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O Callejeros tenta se reerguer depois de ser protagonista de uma das maiores tragédias da história do rock argentino
Noite de 30 de dezembro de 2004, Buenos Aires, Argentina. Para comemorar o seu excelente ano, a banda de rock Callejeros, que ainda colhia os louros do sucesso do seu terceiro disco, Rocanroles sem destino, organiza um show na conhecida boate República Cromañon. O público lota o local, quatro mil pessoas na expectativa de ver uma banda que há menos de seis meses tocava para pequenas platéias e hoje lota estádios para 15 mil pessoas. Envolto de um aparato pirotécnico com fogos de artifícios e muitas luzes, o Callejeros adentra ao palco. Os gritos de delírio dos fãs não chegam a ter como resposta a música da banda, porque antes disso um dos foguetes lançados atinge o teto da boate, que pega fogo, desaba e corta a energia elétrica de todo o local. As saídas de emergência não funcionam como deveriam, as quatro mil pessoas espremidas não conseguem se mover direito, o resgate demora a chegar. Algumas horas depois, começa a inevitável contagem dos mortos e feridos: 193 mortos, e mais outros tantos feridos.
Um dos inúmeros protestos dos parentes das vítimas do incêndio em Cromañon, que matou 193 pessoas
Por motivos nada musicais, o Callejeros se torna capa das principais revistas e jornais argentinos; alguns acusam a banda de irresponsabilidade, outros acusam os donos da boate de negligência, já que há muito tempo o local apresentava diversas falhas na parte da segurança. Em meio a depoimentos e esclarecimentos, e ainda sendo alvos da ira dos pais das vítimas, os integrantes da banda não tem outra solução se não a de dar um tempo.
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Corta para este ano, mais precisamente na primeira metade dele. Ainda sendo investigados como cúmplices das mortes pela justiça argentina, o grupo decide voltar. Sem alarde, lança o quarto álbum, “Señales” , na mesma linha de antes (uma mistura bem sucedida do rock’roll tradicional com o ska e o pop) e aos poucos prepara a sua volta. Em 21 de setembro deste ano, organizam o primeiro show oficial depois da tragédia de Cromañon num estádio de Córdoba, região central da Argentina. Vinte mil pessoas vão ao estádio, e dessa vez o show é tranqüilo, sem pirotecnia, e com os sobreviventes da tragédia em lugares gratuitos, na frente do palco.Seria mais fácil – e ao mesmo tempo deprimente – uma banda de qualidade acabar em depois de uma tragédia, mas não é o que Christián Torrejón (baixo) Eduardo Vazquez (bateria), Elio Delgado (guitarra), Juan Carbone (sax), Maximiliano Djerfy (guitarra e vocais) e Pato Fontanet (vocal), os seis integrantes do Callejeros quiseram.
Quatro dos seis Callejeros em atividade, no show da volta da banda, em Córdoba, no final de setembro.
- Jornal A Razão, 26 de Outubro de 2006 -
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Quem quiser conhecer um pouco mais da banda pode acessar o site oficial . Ou então ver o clipe de "uma Nueva noche fria", talvez o maior hit dos Callejeros.
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