9.22.2006

Review (2) : É rock para dançar mesmo

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Um breve relato do que foi o show do Autoramas em Santa Maria no último sábado, 16 de setembro, no Macondo Bar.


Rrrrrrrrrrrrrrrrock!, Rrrrrrrrrrrrrrock!, grita seguidas vezes o vocalista, guitarrista e líder do Autoramas, Gabriel Thomaz. É como um líder de exército chamando seus comandados para uma batalha, Rrrrrrrrrrrrrrrrock!, com ênfase no r, berro que ganha como resposta muitos gritos e mãos para cima em sinal de aprovação - até de obediência - ao que o líder pedir para ser feito. É uma amostra clara de que o público está ganho desde o momento em que os três integrantes do Autoramas (Gabriel e mais Bacalhau na bateria e Selma no baixo e vocal) tocam os primeiros acordes. Aliás, antes de começarem a tocar e sim desde que a banda sobe ao palco, que antes já havia recebido o hardcore porrada dos santa-marienses da TSF e o rock’roll lembrando os Strokes (inclusive no visual e na juventude dos integrantes) dos Stratopumas, de Porto Alegre. Mas é o Autoramas é o motivo da presença das pessoas ali, não há como negar.


Banda das mais importantes do cenário independente do Brasil, com nove anos de uma estrada que já se alongou até ao Japão e a Europa, eles sabem como agradar um público que nunca os viu. Tocam algumas músicas inéditas, do ainda não lançado e não nomeado quarto álbum de estúdio, mas não se esquecem dos hits, como Fale Mal de Mim, Você Sabe, Carinha triste, Autodestruição, entre outros. Também não se esquecem de serem simpáticos: Gabriel e Selma puxam uma dancinha robótica em algumas faixas que só não é repetida pelas pessoas porque o “espaço para manobra” de cada uma é realmente muito pequeno. Além disso, o vocalista tenta conversar bastante com o público, que responde normalmente com brados de incentivo e, principalmente quando ele profere o já citado grito de guerra, com as mãos para cima fazendo o famoso gesto do chifrinho. Sobra até dedicatória de uma música para uma aniversariante em transe grudada no palco, e uma “canja” de outra parte do pessoal que toma o microfone da baixista Selma e canta (ou berra) junto com Gabriel.


O vocalista, guitarrista e animador da noite Gabriel Thomaz


A banda não se auto-intitula fazedora de um “rock para dançar” por acaso: basta começar o show para se notar que, realmente, é bastante difícil ficar parado. Num dado momento, Gabriel puxa Blue suede shoes, do rei Elvis Presley, e o passo “rock’roll de baile” é inevitável; em outro, no meio de uma música da banda surge um cover do Ramones - hora do segundo grito de guerra, o “ Hey hey let’s go” - e a impressão que se tem é que ninguém presente no Macondo está parado. Tudo se mexe, e não é o álcool o responsável, mas sim um trio de baixo, guitarra e bateria tocando alguma coisa entre surf music, punk rock, new wave, jovem guarda e rockabilly. Ou simplesmente rrrrrrrrrrrrrrock.



- Jornal A Razão, 21 de setembro-

Fotos: Wandeclayt


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5 comentários:

Anônimo disse...

As ações de Lars Ulrich e cia (Metallica) contra programas que trocam MP3 foram justas???

Leia o artigo exclusivo e comente no webBANGER.com.br!!!

Alex
webBANGER.com.br

Anônimo disse...

Muito bom! Achei um blog decente!

Parabéns pelo trabalho.. Santa Maria precisa desse tipo de coisa..

Rodrigo Ricordi disse...

cara... coloquei o link do teu blog lá no meu...

Anônimo disse...

Deu inveja. Pena q ñ deu p ir. A propósito: teu blog deu certo. Tá muito acima da média. Parabéns!

Augusto Paim disse...

Rapaz, que belo texto! E ainda saiu no jornal! Porra!