.
Recém lançado, “Love” é uma colagem de várias músicas dos fab four para um espetáculo milionário do Cirque du Soleil
Trinta e seis anos depois do fim dos Beatles , um novo disco da banda mais importante do século XX é lançado. Logo vem a pergunta: é mais um caça-níquel ou um disco de “raridades” que nunca havia sendo lançado? A resposta correta seria nenhuma das duas. Love, que acaba de ser lançado pela EMI no país, é um trabalho artesanal de colagem de trechos de mais de 130 músicas do grupo britânico feito sob encomenda pelo produtor máximo do grupo, George Martin, em parceria com o seu filho Giles, para um espetáculo do badalado Cirque du Soleil (aqui é a página oficial do espetáculo)
Os beatlemaníacos podem até virar a cara, mas os Martin fizeram um bom trabalho. Não profanaram a obra do grupo colocando elementos eletrônicos, como poderia acontecer; simplesmente misturaram trechos de diversas músicas - em sua maioria da fase mais criativa do grupo, de Revolver (1966) ao Abbey Road (1969) – e fizeram releituras que não descaracterizam as canções e sim as dão outra roupagem, juntando riffs de uma música com solos de outras de maneira tão incrível que dá até para se perguntar “mas a música original não era assim também?”. Não, não era, mas coisas como “Get Back” com o riff de “A Hard Day’s Night” parece que nasceram desta forma, juntas, tal é a maneira quase perfeita com que se encaixam. Outro exemplo: as duas faixas (talvez) mais psicodélicas da carreira dos Beatles, “Tomorrow Never Knows” e “Within You Without You” casam perfeitamente a cítara indiana da última com a batida quase eletrônica da primeira, formando um caldeirão sonoro incrivelmente coeso e poderoso.
A única gravação nova no CD é um arranjo de cordas composto por George Martin, hoje com 80 anos, para um take alternativo de “While my guitar gently weeps”, uma das poucas músicas da banda composta por George Harrison. No entanto, tudo o que se ouve nas 26 faixas soa de alguma forma novo, não como uma mera recompilação, e parte dessa sensação se dá pela turbinada que os Martin deram no som, já que a grande maioria dos discos originais dos Beatles nunca foram remasterizados e ainda tinham um som que deve bastante às gravações de hoje.
-Jornal A Razão, 21 de Dezembro de 2006-
***********
Aqui vai o link para quem quiser baixar o álbum, que tem quase 80 MB, mas vale cada espacinho que ele for ocupar no seu HD.
..
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário