4.30.2008

Beatles & o pai do LSD

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Bela foto de cima dos Beatles, provavelmente tirada na época da beatlemania. Não sei quem foi o autor, mas achei ela aqui. Para ver mais a foto em mais detalhes, clique nela.

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E morreu Albert Hoffman, o pai do LSD.

Engraçado é que, no último domingo, tinha conhecido o blog do Bruno Torturra Nogueira, repórter especialista em "viagens" da Revista Trip. O post que li era sobre Hoffmann e o Fórum Psicodélico Mundial em Basel, na Suiça, onde o repórter tinha ido, justamente, para entrevistá-lo, algo que ele "conseguiu" sonhando (?), segundo relato seu no blog. Creio que uma reportagem sobre Hoffman e o evento será publicada na próxima edição da Trip.

Quando soube da morte de Hoffman, que tinha 102 anos, voltei ao blog do Bruno e encontrei esse post, junto desta imagem abaixo.



Se alguém não entendeu o porque da bicicleta, deixo o próprio Bruno explicar: "Ele sintetizou o LSD, em 1938. E, por um “acidente”, como ele mesmo coloca nas aspas, ingeriu uma quantidade ínfima da substância. Voltando para casa de bicicleta, aqui em Basel, teve a primeira trip de LSD da história."

No mesmo post que tirei o trecho acima, Bruno explica melhor quem foi Albert Hoffman.

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4.29.2008

Um último sonho

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A
rádio da gravadora britânica Virgin, a Virgin Radio, lançou um inusitado concurso na semana passada: "One Last Dream". Como o nome já indica, o concurso quer reunir bandas extintas, que já encerraram suas carreiras mas querem voltar, para um "último sonho".

O prêmio é a presença no Hard Rock Calling, um grande festival que vai ocorrer em junho no Hyde Park, em Londres, abrindo o show do The Police, que, coincidentemente ou não, está fazendo uma tour milionária pelo mundo depois de mais de 20 anos separados.

A rádio, inclusive, oferece ajuda para encontrar antigos membros com quem se perdeu contato.

Para participar do concurso, os candidatos devem se cadastrar no site da emissora enviando detalhes da banda e gravações.

Crédito imagem: patrickart.blogspot.com


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Sei que, a princípio, não tem nada a ver com o assunto, mas ao fazer este post lembrei de um dos mais belos contos que já li, "Un Sueño realizado", do escritor uruguaio Juan Carlos Onetti, o da foto acima.

Não vale a pena dizer mais nada desse conto; o melhor é lê-lo. É curto, e vale cada cada minuto de leitura. Sei que a tela do computador não é nada amigável para se ler contos, mas façam esse esforço. Se todavia não quiserem, podem colar o texto no word e imprimir. Ou, quem sabe, passar o arquivo para o pendrive e imprimí-lo em alguma gráfica. Me mandem a conta depois, se lerem o conto.

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4.28.2008

Diva ou musa, Scarlett

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Nome de diva ela ganhou quando nasceu, 23 anos e alguns meses atrás, filha de pai arquiteto - e dinamarquês, cidadania que ela também tem - e mãe produtora de cinema, ambos moradores de Nova York.

O Status de diva começou a aparecer quando ela fez o seu primeiro papel de destaque, como a jovem e sonhadora Charlotte, filósofa recém-formada, esposa negligenciada pelo marido fotógrafo à trabalho no Japão, em Lost in Translation (Encontros e Desencontros), de Sofia Coppola, lançado em 2003.

Da janela de um grande e alto hotel, é de fácil e frequente lembrança a cena de uma mulher solitária, tão à vontade vestida quão desconfortável denuncia seu olhar perdido pela imensidão de estímulos visuais que só a capital do Japão parece ter. Como também é fácil de lembrar - e guardar - a cena final do filme, do beijo-abraço entre Scarlett e Bill Murray ao som de "Just Like Honey" do Jesus & Mary Chain.

Scarlett Johansson ainda consolidaria seu status de diva, ou musa, nos filmes que se sucederiam ao Lost In Translation, como o drama de época Moça com Brinco de Pérola, o "blues movie" Uma canção de amor para Bobby Long, o excelente O Grande Truque, o noir Dália Negra, dentre outros filmes, até ter o primeiro grande homem a, publicamente, declarar Scarlett como sua musa, ou diva: Woody Allen.

Notório adorador de loiras, Woody usou de Scarlett em três filmes, por enquanto: Match Point, Scoop e Vicky Cristina Barcelona, este último a ser lançado no Festival de Cannes 2008, em maio, mas que já vem causando polêmica por conter cenas de lesbianismo entre Scarlett e Penélope Cruz - o que prova que Woody não é nada bobo em se tratando de mulheres.




O próximo passo para o status de diva-musa de Scarlett começa com essa imagem acima e com o nome Anywhere I Lay My Head, o nome do disco que a imagem acima é a capa. Scarlett gravou 10 músicas de Tom Waits e uma própria, Song for Jo, no ano passado, sob produção de Dave Sitek, da vanguardista banda de Nova York TV on the Radio, e que teve ainda a participação de David Bowie nos vocais em duas faixas.

O disco, que está pronto, será lançado em 20 de maio. Será a estréia em álbum de Scarlett como cantora, mas não a estréia dela na função, já que a moça já participou do disco Songs for Stars, trabalho em que estrelas do cinema e da tv cantam músicas conhecidas do cancioneiro pop americano - ela cantou, muito bem por sinal, "Summertime", de George & Ira Gershwin.

Anywhere I Lay My Head está sendo bastante aguardado e falado em todo o planeta, como era de se esperar. Já há pré-venda em diversas lojas americanas, como o Amazon. Em tempos de donwloads, streamings, Youtube, o álbum consegue manter o mistério; as faixas são conhecidas, os convidados também, mas ele não está disponível para download em nenhum lugar.

Em streaming, a única amostra até aqui divulgada é o single “Falling Down”, que na maioria dos sites só está disponível para a escuta nos Estados Unidos - mas depois de quase 30 minutos procurando, achei um que, melhor ainda, põe trechos de várias músicas do disco para escutar. Basta clicar aqui, e , ao fim da página, escolher em qual player você quer escutar.

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4.24.2008

Dica

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O Jamari França, experiente jornalista musical do O Globo, fez uma boa série sobre os 40 anos do Álbum Branco dos Beatles, com detalhes da produção do disco - de longe o que mais envolveu tempo e confusão entre os discos dos Beatles - e com um faixa-a-faixa ao estilo que fiz nesse post aqui, em 21 de maio do ano passado, só que com mais mais detalhes.

O primeiro post trata de detalhes da produção do disco como um todo e do lado A do Disco Um, até a música "Hapiness is a warm gun";
o segundo, do lado B do Disco Um, até "Julia";
o terceiro, do lado a do Disco Dois, de "Birthday" até "Long, long, long";
e, por fim, a última parte trata do lado B do Disco Dois, trazendo detalhes da polêmica "Revolution nº9", composta mais por John e Yoko do que pelos Beatles.

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Segundo notícia do portal Terra, este ano os Beatles vão ser homenageados "mais do que o normal" este ano em sua cidade natal, Liverpool. O chamado "Beatles'day" acontecerá no dia 10 de julho e contará com a venda de 20 mil perucas estilo "escovinha" - corte de cabelo dos Beatles na primeira fase da banda - por um Hospital infantil, além de decoração especial em toda a cidade e a presença das músicas dos fab four tocadas ininterruptamente por rádios locais.

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4.22.2008

Pérolas Videoclípticas (13): "You are so beautiful"

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Continuando no clima nostálgico noventista iniciado pelo Wonder Years do post anterior do Pérolas Videoclípticas, desta vez o vídeo é de uma versão "especial" de "You are so beautiful", música composta por Billy Preston (tecladista "convidado" dos Beatles), Dennis Wilson (dos Beach Boys)e Bruce Fisher, em 1974, popularizada no ano seguinte por Joe Cocker:



"The Little Rascals"é o nome oficial do filme que aqui fez enorme sucesso com o nome de "Os Batutinhas", lançado em 1994 e bem presente no imaginário de quem cresceu nos anos 90/2000.

P.S: o filme de 1994 foi baseado numa séria americana de enorme sucesso chamada Our Gang que foi transmitida durante as décadas de 1920, 30 e 40.

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4.19.2008

Virada



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Este blog raramente "cobre" eventos musicais, no sentido jornalístico do termo. Mas as vezes tem uma vontade de fazer isso...

Uma desses eventos que eu gostaria de estar, "cobrindo" ou só assistindo - e o bom de ser jornalista, e gostar disso, é que podemos fazer as duas coisas com prazer - é o Virada Cultural , a ser realizado nos dias 26 e 27 deste mês, em São Paulo.

A virada é um evento monstruoso organizado pela prefeitura de São Paulo que reúne mais de 5 mil artistas em uma série de apresentações culturais em diversos palcos da cidade. Elas começam às 18h de sábado, dia 26 de abril, e vão até as 18h de domingo, 27.

A programação é tão diversificada quanto excelente. Dê uma olhada nos shows que vão ocorrer em três palcos, só para se ter uma idéia:
Teatro Municipal*
18h - Luiz Melodia – Pérola Negra (1973)*
21h - Egberto Gismonti e Naná Vasconcelos – A Dança das Cabeças (1977)*
00h - Sá, Rodrix e Guarabyra – Passado, Presente, Futuro (1972)
03h - O Som Nosso de Cada Dia – Snegs (1973)*
06h - Pepeu Gomes – Geração do Som (1978)

Rock República (Praça da República)*
18h - O Terço*
20h - Terreno Baldio*
21h30 - Casa De Máquinas*
23h30 - Harppia*
01h - Paul Di’Anno - Killers (1981)*
03h - Derrick Green, Andreas Kisser e Convidados*
04h30 - Overdose*
06h - Volcano*
07h30 - Vodu*
09h - Korzus*
10h30 - Bando do Velho Jack*
11h45 - Los Goiales All Stars*
12h - Cachorro Grande*
14h - Arnaldo Antunes*
16h - Lobão*
18h - Ultraje a Rigor - Nós Vamos Invadir Sua Praia (1981)

Palco das Meninas (Av. Ipiranga, esquina com Rua Araújo)*
18h - Mariana Aydar*
20h - Tatiana Parra*
22h - Marina De La Riva*
00h - Andrea Dias*
02h - Joana Duah*
04h - Clara Moreno*
05h45 - Aline Muniz*
07h30 - Bia Góes*
09h15 - Giana Viscardi*
11h - Malu Magalhães*
13h - Bruna Caram*
15h - Verônica Ferriani*
17h - Fernanda Takai

No palco que a organização chama de principal, a Praça Júlio Mesquista, no centro da cidade, tocarão Gal Costa, que traz um show nos moldes de violão e voz, Zé Ramalho, Os Mutantes, Orquestra Imperial , Jorge Ben Jor e a caboverdiana Cesaria Évora.
A programação completa do evento tem aqui.

Além de ter praticamente a nata da música brasileira - e caboverdiana - em sua progrmação, a Virada traz a proposta de convidar artistas para tocar discos clássicos de seus repertórios na íntegra, o que é muito interessante.

Como não estarei em São Paulo no final de semana da Virada, o que me resta é torcer que o Youtube seja abastecido com muitos vídeos dos shows destes dias...

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4.18.2008

TV-blog (2)


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Se lembram da Pitchfork TV, tema deste post aqui no blog, semana passada?

Pois bem, ela já chegou a marca do 1 milhão de views, segundo esta notícia de um dos blogs da Wired, revista americana especializada em tecnologia.

Segundo conta Tiago Dória em seu blog, o lançamento da TV teve repercussão inclusive no Brasil, onde foi chamada de um programa até na Rede TV. Por todos os cantos, anuncia-se o caso como uma "revolução musical".
Mas quem deu uma passada no site da nova TV on line pode ver que o projeto não tem nada de revolucionário. A programação é baseada praticamente só em clipes, como se fosse uma MTV dos bons tempos, só que exclusiva do Pitchfork.

Como diz o mesmo Tiago em seu blog, a Pitchfork.TV está mais para um canal de vídeos do blog de música que leva o mesmo nome do que para uma “TV online".

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4.16.2008

Inclassificáveis, Ney Matogrosso (2)

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Como prometido, aqui vai a parte final do texto do Ben-Hur sobre o show do Ney Matogrosso aqui em Florianópolis, na última terça-feira. Agradeço, em meu nome e do Ben-Hur, pelos comentários feitos no primeiro post. É muito legal receber um feedback em blog que não seja somente aqueles "legal o texto, visite meu blog!".

Para quem ficou curioso para ler mais textos do Ben-Hur, aviso que ele não tem blog - ainda. Mas escrevia crônicas semanalmente para o Jornal da Manhã, de Ponta Grossa-PR, até o início deste mês. Também foi responsável pela criação do saudoso Grimpa, um jornal folk independente que durou históricas seis edições, e que se constituía de (excelentes) textos autorais sobre temáticas regionais do paraná. Em breve, o Ben-Hur voltará a colaborar aqui no Cena Beatnik, escrevendo sobre o grande Raul Seixas.



INCLASSIFICÁVEIS

AS CANÇÕES DE NEY MATOGROSSO - PARTE 2


por Ben-Hur Demeneck


Mais que uma voz privilegiada, Matogrosso demonstrou o seu conhecimento de toda a mise en scène. De quem sabe calcular a narrativa do espetáculo como se fosse uma ópera, uma combinação de diversas artes com o fio condutor da música. Tudo parece estar milimetricamente espacializado e milesimamente ritmado. O improviso perde todo o palco estudado. Elemento marcante de “Inclassificáveis” é o figurino. Baseado na mitologia ameríndia, principalmente na inca.

O cantor começou com uma segunda pele. Sob os holofotes parecia ter um circuito luminoso sobre o corpo. Ou para ser, mais afeito ao simbolismo proposto – como se fosse réstias de sol em uma superfície d´água. Ocimar Versolato, responsável pela roupa colocou cerca de 40 mil micropaetês na peça, presos à mão. A troca de roupas era toda feita a quente, ao vivo. Sem sair do palco. Com vagar. Por vezes de forma coreografada. Aproveitando para mostrar uma combinação de masculino e feminino com o poder da arte que lhe é conferida. Quer se mostrar o provocador que é com o duplo sentido da provocação. Quer ser provocante.

“Inclassificáveis” é uma referência à de Arnaldo Antunes, presente no repertório. Marcado por uma percussão forte e um ataque de voz poderoso. Trata da identidade étnica brasileira. Um elogio da mestiçagem.

 (...)
Que preto, que branco, que índio o quê?
Que branco, que índio, que preto o quê?
Que índio, que preto, que branco o quê?
Que preto branco índio o quê?
Branco índio preto o quê?
Índio preto branco o quê?
Aqui somos mestiços mulatos
Cafuzos pardos mamelucos sararás
Crilouros guaranisseis e judárabes (...)
 


Seria pouco falar apenas em música nesse espetáculo. Embora seja uma apresentação concentrada nessa linguagem e apareça nos cadernos de cultura marcada por essa etiqueta, a música se transforma num ponto de encontro artístico. Não é só ela a única manifestação. Nos surpreendte até mesmo a pilastra que ocupa a porção direita do palco, diante de Emilio. Enquanto esse músico faz a sua música pelos teclados, Ney vai se encostar uma vez nessa coluna. E ela aparece para nossos olhos. E fica de vez por todas sobre o palco, íntegra.

Os efeitos de luzes dramatizam a interpretação das canções. E há vezes em marcam o grande pano de fundo, atrás do palco. Como em “Veja Bem meu bem” que fica verde, suave e juvenil. Ou ao jogar uma cruz para nos trazer ao pensamento mil e outras imagens. Há muito o que se ver e imaginar durante a apresentação. E a maquiagem vem destacar as expressões. Na rampa de acesso para o teatro, uma seqüência de quadros mostrava um ensaio fotográfico. As listras nas costas eram de um ancestral da terra, dançando para ritualizar com o que havia de sagrado para ele.

O dançarino mostrava esses detalhes depois de despir o seu macacão brilhante, aquela segunda pele. Seguindo a linha da coluna vertebral com aquelas tiras. Chegando aos ombros a divisão dos caminhos. Nas coxas os ornamentos eram em espirais pequenas. Como se percebe, a música amarra o espetáculo, como o texto de uma ópera. Mas são tão integrados os elementos que parecem ser tanto de dança e música. Tanto iluminação e cenário como figurino e maquiagem. Tanto cultura popular e como cultura pop.




Ele desce do palco e passeia diante da primeira fileira. O espetáculo se aproxima do final. A seqüência de músicas faz um crescendo e parece que haverá a explosão do clímax. Indo e vindo, procura o rumo do corredor. Sobe. Com uma certa dificuldade. Procurando espaço para se movimentar. E olhando para um e outro do público. E eis que um senhor aparentando uns 60 anos – e não os 60 de Ney – se levanta com a calma de quem procura ir ao banheiro. E anda com uma desimportância total para a multidão que está nas filas de trás. E se aproxima vagoroso, com sua camisa azul, seu cabelo grisalho. E vai em direção de Ney. E o agarra. Uma verdadeira epifania.

Foi o avesso do que houve na maratona de Atenas. Vanderlei Cordeiro de Lima era Ney Matogrosso e o senhor não o derrubou. O que fez foi interromper uns compassos, o andamento da música. Ney deixou de ser o grande artista para ser o homem comum. E deu uma risada franca, tímida.

O vídeo a seguir antecede a interrupção da maratona de cantor. Quando terminam essas imagens, o senhor estava a alguns passos de fazer sua investida:



(Deu alguns problemas com a postagem do vídeo. Por via das dúvidas, quem não conseguiu olhar ele aqui no blog, aí vai o link direto: http://www.youtube.com/watch?v=FXrt6YkKbFo


EPÍLOGO:

Nunca tinha ido a um show de Ney Matogrosso. Um contato com um repertório rico em diversas influências. E um espetáculo com mil artes. E pelos grupos musicais, uma mistura de gerações. É fantástico poder ouvir um artista com mais de três décadas de carreira interpretar canções atualíssimas. E deixar como presente uma canção como “Divino e Maravilhoso”, que não pude ouvir ser cantada por Gal Costa no festival de 1968. Cheguei mais de uma década depois. E não vou dizer que eu não fiquei impressionado com a força cênica de Matogrosso, com mais idade que a senhora minha mãe e a de outros colegas. E que não pensei nisso. Na história da vida, da passagem. E de ver um grande artista continuar apostando na sua arte.


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4.15.2008

Dylan encontra Beatles

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Versão animada - e bem-humorada - de um dos encontros mais importantes da história do rock'roll, em 1964, quando os Beatles foram aos Estados Unidos fazer uma série de shows em estádios americanos, no auge da beatlemania.



Reza a lenda que foi Dylan que apresentou a maconha aos fab four, e que, a partir daí, os Beatles passaram a dar importância para outros temas nas letras que não fosse somente o "amor" e todas suas variantes românticas, o que pode ser comprovado no primeiro álbum posterior à este encontro, Rubber Soul, de 1965.

O vídeo faz parte da série "The Meth Minute", dirigida por Dan Meth.

P.S: Avisei que iria postar a continuação do texto do Ben-Hur hoje. Devido a uns atrasos na edição, adiei a postagem para amanhã.
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4.11.2008

Inclassificáveis, Ney Matogrosso (1)

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Quando falei ao Ben-Hur Demeneck, amigo meu e colega do Mestrado em Jornalismo aqui da UFSC, que iria ter show do Ney Matogrosso no CIC (Centro Integrado de Cultura), aqui em Florianópolis, ele me disse que não perderia por nada o show. Confessei que não era o maior fã do ex-vocalista do Secos & Molhados; disse que a sua bixisse exagerada as vezes me incomodava e, assim sendo, só iria no show se fosse barato.

E não era barato. Mas o Ben-Hur resolveu ir no show, na última terça-feira à noite. Meio de brincadeira, falei que ele poderia escrever uma resenhazinha do show para colocar no blog, que anda devendo em matéria de resenhas de shows. O resultado foi que ele fez muito mais que uma "resenhazinha", um texto tão bom que me fez esquecer certos preconceitos com o Ney Matogrosso e até me deixar com um pouco de arrependimento por não ter pagado R$60,00 - meia entrada- para ver o espetáculo.

O texto, as fotos e o vídeo vocês podem ver aqui abaixo. Como o Ben-Hur caprichou também no tamanho do texto, preferi dividí-lo em duas partes, que serão publicadas um dia depois do outro. A primeira é essa aqui abaixo:





INCLASSIFICÁVEIS

AS CANÇÕES DE NEY MATOGROSSO - PARTE 1


por Ben-Hur Demeneck


O bilheteiro não estava num bom dia e já deixou claro:
_ Dia sete, do anúncio. Está esgotado!
Sequer o out-door de fora do CIC anunciava o espetáculo de Ney Matogrosso, e todos já souberam antes de mim. Era tarde de quarta-feira, cinco dias antes. Na edição daquele dia do Diário Catarinense, circulava uma reportagem do show “Inclassificáveis”. Em razão de tanta procura, veio a informação mais importante do dia:
_ Mas vai ter uma sessão extra, na terça. Sabe como é, muita gente procurando, não é?
Sei. E me veja um ingresso. O melhor lugar da sessão extra ainda foi na penúltima fileira do balcão principal. Logo depois da porta de entrada do auditório, à esquerda uns cinco passos. Não fosse a teleobjetiva da câmera, todas as imagens a seguir seriam apenas a de um palco enorme com uma surpreendente figura sob os holofotes:



A promessa do repertório incluía canções pop. Ney Matogrosso, autor tão versátil em estilos, pegara o gênero para fazer sua arte. O que se viu nos seguintes 90 minutos, sem direito a intervalo e orientações do técnico foi a sua conhecida presença de palco e detalhes e detalhes e detalhes. Figurino, cenografia, maquiagem, iluminação pedindo para receber a qualificação de impecáveis. Ali, não tem como sair sem perguntar “quem é que fez a direção?”. Essa complexidade toda não esconde o principal, a música. E a interpretação cênica e dançarina de Matogrosso.No balcão superior observavam atentas ao show, senhoras e casais que o ouviram quando ele surgiu com o grupo Secos e Molhados (em 1973). E elas então pensavam tanta coisa, naqueles 1970. Onde o músico se dava o direito de perguntar à ouvinte grávida de filho homem, se o seu filho ia combater quando crescesse. Agora, na platéia, o espaço também era ocupado por outras gerações. Jovens de 20 anos aguardavam ouvir ao vivo “Veja bem meu bem”, de Marcelo Camelo. Que ouviram pelos Los Hermanos. E queriam ouvir um Cazuza esclarecendo a quem duvidasse – “O tempo não pára”.


Em destaque no palco está um sofá vermelho. Sobre ele tecidos finos, coloridos. Dando uma canseira de olhar para ele, uma preguiça enorme. E de repente a sua cor trazia outros sentidos e a provocação de Matogrosso ao público. E o móvel servia para receber as roupas trocadas e para jogar malícia diante de olhos que não piscavam. Como nas esticadas sobre o estofado, enquanto epetia malemolente o refrão de “Mente, mente”, de Robinson Borba.

E me aperte furiosamente
Mente, mente, mente, mente
E me deixe alto, alto, alto...
Daí eu te prometo
Prometo sim
Te deixar
Mole, mole, mole...


“Inclassificáveis” faz um retorno de Ney Matogrosso aos palcos junto a uma banda de rock. O que não acontecia há 34 anos. Junto ao grupo, fazendo a direção musical e tocando piano e teclado, está um contemporâneo, Emilio Carrera. E no mesmo sofá, o cantor convida os músicos para sentaram com ele. Emilio, não, ele se mantém acomodado na banqueta de tecladista. E não caberiam todos. A banda completa é formada por Carlinhos Noronha (baixo), Júnior Meirelles (guitarra e violão), Sérgio Machado (bateria), DJ Tubarão (percussão e pick-up) e Felipe Roseno (percussão).



A imagem acima me lembrou muito a foto do disco do RPM (Rádio Pirata, 1986). Show que recebeu a direção de Ney Matogrosso. Tinha cinco anos e ficava sabendo o que queria dizer que “na China bebem Coca-Cola”. Me recordo daquele tempo via aquela imagem da capa. A música dispenso. Agora, Matogrosso entrou na jogada RPM, ao dirigir o espetáculo. E bem, questões musicais à parte, a banda aprendeu bem usar da estética com um mestre.
Com esses triângulos vermelhos e as riscas verticais do cenário, voltamos a 2008, quando o o espetáculo tem um ponto de virada. Com “Cavaleiro de Aruanda” há uma transição de canções românticas para um outro bloco temático. E o peso do batuque de candomblé dá o tom da mudança. O ritmo cênico também fica intenso. A letra incorpora palavras desse mundo de símbolos. O cantor está ornado de colares afro e tranças pendem da cintura. As roupas de antes pertencem a outro ciclo musical, que o sofá recorda com o repouso do figurino dourado. O principal de toda a noite.


Nesse ponto médio do espetáculo, eu enfim consegui fazer a ligação com as músicas. Até então eu não parecia estar envolvido com as interpretações. Ainda que tudo o que Ney fosse apresentar já estivesse exposto. A impressão era que ele a platéia se encontraram finalmente. E os observadores deixaram a passividade para reagir reagir em parceria com o artista. Enquanto havia essa modulação de comportamento, deu para divagar a respeito de uma dualidade no cantor. Reconheci por trás daquela figura solar a de um homem tímido. Dois gêneros distintos coabitando o mesmo corpo.

Não trocou palavras faladas com o público. Os músicos foram apresentados no início por uma voz em off. Não se disse boa noite de chegada. Não se disse boa noite de despedida. Mas foi à platéia, passou por diante dela. Estava ali uma personalidade organizada, operística. Sem espaço para o que não fosse estritamente artístico. Uma fragilidade estaria talvez na banda de apoio, que era composta de grandes músicos. Mas embora bons tecnicamente, como de se esperar, ficaram longe de disputar brilho com Matogrosso. E o desequilíbrio chegou a incomodar. A cena em que sentaram juntos no sofá sinalizou uma proximidade. Um momento de parceria. Porém, ainda assim não se ultrapassou as barreira para uma visibilidade. E diria até, para uma sintonia.

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Amanhã, a parte dois do texto.


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4.10.2008

Pérolas Videoclípticas (13): Sui Generis, Confesiones de Invierno

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O Sui Generis, como ameacei falar neste post aqui, é uma das grandes bandas do rock argentino. Foi de lá que saiu Charly García, até hoje uma das figuras mais importantes e atuantes daquela cena.

O vídeo abaixo mostra a música "Confesiones de Invierno" tocada no Luna Park, em 1975 - além de ser uma das melhores músicas que eu já escutei da banda, "Confesiones" é o nome do segundo disco, de 1973.


Esta versão é tocada à capela somente por Charly - o outro integrante original do Sui Generis é Nito Mestre - numa interpretação pra lá de histórica no rock da Argentina. Mas não tenho como falar mais desta música sem mostrar a letra dela, uma das mais sinceras crônicas existenciais que eu já escutei em espanhol:


"Me echó de su cuarto gritándome
No tienes profesión
Tuve que enfrentarme a mi condición

En invierno no hay sol

Y aunque digan que va a ser muy fácil
Es muy duro poder mejorar
Hace frío y me falta un abrigo
Y me pesa el hambre de esperar

¿Quién me dará algo para fumar
O casa en que vivir?
Sé que entre las calles debés estar
Pero no sé partir

Y la radio nos confunde a todo
Sin dinero la pasaré mal

Si se comen mi carne los lobos
No podré robarles la mitad

Dios es empleado en un mostrador
Da para recibir
¿Quién me dará un crédito, mi Señor?
Sólo sé sonreír

Y tal vez esperé demasiado
Quisiera que estuvieras aquí

Cerrarán las puertas de este infierno
Y es posible que me quiera ir

Conseguí licor y me emborraché
En el baño de un bar
Fui a dar a la calle de un puntapié

Y me sentí muy mal

Y si bien yo nunca había bebido

En la cárcel tuve que acabar

La fianza la pagó un amigo
Las heridas son del oficial


Hace cuatro años que estoy aquí
Y no quiero salir
Ya no paso frío y soy feliz
Mi cuarto da al jardín

Y aunque a veces me acuerdo de ella

Dibujé su cara en la pared
Solamente muero los domingos
Y los lunes ya me siento bien "

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Aguardem, em breve um post especial sobre o Sui Generis.

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4.09.2008

Mais vendidos nos EUA

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O rei do mercado fonográfico americano, Garth Brooks

A Nielsen Soundscan, empresa norte-americana que registra número de discos vendidos nos EUA desde 1991, divulgou a lista de artistas com maiores vendagens no país.
Confira abaixo:

01. GARTH BROOKS: 67,774,000 de cópias
02. THE BEATLES: 56,110,000 de cópias
03. MARIAH CAREY: 50,004,000 de cópias
04. CELINE DION: 49,951,000 de cópias
05. METALLICA: 48,867,000 de cópias
06. GEORGE STRAIT: 39,403,000 de cópias
07. TIM MCGRAW: 36,657,000 de cópias
08. ALAN JACKSON: 35,654,000 de cópias
09. PINK FLOYD: 34,665,000 de cópias
10. SHANIA TWAIN: 33,591,000 de cópias

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Surpreendente, não?

Auditorias desses tipos são questionáveis, principalmente quando não expõe, de maneira detalhada, os métodos que se utilizam para chegar aos seus dados. Mas não é o caso da Soundscan, que parece ser uma das mais respeitadas empresas americanas desse tipo.

Os números põe o country como, disparado, o ritmo que mais vende discos nos Eua; Garth Brooks, George Strait (?),Tim McGraw (??), Alan Jackson e Shania Twain - respectivamente 1º, 6º, 7º, 8º e 10º - são artistas ligados ao estilo country, embora também flertem com outros estilos como rock e o pop.

Agora, vale ressaltar que quem mais compra discos hoje - e de pelos menos uns 5,6 anos pra cá - é notadamente o público mais velho, na faixa etária dos 30 anos para cima. Então a pesquisa é reveladora em mostrar o que essa parcela da população americana, que ainda compra discos, escuta. Nada além disso.
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4.08.2008

TV-Blog

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O Pitchfork, um dos principais blogs (ou seria site?) de música/crítica musical do planeta, lançou na madrugada do dia 6 de abril um canal de televisão na rede: o Pitchfork Tv.

A programação ainda é simples: basicamente, shows ao vivo e clipes, mas a qualidade de áudio e de imagem é muito boa. Outro detalhe: não demora tanto quanto o Youtube para carregar os vídeos.

A estréia foi com uma apresentação ao vivo do Radiohead tocando "Bangers & Mash" no porão da casa do produtor da banda, Nigel Godrich (imagem que abre esse post).

Dá para ver esse vídeo aqui. Repare na qualidade das imagens, já um diferencial do Pitchfork em relação à outras tvs na rede.

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Hoje é a vez da estréia da Videogum, a “TV online” do Stereogum, também um blog de música e principal concorrente do Pitchfork.

Será a nova "tendência" da convergência das mídias?
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4.05.2008

Mallu de novo (3)

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Mallu surgiu do nada, abrindo um show para o Vanguart. Passou a hype rapidamente, sendo incensada pela crítica musical do país. Foi chamada - impropriamente, vale dizer - de "Juno brasileira", com direito a matéria da Rolling Stone com making of e tudo.

Então a Globo a descobriu. Apareceu no Altas Horas, nitidamente nervosa com toda a badalação em torno dela.

Eis que, na última segunda-feira, aparece Mallu no programa do Jô. Muito mais a vontade, com muito mais espaço e tempo do que antes, o que só comprova quão rápido pode ser um hype nesses tempos.

Olha só como o Jô apresenta a moça:


E olha ela tocando, não tão a vontade, no fim do programa:


Qual serão os próximos passos de Mallu na prodigiosa cena musical brasileira?
Acompanhe os próximos capítulos aqui.

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4.03.2008

Rss

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Instalei uma ferramenta de RSS aqui no blog.

Funciona da seguinte forma: você clica no texto Assine o blog via RSS, acima à direita neste blog. Vai aparecer uma outra janela, onde vai ser pedido para você escolher qual agregador você quer que o cenabeatnik seja adicionado.

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O mais popular dos agregadores online talvez seja o Google Reader. Ele é particularmente útil para quem acompanha muitos sites e/ou blogs; em vez de ficar entrando na página de cada um, basta entrar no Reader e ver as novas atualizações de cada um dos blogs/sites assinados. Dá também para dividir os conteúdos por pastas; uma pasta para blogs de música, outros para sites de jornais do assunto, outro para blogs de amigos, etc. É uma boa ferramenta para se manter atualizado pelo seus sites/blogs preferidos.

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4.02.2008

Quiz (2)

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A Rolling Stone americana lançou uma continuação do Almost-Impossible Rock & Roll Quiz, lançado em meados do ano passado e tema deste post aqui no blog.

As perguntas são tão difíceis quanto as do outro; vão desde detalhezinhos de músicas como "Qual palavra aparece 66 vezes na música 'D'yer Mak'er', do Led Zeppelin (dica: a resposta é um pronome) até "Qual é a música mais longa do álbum 'Bitches' Brew', de Miles Davis (dica: o nome do álbum é uma boa pista)

Para jogar, clique aqui.

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