em 1976 que agora ganha uma "edição de colecionador" , com quatro músicas extras e entrevistas com o Plant e o empresário da banda, Peter Grant. O tracklist e a arte da capinha estão logo aqui abaixo:




Disc One:
01. Rock And Roll
02. Celebration Day
03. Black Dog (including Bring It On Home)
04. Over The Hills
05. Misty Mountain Hop
06. Since I've Been Loving You
07. No Quarter
08. The Song Remains The Same
09. Rain Song
10. The Ocean


Disc Two:
01. Dazed And Confused
02. Stairway To Heaven
03. Moby Dick
04. Heartbreaker
05. Whole Lotta Love.
..

7.19.2007

Show de um acorde só

.

Do blog do Lúcio Ribeiro, o "darling" da crítica musical indie brasileira:

"A banda White Stripes fez um show DE UMA NOTA SÓ no Canadá, na tarde desta terça-feira, dia17 de julho. O grupo finalizaria neste dia à noite sua turnê canadense, que foi marcada pela realização de um show-surpresa esquisito para cada show oficial em clube. O desta terça foi marcado para um bar (...)
Chegando lá, o povo foi informado de que
Jack e Meg White iriam sim se apresentar dali a meia hora. Mas seria um show DE UMA NOTA SÓ. Aí a equipe da banda montou o palco, ligou os amplificadores, armou a bateria, passou o som. Meia hora depois Jack e Meg chegaram, pegaram os instrumentos, tocaram uma nota e foram embora. É sério."

Há se de realçar que foi UM ACORDE, e não uma nota. Mas tudo bem, dá para relevar.

Não acreditei quando li isso. Mas o vídeo abaixo mostra direitinho.





.

6.18.2007

Setentão


.



Sempre custei a entender as comparações feitas do White Stripes com o Led Zeppelin. Diziam que a proximidade se dava um tanto pela voz de Jack White, outro tanto pelo pé fincado no blues que as duas bandas faziam questão de deixar bem claro nas pegadas das guitarras - o Led, como monstro sagrado do rock setentista, foi muito além dessa influência; o White Stripes, como uma das principais bandas do novíssimo século, ainda não teve tempo, mas caminha a passos largos para isso.

Pois bem. Esses dois pontos eram, pra mim, insuficiente para dizer que o "White Stripes soa como um Led Zeppelin mais crú", como se ouvia falar. Mas aí, por curiosidade, resolvi baixar o novo álbum do Stripes, "Icky Thump", que ainda nem foi "lançado oficialmente" e já caiu na rede.

Minha primeira impressão do disco, a começar pela faixa título, é que a comparação tem sua razão de ser. A voz de Jack soa parecida com a de Robert Plant, principalmente nas partes gritadas; o timbre da guitarra soa parecido com o de Jimmy Page - até o riff da faixa título lembra os clássicos mais pesados do Zeppelin, como dá pra se escutar e ver no clipe abaixo:



Nota-se no disco um cheiro de velharia setentista, que tanto pode remeter ao peso do Black Sabbath, ou às esquisites (no bom sentido) do Pink Floyd, vide o tecladinho estranho que aparece no meio de "Icky Thump". Caíria no clichê em dizer que todo o disco soa (e parece, vide a imagem da capa, que abre esse post) retrô.
Mas não há como não cair no clichê: ele é retrô.

Radicalmente diferente do anterior, Get Behind me Satan, de 2005, onde não se ouvia guitarra, aqui ela predomina em todas as faixas, seja pesadíssima como na faixa título, seja acústica como em "Prickly Thorn, Sweetly Worn", puxada para o blues em "00 MPH Torrential Outpour Blues", ou até mesmo com trechos lembrando o heavy metal em "Little Cream Soda".

Como um disco do Led Zeppelin, em meio a maioria de faixas pesadas, há as baladas acústicas etéreas e os temas mais puxados para o blues tradicional. Como o White Stripes de sempre, há também as faixas mais pop (vide "You Don't Know What Love Is") e a "tosquice", que permeia todas as faixas e que só uma banda como White Stripes, com apenas duas pessoas, consegue usar como trunfo.


****

Enfim, tire suas próprias conclusões baixando o disco aqui.
Como nem tudo é perfeito, algumas faixas (as últimas) são tiradas de rádio, então a qualidade não é das melhores.

Veja o tracklist:

1. Icky Thump
2. You Don't Know What Love Is
3. 300 MPH Torrential Outpour Blues
4. Conquest
5. Bone Broke
6. Prickly Thorn, But Sweetly Worn
7. St. Andrew (This Battle Is in the Air)
8. Little Cream Soda
9. Rag and Bone
10. I'm Slowly Turning Into You
11. A Martyr for My Love for You
12. Catch Hell Blues
13. Effect and Cause


..


6.04.2007

Novo Disco

.



A imagem acima é a da capa novo disco da banda gaúcha Cachorro Grande, "Todos os Tempos", recém-lançado pela gravadora Deckdisc.
Ele já está disponível oficialmente para baixar (mediante pagamento de R$ 1,69 por faixa) aqui.

Mas como esse blog apoia a "pirataria" do bem, aqui há um link para baixar o álbum, "de grátis".

A capa é linda, uma das melhores que eu vi nos últimos tempos.
O disco, ainda não escutei todo.
Mas o primeiro single, "Voce me faz continuar", tem clipe na MTV e no You Tube. Dá uma olhada aqui abaixo.


A banda criou um site para divulgar o álbum: www.todosostempos.com.br
Tem as letras , um faixa-a-faixa comentada, e mais outros detalhes.
Aqui tem também uma matéria mais completa sobre o disco, do portal globo online.

Ao que tudo indica, candidato forte para melhores do ano.
..

5.28.2007

Na rede (& o Lobão) - (2)

.

Voltando...


Não escutei o disco inteiro mais de uma vez ainda; portanto, não posso fazer um julgamento muito aprofundado. A primeira impressão minha é algo como: "Bah, o Lobão tem tanta música boa assim? ". Boa tantos nas letras, de qualidade bem acima da média do pop/rock nacional, quanto nas músicas em si, que o Acústico trabalhou muito bem, enriqucendo as melodias com arranjos excelentes.

Por via das dúvidas, fique com duas resenhas sobre o disco: a primeira, de autoria de Jimi Joe, foi publicada na Revista Bizz 213, de maio agora. A segunda, feita por Alex Antunes, está na Rolling Stone Brasil nº8, também de maio. Veja as duas, compare se quiser - a segunda me pareceu muito melhor.



O ritual do Habitual

Ao subverter sua própria ordem, Lobão senta no banquinho da indústria fonográfica sem ousar.

Como dizem os britânicos, "last but not least". Lobão, 50 anos de vida em outubro, bem mais de 30 dedicados à musica, se revelou nos, pelo menos, últimos dez, o elemento provocativo por excelência dentro do bem comportado pop brasileiro. Declarações provocadoras que incluíam argumentações tipo nem pensar em disco acústico porque isso era coisa de artista decadente precisando dar uma garibada na carreira, autoproclamando-se como um dos últimos independentes, comprando briga com as grandes gravadoras, propondo controle total do artista sobre a obra, assumindo-se como habitante de um igualmente auto-inventado universo paralelo: tudo isso aprece cair por terra com o lançamento do DVD/CD MTV acústico, a volta ao berço esplêndido das majors, contra as quais brigou quixotescamente nos últimos anos.

A questão básica diante desse Acústico MTV é justamente: por que isso? O que um Acústico MTV acrescenta à carreira de Lobão? Realmente, pouca coisa. Até porque ele já havia circulado por esse formato de violões e voz, ainda que não submetendo a uma grife específica. O Acústico MTV de Lobão não foge ao ritual do habitual já observado em outros títulos dessa série. A preocupação com a qualidade final do produto é exemplar. A sonoridade das 21 faixas do DVD (no CD, o repertório é de 18) é perfeita. Os arranjos, de acordo com a simplicidade exigida para a ocasião, também. Fora isso, não há surpresas. Tudo de acordo com a idéia de mostrar de forma mais leve e/ou despojada canções originalmente marcadas pela estridência das guitarras.

Certamente o Acústico MTV de Lobão vai ser mais um empreendimento bem-sucedido de um artista que, voltando aos ditos populares, não prega prego sem estopa, tendo usado sua tão propralada independência como forma de se manter ativo no combalido mercado fonográfico nacional. Por causa desse novo/velho trabalho, que serve de motivo para revisitações - umas menos, outras mais acertadamente - deve rolar uma bela excursão pelo país.

A observância das regras do formato encontra exceções em eventuais palavrões e referências a drogas. Uma forma de auto-afirmar a permanência do comportamento transgressivo. Fora isso, tudo nos conformes. Como dizem no Sul, aliás, parece que Lobão resolveu sossegar o pito e prudente e judiciosamente fazer as pazes com as majors, projeto que passa pelo relançamento de seu catálogo pela Sony/BMG. Resta saber se essa apropriada trégua é apenas um movimento estratégico e se o antigo discurso revoltoso vai se manter para além dos limites de Acústico MTV.
Mas, afinal, não custa lembrar que toda a referência autobiográfica costuma ser autocondescente.
Jimi Joe
Revista Bizz 213

_________________________________________________________



Lobo em Pele de Lobo

Cantor e compostior lança al-country treteiro

Lobão é o rei dos pirracentos do Brasil. Contratado pelo banqueiro e fabricante de armas Daniel Birmann para tocar no aniversário de sua esposa Thaís, no final de 2005, não tocou músicas as músicas conhecidas, foi interrompido e agredido. Ou seja, não é nem o caso de se vender - mas de vender e entregar outra coisa.
Por que abrir um texto do Acústico MTV do músico citando esse caso deprimente? Por três razões:
a) porque Lobão já disse que foi nessa ocasião que caiu a ficha de como sua posição - independente - era frágil;
b) porque Brimann tentou impedir, na justiça, Lobão de mencionar o ocorrido - então aí vai a minha contribuição para a pirraça;
c) e, principalmente, coloca-se a questão porque alguém pagaria um bom cachê para alguém tocar em um aniversário (ou seja, um capricho de magnata) para em seguida espancá-lo (ou seja, um capricho de magnata)?

Acontece que Lobão é um dos maiores compositores pop do Brasil. Nem falo das regravações de "Me Chama" (inclusive por João Gilberto), mas das excelentes músicas que se enfileiram aqui, de quase todos os seus discos (só ficam de fora Cena de Cinema, a estréia new wave de 83, e Noite, seu primeiro álbum indie, de 98). Músicas boas o suficiente para deixar de fora outras marcantes como "Vida Bandida" e "Vida Louca Vida" (e não, aí não é pirraça). Ou para deixar só no DVD coisas como "Revanche" e "Chorando no Campo". Violões, banjo, bandolim, gaita, piano, orgão, bateria, percussão, quinteto de cordas revelam a mistura de inspiração melódica e pegada nervosa de músicas tanto da fase das grandes gravadoras ("Me Chama", "Decadence avec Élegance") quanto da independente ("A Queda", "El Desdichado").

Tenso, denso acústico, ácido, Lobão é um dos artistas mais combativos do Brasil. E isso não tem nada a ver com usar camiseta do Che. Ou puxar briga com o Caetano (hum, se bem que ele puxou). Acontece que não adianta nada gravar seu melhor álbum - Canções da Noite Escura, 2005 - aqui representado pelas intensas "Quente" (parceria póstuma com Júlio Barroso, da Gang 90, o mesmo de "Noite e Dia") "Você e a Noite Escura" e "A Gente vai se amar" (tocada com os convidados da Cachorro Grande), e não ser ouvido pelo país todo. Lobão não chegou até aqui dando mole pra magnata. Ele pode - e deve - devolver o chute.

Alex Antunes
Rolling Stone Brasil 8

_________________________________________________________


Faça sua própria opinião baixando o disco aqui.

Site oficial do cantor
..

2.05.2007

Beatles do mal

.






Pouco tempo atrás, em Dezembro, publiquei aqui uma espécie de resenha sobre o "novo" disco dos Beatles, Love.

Pois bem: surgiu uma cópia profana de Love, que, como não poderia deixar de ser, se chama Hate. Produzida pelo ex-DJ alemão Fritz Von Rute, o CD propõe uma mexida mais abusada nas músicas dos fab four, inserindo barulhinhos eletrônicos e o "batidão" clássico das músicas eletrônicas mais pop.

O resultado, como era de se esperar, não ficou dos melhores.
Aqui dá para escutar "Drive my car" (que virou "Drive my war"),
e aqui "Tomorrow never knows", que virou "Tomorrow never blows".

Leia mais sobre Hate aqui.


..

12.22.2006

Review (6): O "novo" disco dos Beatles

.




Recém lançado, “Love” é uma colagem de várias músicas dos fab four para um espetáculo milionário do Cirque du Soleil


Trinta e seis anos depois do fim dos Beatles , um novo disco da banda mais importante do século XX é lançado. Logo vem a pergunta: é mais um caça-níquel ou um disco de “raridades” que nunca havia sendo lançado? A resposta correta seria nenhuma das duas. Love, que acaba de ser lançado pela EMI no país, é um trabalho artesanal de colagem de trechos de mais de 130 músicas do grupo britânico feito sob encomenda pelo produtor máximo do grupo, George Martin, em parceria com o seu filho Giles, para um espetáculo do badalado Cirque du Soleil (aqui é a página oficial do espetáculo)


Os beatlemaníacos podem até virar a cara, mas os Martin fizeram um bom trabalho. Não profanaram a obra do grupo colocando elementos eletrônicos, como poderia acontecer; simplesmente misturaram trechos de diversas músicas - em sua maioria da fase mais criativa do grupo, de Revolver (1966) ao Abbey Road (1969) – e fizeram releituras que não descaracterizam as canções e sim as dão outra roupagem, juntando riffs de uma música com solos de outras de maneira tão incrível que dá até para se perguntar “mas a música original não era assim também?”. Não, não era, mas coisas como “Get Back” com o riff de “A Hard Day’s Night” parece que nasceram desta forma, juntas, tal é a maneira quase perfeita com que se encaixam. Outro exemplo: as duas faixas (talvez) mais psicodélicas da carreira dos Beatles, “Tomorrow Never Knows” e “Within You Without You” casam perfeitamente a cítara indiana da última com a batida quase eletrônica da primeira, formando um caldeirão sonoro incrivelmente coeso e poderoso.


A única gravação nova no CD é um arranjo de cordas composto por George Martin, hoje com 80 anos, para um take alternativo de “While my guitar gently weeps”, uma das poucas músicas da banda composta por George Harrison. No entanto, tudo o que se ouve nas 26 faixas soa de alguma forma novo, não como uma mera recompilação, e parte dessa sensação se dá pela turbinada que os Martin deram no som, já que a grande maioria dos discos originais dos Beatles nunca foram remasterizados e ainda tinham um som que deve bastante às gravações de hoje.



-Jornal A Razão, 21 de Dezembro de 2006-


***********
Aqui vai o link para quem quiser baixar o álbum, que tem quase 80 MB, mas vale cada espacinho que ele for ocupar no seu HD.





..