9.26.2008

Buffalo

.

Consultando o arquivo de posts do blog, me surpreendi com uma notável ausência: o Grant Lee Buffalo. Já havia feito um post comentando o primeiro e melhor disco da banda, o "Fuzzy", mas nada mais. Nem o baita clipe de Fuzzy, a música, eu tinha colocado, muito menos o de Mockingbirds, clipe que me apresentou o Grant Lee Buffalo via MTV numa distante manhã de terça feira de 2006.

Para compensar essa ausência, aí vão os dois clipes, para serem apreciados neste final de semana que se apresenta:





Eu já tentei dizer várias coisas sobre o Grant Lee Buffalo. Nunca consegui escrever um texto sobre eles sem "viajar" demais, como se diz por aí. Talvez pelo fato de que as músicas da banda, para mim, são sempre viagens para lugares e sensações inexplicáveis.

Mas como disse no início do tópico, fiz uma resenha certa vez sobre o "Fuzzy". Ela foi publicada no jornal Rascunho, da Cesma (Cooperativa dos Estudantes de Santa Maria), junto com mais outras que falavam de discos "contadores de histórias".

Aqui abaixo vai a resenha. É curtinha, mais uma apresentação do disco que propriamente uma resenha. É um tanto viajante também, mas isso porque o disco inteiro é. Não sei porque republico ela, já que está disponível naquele post que linkei no início deste. Talvez seja nostalgia de não se sabe o quê, algo que o GLB sempre me traz.

**


O Grant Lee Buffalo foi uma de muitas bandas surgidas na virada dos anos 80 para os 90 que se beneficiaram do espaço aberto ao rock alternativo graças ao "boom” do “Nevermind”, o clássico segundo disco do Nirvana. A banda encerrou as atividades em 1998, e hoje o líder do Buffalo, Grant Lee Philips, leva uma elogiada carreira solo.

Fuzzy, o debut da banda, lançado em 1993, é um disco de difícil classificação, a começar pela sonoridade: a banda mistura guitarras barulhentas com violões límpidos, glam-rock com country, folk com piano típico dos saloons, até mesmo um vocal a lá soul music se mescla com gritos angustiados e melódicos, todos elementos surpreendentemente bem casados e dosados. Tudo isso parece estar em prol de contar uma história, como se o disco inteiro fosse um filme épico de amor nunca filmado.

Entre as 11 faixas, destaco aqui uma em especial: a música que dá nome ao disco, Fuzzy. Ela é levada toda no violão, num arranjo bastante simples que parece patrulhar o caminho para a entrada da letra, melancólica e surreal, cheia de imagens e metáforas, uma espécie de envergonhada declaração de amor a uma amada impossível. O falsete de Philips no refrão, cantando “I lied to/I’m fuzzy”, é um daqueles trechos que faz a pessoa se arrepiar com gosto.

Faixas:

  1. "The Shining Hour" – 3:53
  2. "Jupiter And Teardrop" – 5:57
  3. "Fuzzy" – 4:59
  4. "Wish You Well" – 3:30
  5. "The Hook" – 4:13
  6. "Soft Wolf Tread" – 2:52
  7. "Stars 'N' Stripes" – 4:43
  8. "Dixie Drug Store" – 5:07
  9. "America Snoring" – 3:39
  10. "Grace" – 6:15
  11. "You Just Have To Be Crazy" – 3:35
***
Aqui tem o link para baixar o disco.

..

4 comentários:

Anônimo disse...

Nossa, eu tinha o clipe de mockingbirds em vhs acho que devia ter meus 13,14 anos,assistia todos dias.Bom relembrar. Vim aqui esperando uma coisas dessas.

Augusto Paim disse...

Che, tu já escreveu sobre o Elvis aqui no CenaBeatnik? Assisti um filme sobre ele esses dias. Mais o outro que vi na Cesma. Fiquei contente de conhecer um pouco mais da história dele.
Abraco.

Leonardo disse...

Tche, nunca escrevi nada. Muito porque tenho parcos conhecimentos sobre o Elvis - de música, conhecer de escutar (ainda que não muito), só o "The Sun Sessions", considerado o melhor disco. Aliás, o Elvis foi um cara de singles, mais do que disco, e esse The Sun Sessions é bom justamente por compilar os singles da primeira - e, dizem, melhor - fase.

Numa dessas, uso como incentivo pra escutar o Elvis o motivo de escrever algo sobre ele aqui.

Vanessa Morais disse...

A resenha mais sincera sobre Buffalo que já li