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11.30.2007

Pega com o nariz na....


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"They tried to make me go to rehab
But I said 'no, no, no'
Yes, I've been black, but when I come back
You'll know-know-know"

|"Rehab",
Amy Winehouse


Quem ainda não viu Amy Winehouse cantando provavelmente já tenha lido algo a respeito da moça. Isso porque, apesar de ter lançado um excelente segundo disco - Back to Black - em 2006, ela continua aparecendo mais por ser uma insistente anti-rehab frequentadora do lamaçal junkie do que por seus atributos como cantora, que não são poucos.

Uma prova do estado da moça é o que mostra o vídeo abaixo, em que ela fica um tempinho procurando algo no cabelão até que, quando acha, põe na mão esse "algo" e dá uma cheiradinha. Enquanto isso, a excelente banda de apoio da moça segue tocando animadamente.





Para quem gosta de conhecer o "dark side", ou o "normal side" de uma diva, recomendo esta bela matéria produzida na Rolling Stone nº 10, aquela com o Homer de bebê da capa do Nevermind,do Nirvana.

Reproduzo abaixo o início da reportagem, bem no padrão gonzo de qualidade da revista:

"Ao lado da maior torre do planeta, uma das menores popstars do mundo está agachada perto de uma lata de lixo, com um lápis de olho e tubos de rímel nas mãos. Enquanto Amy Winehouse vaga pelas imediações da Torre de Toronto (a CN Tower, com 553 metros de altura) à procura de uma sacola de plástico para guardar seus cosméticos, o homem que era seu noivo naquela tarde – mas que se tornaria seu marido cinco dias depois – fuma um cigarro do meu maço e parece entediado. Blake Fielder-Civil, ou “Baby”, gesticula em direção à lata de lixo. “O refrigerante dela caiu dentro da Louis falsa”, ele esclarece, apontando para a imitação surrada da bolsa Louis Vuitton em cima da lata de lixo. “Ela tem essa bolsa há séculos."

No universo de uma pessoa de 23 anos, “séculos” é tão relativo quanto a idade. Winehouse pode dizer que canta há séculos, apesar de isso significar menos de uma década; ou que ela está apaixonada por Baby há séculos, apesar de isso fazer somente dois anos – com um hiato de alguns meses separando o casal no meio do caminho; ou que a cicatriz que cobre seu antebraço esquerdo surgiu devido a feridas auto-infligidas há séculos, apesar de parecerem consideravelmente mais recentes que isso. Ela poderia dizer qualquer uma dessas coisas, se dissesse algo. "


Crédito foto: Max Vadukul/RollingStone

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10.29.2007

Listas & mais listas: Os 100 maiores discos da música brasileira

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Como já se percebe faz tempo, este blog gosta de listas, assim como o cara da esquerda na foto acima, do filme High Fidelity, baseado no livro homônimo do Nick Hornby.

Não que elas tenham lá grande valor como uma avaliação definitiva. Listas de melhores discos, melhores capas ou mesmo de discos mais influentes estarão sempre sujeitas a idiossincrasias de quem votou - jornalistas musicais, produtores e artistas em sua maioria - e em arte, como em tudo o mais, o gosto pessoal nada determinado por critérios estritamente objetivos fala mais alto na hora de se julgar qualquer coisa.

Em suma, como diz aquele velho ditado que não vou reproduzir por inteiro porque todos conhecem, "gosto é que nem..."

Mas, ainda assim, existem listas e listas.

Reproduzi aqui a lista dos melhores discos do século XX, em eleição produzida pela Rolling Stone americana, porque, ao menos, foi uma lista em que muita gente que entende de música votou - e se se é pra estar submetido a idiossincrasias de quem vota, que pelo menos seja a de gente que realmente entende de música.

Pois bem. Desta vez, vou reproduzir aqui a lista dos 100 maiores discos da música brasileira, em eleição também produzida pela Rolling Stone, desta vez pela edição brasileira. Votaram jornalistas, produtores musicais e artistas nacionais, gente que, a priori, entende bastante de música.

Se não é a melhor lista - como de resto nunca vai ser - ela é bastante coerente, nem que seja como um reflexo da época em que vivemos.

Assim como da outra vez, vou destrinchar os 10 primeiros discos em posts separados - se houver interesse, destrincho até os 50 maiores.

Como da outra vez, é uma lista que vai servir para, pelo menos, fazer com que conheçamos mais cada disco - o que sempre vale a pena.

Quem quiser conferir a lista in natura, compre a edição nº13 da Rolling Stone Brasil, aquela que tem o Faustão na capa. Aqui dá pra conferir uma parte do texto que está na revista.

Como são muitos discos, nesse post vou colocar apenas os 10 melhores, com suas respectivas capas. No próximo coloco até o 50, e, por fim, até 0 100.

Divirtam-se.

1) Acabou Chorare, Novos Baianos (1972)




2) Tropicália ou Panis et Circensis, vários; (1968)


3) Construção, Chico Buarque (1971)


4) Chega de Saudade, João Gilberto (1959)



5) Secos e Molhados, Secos e Molhados (1973)



6) A Tábua de Esmeralda, Jorge Ben (1972)



7) Clube da Esquina, Milton Nascimento & Lô Borges (1972)



8) Cartola, Cartola (1976)



9) Os Mutantes, Os Mutantes (1968)



10) Transa, Caetano Veloso (1972)

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5.28.2007

Na rede (& o Lobão) - (2)

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Voltando...


Não escutei o disco inteiro mais de uma vez ainda; portanto, não posso fazer um julgamento muito aprofundado. A primeira impressão minha é algo como: "Bah, o Lobão tem tanta música boa assim? ". Boa tantos nas letras, de qualidade bem acima da média do pop/rock nacional, quanto nas músicas em si, que o Acústico trabalhou muito bem, enriqucendo as melodias com arranjos excelentes.

Por via das dúvidas, fique com duas resenhas sobre o disco: a primeira, de autoria de Jimi Joe, foi publicada na Revista Bizz 213, de maio agora. A segunda, feita por Alex Antunes, está na Rolling Stone Brasil nº8, também de maio. Veja as duas, compare se quiser - a segunda me pareceu muito melhor.



O ritual do Habitual

Ao subverter sua própria ordem, Lobão senta no banquinho da indústria fonográfica sem ousar.

Como dizem os britânicos, "last but not least". Lobão, 50 anos de vida em outubro, bem mais de 30 dedicados à musica, se revelou nos, pelo menos, últimos dez, o elemento provocativo por excelência dentro do bem comportado pop brasileiro. Declarações provocadoras que incluíam argumentações tipo nem pensar em disco acústico porque isso era coisa de artista decadente precisando dar uma garibada na carreira, autoproclamando-se como um dos últimos independentes, comprando briga com as grandes gravadoras, propondo controle total do artista sobre a obra, assumindo-se como habitante de um igualmente auto-inventado universo paralelo: tudo isso aprece cair por terra com o lançamento do DVD/CD MTV acústico, a volta ao berço esplêndido das majors, contra as quais brigou quixotescamente nos últimos anos.

A questão básica diante desse Acústico MTV é justamente: por que isso? O que um Acústico MTV acrescenta à carreira de Lobão? Realmente, pouca coisa. Até porque ele já havia circulado por esse formato de violões e voz, ainda que não submetendo a uma grife específica. O Acústico MTV de Lobão não foge ao ritual do habitual já observado em outros títulos dessa série. A preocupação com a qualidade final do produto é exemplar. A sonoridade das 21 faixas do DVD (no CD, o repertório é de 18) é perfeita. Os arranjos, de acordo com a simplicidade exigida para a ocasião, também. Fora isso, não há surpresas. Tudo de acordo com a idéia de mostrar de forma mais leve e/ou despojada canções originalmente marcadas pela estridência das guitarras.

Certamente o Acústico MTV de Lobão vai ser mais um empreendimento bem-sucedido de um artista que, voltando aos ditos populares, não prega prego sem estopa, tendo usado sua tão propralada independência como forma de se manter ativo no combalido mercado fonográfico nacional. Por causa desse novo/velho trabalho, que serve de motivo para revisitações - umas menos, outras mais acertadamente - deve rolar uma bela excursão pelo país.

A observância das regras do formato encontra exceções em eventuais palavrões e referências a drogas. Uma forma de auto-afirmar a permanência do comportamento transgressivo. Fora isso, tudo nos conformes. Como dizem no Sul, aliás, parece que Lobão resolveu sossegar o pito e prudente e judiciosamente fazer as pazes com as majors, projeto que passa pelo relançamento de seu catálogo pela Sony/BMG. Resta saber se essa apropriada trégua é apenas um movimento estratégico e se o antigo discurso revoltoso vai se manter para além dos limites de Acústico MTV.
Mas, afinal, não custa lembrar que toda a referência autobiográfica costuma ser autocondescente.
Jimi Joe
Revista Bizz 213

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Lobo em Pele de Lobo

Cantor e compostior lança al-country treteiro

Lobão é o rei dos pirracentos do Brasil. Contratado pelo banqueiro e fabricante de armas Daniel Birmann para tocar no aniversário de sua esposa Thaís, no final de 2005, não tocou músicas as músicas conhecidas, foi interrompido e agredido. Ou seja, não é nem o caso de se vender - mas de vender e entregar outra coisa.
Por que abrir um texto do Acústico MTV do músico citando esse caso deprimente? Por três razões:
a) porque Lobão já disse que foi nessa ocasião que caiu a ficha de como sua posição - independente - era frágil;
b) porque Brimann tentou impedir, na justiça, Lobão de mencionar o ocorrido - então aí vai a minha contribuição para a pirraça;
c) e, principalmente, coloca-se a questão porque alguém pagaria um bom cachê para alguém tocar em um aniversário (ou seja, um capricho de magnata) para em seguida espancá-lo (ou seja, um capricho de magnata)?

Acontece que Lobão é um dos maiores compositores pop do Brasil. Nem falo das regravações de "Me Chama" (inclusive por João Gilberto), mas das excelentes músicas que se enfileiram aqui, de quase todos os seus discos (só ficam de fora Cena de Cinema, a estréia new wave de 83, e Noite, seu primeiro álbum indie, de 98). Músicas boas o suficiente para deixar de fora outras marcantes como "Vida Bandida" e "Vida Louca Vida" (e não, aí não é pirraça). Ou para deixar só no DVD coisas como "Revanche" e "Chorando no Campo". Violões, banjo, bandolim, gaita, piano, orgão, bateria, percussão, quinteto de cordas revelam a mistura de inspiração melódica e pegada nervosa de músicas tanto da fase das grandes gravadoras ("Me Chama", "Decadence avec Élegance") quanto da independente ("A Queda", "El Desdichado").

Tenso, denso acústico, ácido, Lobão é um dos artistas mais combativos do Brasil. E isso não tem nada a ver com usar camiseta do Che. Ou puxar briga com o Caetano (hum, se bem que ele puxou). Acontece que não adianta nada gravar seu melhor álbum - Canções da Noite Escura, 2005 - aqui representado pelas intensas "Quente" (parceria póstuma com Júlio Barroso, da Gang 90, o mesmo de "Noite e Dia") "Você e a Noite Escura" e "A Gente vai se amar" (tocada com os convidados da Cachorro Grande), e não ser ouvido pelo país todo. Lobão não chegou até aqui dando mole pra magnata. Ele pode - e deve - devolver o chute.

Alex Antunes
Rolling Stone Brasil 8

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Faça sua própria opinião baixando o disco aqui.

Site oficial do cantor
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