1.04.2008

Listas, um gráfico & história

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Este gráfico acima - que pode ser melhor visualizado com um clique nele - foi feito por Carol Bensimon, mestranda em Criação Literária na PUCRS, vencedora da Bolsa Funarte de Estímulo à Criação Literária e dona de um blog no portal Insanus, o simpático Kevin Arnold para dois. Como o texto em letra míuda em cima do gráfico diz, ele foi feito tendo por base a lista da Rolling Stone das 500 melhores canções de todos os tempos.

Como já é de conhecimento público, o Cena Beatnik adora listas da Rolling Stone. Daí veio a idéia de publicar este gráfico, que me foi indicado pelo Augusto, do blog-parceiro Cabruuum.

Fica mais fácil de visualizar os anos em que foram produzidas as músicas da lista através do gráfico. Algumas observações que a Carol fez no blog:

* O ano de 1965, que rendeu 35 das melhores músicas da lista, contém 6 Bob Dylan e 5 Beatles.
* As décadas de 1960 e 1970 respondem por 345 músicas, isto é, 69% da lista.

* O período entre 1973 e 1979 ficou numa oscilação bizarra, e não encontrei nenhuma explicação significativa para isso.

* 1991, o melhor ano da década de 90, tem 7 músicas, das quais 3 são do Nirvana (Nevermind).

* Os anos 2000 estão representados por uma música do Outkast e duas do Eminem. Me parece completa injustiça, embora não me ocorra de pronto o que colocar no lugar sem que soe pessoal demais.


Saliento mais uma vez: fazer lista é um exercício meio que fútil, quiçá inútil, e diz mais sobre quem as fez do que dos artistas citados, que nem estão aí para elas.

Mas que é legal pensar sobre algumas coisas através delas, sem dúvida que é.

Por exemplo: ou o período que vai de 1964 a 1973 foi o ápice criativo musical do século XX, ou grande parte dos votantes da lista "viveu" mais esta fase e, portanto, tem um apego sentimental muito forte ao que foi produzido nesta época, tão forte que influenciou muitos votantes - e mais ainda não-votantes - a considerarem mais do que se deve a música deste anos. Outra coisa a considerar é que a Rolling Stone é uma revista americana que trabalha mais com o rock'roll e o pop; não espere encontrar jazz nem música erudita nela.

Particularmente, eu tendo a acreditar mais na primeira hipótese. O que me leva a outra consideração: na hora de se produzir arte, o contexto histórico/social/político/cultural - enfim, o contexto mesmo - vale muito. Nesta época, como se sabe, inúmeros conflitos ocorreram, principalmente da ordem de questionamento dos valores sociais vigentes até então; a liberdade nunca, no século XX, foi tão exigida como direito, e as pessoas nunca foram tão importantes como fator crucial de mobilização em busca deste direito. Claro que uma pequena parcela da população foi a responsável por boa parte destes questionamentos; mas, de resto, são pequenas parcelas do povo que realmente modificam uma sociedade, vide a Revolução Francesa, a Revolução Russa, dentre outros movimentos modernos considerados importantes para a história.

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Vou me puxar aqui e, se achar tempo, farei gráficos semelhantes com alguma das outras listas que publiquei aqui.



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