9.05.2008

Solo

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Taí a capa do primeiro disco solo do Marcelo Camelo, a ser lançado oficialmente na próxima segunda-feira, 8 de setembro. É inspirada num poema concreto de Rodrigo Linares, artista carioca - aqui, apresentado em uma matéria no overmundo pelo irmão de Marcelo, Thiago Camelo. O "concreto" do poema reside muito no fato de que, virando a capa do disco, lemos "nós" em vez de "sou".

É sabido de muita gente que o disco é um dos mais esperados do ano, tanto que o Terra fez um bonito hotsite especialmente para divulgação dele. Neste espaço, desde a última semana, foram colocadas 3 faixas para baixar; outras 7 estão sendo disponibilizadas esta semana.

Mas na rede tudo se espalha, e alguém já tratou de colocar as 10 músicas para download - aqui tá o link para download. O disco inteiro vai ter 14 faixas.

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Mas e aí, o que dizer do disco?

Das coisas que li na rede sobre o disco, poucas eram resenhas. Mas durante a semana elas foram saindo, como essa que o Alexandre Matias fez e outra do Ricardo Schott, no JB - que eu só consegui ler via orkut. Mas a maior parte do que está saindo, por enquanto, são notícias, com informações parecidas das que trouxe acima e das que coloco aqui abaixo, para contextualizar:

O disco estava sendo gravado desde 2007, nos meses que se seguiram a"pausa" dada pelos Los Hermanos, em junho de 2007. Todas as composições são de Camelo, que também produziu o disco. Mas houve participações especiais: Dominguinhos tocando gaita em "Liberdade", Mallu Magalhães cantando e tocando violão em "Janta" e a banda paulistana Hurtmold acompanhando Marcelo em quase todas composições, como mostra o vídeo abaixo de "Téo e a gaivota", a primeira faiza disponibilizada no myspace do Camelo, quando ainda era somente instrumental.


Marcelo e o Hurtmold saem em turnê pelo Brasil nos próximos dias, com direito a show pelas principais cidades brasileiras. Na maioria dos locais, os shows vão ser em teatros, com a platéia sentada - o que pode dizer muito das atuais pretenções/expectativas sobre o cara.

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No hotsite que fizeram para o lançamento do disco, há um release do álbum escrito pelo irmão do Marcelo, Thiago Camelo. Um release muito bem feito, por sinal. Diz que esse disco ajudou a trazer Marcelo para mais perto de Thiago, já que, mesmo sendo irmãos e tendo uma intimidade de irmãos, as vezes um mundo separava ambos.

O texto toca numa questão que também me chamou atenção nas músicas de Sou: a sinceridade de Camelo. Por mais que haja canções com um ar singelo milimetricamente calculado, isso não soa tão forçado quanto possa parecer; soa, sim, como parte do grande esforço de Camelo em agradar o seu público, tão desejoso de referências singelas. E, ao que parece, agradando o seu público ele estará agradando (e muito) a si mesmo.

Musicalmente, as faixas de Sou escancaram as diversas referências musicais do cantor; vão de um extremo (samba, bossa nova) à outro (indie rock) com alguma naturalidade - e, de certo modo, também com uma originalidade surpreendente, fazendo com que, em diversos momentos, todas essas referências se misturem e torne difícil uma separação do que é influência do quê.

Das 10 músicas que escutei, destaco três: Doce Solidão, uma incrível melodia assobiável com assobio, como disse certa vez, candidata à primeiro hit do disco; Copacana, à moda das antigas marchinhas de carnaval, singela homenagem ao bairro do Peixoto, que fica dentro de Copacabana, onde "os velhinhos são bom de papo" e "as gordinhas um alvoroço"; e, por fim, a bilíngue Janta, parceria com Mallu Magalhães, cantada em inglês e português, de melodia muito bonita, outra candidata à hit.

Cabe ressaltar que ainda falta escutar 4 músicas do disco. O fato de Camelo não ter disponibilizado elas para download grátis pode significar que, talvez, ele tenha guardado o melhor para o fim, "escondendo" estas quatro músicas. De qualquer forma, já dá para dizer, sem medo nem vergonha, que Sou é um bom disco - ao menos um tantinho melhor que 4, o último do Los Hermanos. O que não é pouca coisa.

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