10.29.2007

Listas & mais listas: Os 100 maiores discos da música brasileira

.

Como já se percebe faz tempo, este blog gosta de listas, assim como o cara da esquerda na foto acima, do filme High Fidelity, baseado no livro homônimo do Nick Hornby.

Não que elas tenham lá grande valor como uma avaliação definitiva. Listas de melhores discos, melhores capas ou mesmo de discos mais influentes estarão sempre sujeitas a idiossincrasias de quem votou - jornalistas musicais, produtores e artistas em sua maioria - e em arte, como em tudo o mais, o gosto pessoal nada determinado por critérios estritamente objetivos fala mais alto na hora de se julgar qualquer coisa.

Em suma, como diz aquele velho ditado que não vou reproduzir por inteiro porque todos conhecem, "gosto é que nem..."

Mas, ainda assim, existem listas e listas.

Reproduzi aqui a lista dos melhores discos do século XX, em eleição produzida pela Rolling Stone americana, porque, ao menos, foi uma lista em que muita gente que entende de música votou - e se se é pra estar submetido a idiossincrasias de quem vota, que pelo menos seja a de gente que realmente entende de música.

Pois bem. Desta vez, vou reproduzir aqui a lista dos 100 maiores discos da música brasileira, em eleição também produzida pela Rolling Stone, desta vez pela edição brasileira. Votaram jornalistas, produtores musicais e artistas nacionais, gente que, a priori, entende bastante de música.

Se não é a melhor lista - como de resto nunca vai ser - ela é bastante coerente, nem que seja como um reflexo da época em que vivemos.

Assim como da outra vez, vou destrinchar os 10 primeiros discos em posts separados - se houver interesse, destrincho até os 50 maiores.

Como da outra vez, é uma lista que vai servir para, pelo menos, fazer com que conheçamos mais cada disco - o que sempre vale a pena.

Quem quiser conferir a lista in natura, compre a edição nº13 da Rolling Stone Brasil, aquela que tem o Faustão na capa. Aqui dá pra conferir uma parte do texto que está na revista.

Como são muitos discos, nesse post vou colocar apenas os 10 melhores, com suas respectivas capas. No próximo coloco até o 50, e, por fim, até 0 100.

Divirtam-se.

1) Acabou Chorare, Novos Baianos (1972)




2) Tropicália ou Panis et Circensis, vários; (1968)


3) Construção, Chico Buarque (1971)


4) Chega de Saudade, João Gilberto (1959)



5) Secos e Molhados, Secos e Molhados (1973)



6) A Tábua de Esmeralda, Jorge Ben (1972)



7) Clube da Esquina, Milton Nascimento & Lô Borges (1972)



8) Cartola, Cartola (1976)



9) Os Mutantes, Os Mutantes (1968)



10) Transa, Caetano Veloso (1972)

**

..


10.26.2007

Jazz (1)

.



A comunidade da Bizz no Orkut lançou um tópico pra lá de interessante: "Ensine a comunidade a gostar de..."

Como muitas das figuras que lá frequentam são profundamente entendidos de músicas, saíram ótimas coletâneas de vários estilos musicais.

A que mais me agradou, por enquanto, foi a de Jazz, bolada pelo Ruy Goiaba, jornalista da Folha e dono do ótimo blog puraoiaba.

Vou disponibilizar o primeiro cd da coletânea de Jazz do senhor Goiaba, com a relação das músicas, de quem toca e de onde a música foi tirada. A coletânea inteira é em 6 Cds, e está organizada em ordem "quase" cronológica. Ese primeiro cd tem mais das primeiras fases do jazz, anos 20,30, 40.

Link: http://www.mediafire.com/?em4eec7mxry

Ficha técnica:

1. Louis Armstrong and His Hot Five - West End Blues (Clarence Williams/ King Oliver) 3:18
(1928/“The Complete Hot Five and Hot Seven Recordings”)

Armstrong e seu trompete

2. Benny Goodman – Sing, Sing, Sing! (Louis Prima) 8:39
(1937/“Sing, Sing, Sing!”)

3. Count Basie – Jumpin' at the Woodside (Count Basie) 3:08
(1938/“The Complete Decca Recordings”)

4. Duke Ellington – Take the 'A' Train (Billy Strayhorn) 4:21
(1956/“Ellington at Newport”)

O "standards" hitmaker Ellington

5. Django Reinhardt – After You've Gone (Henry Creamer/ Turner Layton) 2:58
(1949/“Djangology”)

6. Coleman Hawkins – Body and Soul (Johnny Green/ Edward Heyman/ Robert Sour/ Frank Eyton) 3:00
(1939/“Body and Soul”)

7. Lester Young – I Can't Get Started (Vernon Duke/ Ira Gershwin) 3:39
(1952/“Lester Young with the Oscar Peterson Trio”)

O malabarista Lester

8. Charlie Parker – Ko Ko (Charlie Parker) 2:54
(1945/“Yardbird Suite – The Ultimate Charlie Parker Collection”)

9. Dizzy Gillespie – Manteca (Dizzy Gillespie/ Gil Fuller/ Chano Pozo) 3:06
(1947/“Greatest Hits”)

10. Thelonious Monk – 'Round Midnight (Thelonious Monk/ Cootie Williams/ Bernie Hanighen) 3:51
(1968/“The Columbia Years – '62-'68”)

11. Bud Powell – Un Poco Loco (Bud Powell) 4:42
(1951/“The Amazing Bud Powell, Volume 1”)

12. Miles Davis – Boplicity (Cleo Henry, pseudônimo de Gil Evans) 3:01
(1949/“Birth of the Cool”)



..

10.23.2007

Post romântico (1)

.

Ando deveras romântico ultimamente, e de alguma forma isso iria respingar no blog.

**

Uma das cenas mais bonitas que vi no cinema é, também ou obviamente, uma das mais românticas que conheço. Pertence a nobre estirpe daquelas em que o romantismo está sutilmente colocado; ou melhor, sugestionado. Quem seguir as indicações dadas, verá que é no detalhe de uma troca de olhares - ou, no caso específico, de um desvio de olhares - que o romantismo deixa de existir somente na tela para adentrar em nossas memórias e quase de imediato acionar aquela imagem esquecida que, agora lembrada, nos toca tão profundamente que entramos num daqueles raros momentos de epifania amorosa que nunca nos cansaremos de querer repetir.

A cena em questão é uma do "Antes do Amanhecer", filme de 1995 dirigido por Richard Linklater, e a música que a emoldura magnificamente na (minha) galeria de grandes cenas do cinema é "Come Here", de Kath Bloom, cantora folk americana relativamente desconhecida.






..

10.18.2007

Os melhores releases de todos os tempos (4)

.



Os releases escabrosos estão de volta.
Desta vez, de uma banda de reggae do Ceará, com o sugestivo nome de Faculdade Mental.

Olhem só.

"Tocada pelos fatos reais e pelas idéias q sugerem sentido, tematiza o universo musical na sua maneira. Nas letras das canções se pode perceber a trajetória vivencial q motivou o surgimento de perspectivas e experiências q se conectam com o sentido das palavras,uma rede de relações entre a realidade e a arte, resultando numa soma de realizações nas principais atividades que acompanham o contexto musical.

Em sua formação original se pode apreciar uma mistura criativa
entre os principais intrumentos utilizados no Reggae, dimensionam o som em variadas formas, vocais sugestivos entram em contato com o sentimento que embala as emoções,canções diferentes entre si,que transmitem por si mesmas seu parecer e personalidade,com tons variados e mentalidades diversas."

Mesmo com esse release cheios de "malabarismos prolixos" típico de quem passa o dia inteiro fumando maconha na beira da praia - nada contra, a opção é de cada um - a banda faz um reggae bem interessante até.
Mas há de descontar as letras, que parece não ser o forte da banda.
Dê uma escutada aqui

A banda tem 3 anos de atividade e conta com 7 integrantes - além da guitarra, baixo, bateria, percussão e vocal, destaca-se a presença de um saxofonista na banda, o que a diferencia das formações tradicionais do reggae e, por que não dizer, acrescenta qualidade à música do grupo. São de Fortaleza, Ceará, e tem um disco gravado, em 2007.

..

10.12.2007

Listas & mais listas

.

Que as listas são dos artifícios mais usados quando se fala de música, todo mundo sabe. Elas existem de todos os tipos, para todos os gostos, ainda que a grande maioria não tenham critérios lá muito diferentes do gosto pessoal de quem votou - e talvez seja por aí que elas causam uma curiosidade que as vezes beira a mórbida, tal é a nossa vontade de saber quem diabos é o "roqueiro mais feio da história", ou "qual a capa de disco de metal tem mais referências satânicas", dentre outras coisas do tipo.

Já postei algumas listas aqui, e inclusive aquela que é considerada como uma das mais "respeitadas" no prolífico mercado internacional de listas publicadas em revistas de música - a dos melhores álbuns do século XX, produzida pela Rolling Stone dos Estados Unidos.

Pois bem. Chegou a vez da "As 50 melhores capas de disco da história", lista produzida pelo site especializado em música Gigwise. A lista foi amplamente veículada na mídia brasileira - foi inclusive pauta de uma reportagem e de uma enquete (!) do Jornal da Globo no início deste mês.

Vejamos as 10 mais, com os comentários do site que fica mais legal:

1. Nevermind, Nirvana (1991)


Comentário do site:
"A stunningly original idea and an undoubted classic. The swimming baby chasing the American dollar was a defining image of the nineties and summed up the endless rat race of contemporary society perfectly – an innocent baby corrupted by money."


2. Uriah Heep, Very Eavy Very Umble (1970)


"The album cover that single-handedly taught young children in the early seventies not to rifle through their Dad's record collection. So scary, they issued an alternative cover in the United States. The wimps."



3. Never Mind the Bollocks, Sex Pistols (1977)


"Never Mind the Bollocks - The first and only Sex Pistols album features as front cover and album title as vitriolic and garish as the songs contained within and on its release resulted in Richard Branson and a Nottingham Record shop owner being prosecuted under the Indecent Displays Act after it was put in the shop window"



4.London Calling, The Clash (1979)


"London Calling’ - Capturing the iconic moment as Paul Simonon smashes his bass guitar onstage, this remains one of the greatest music photographs of all time even though the photographer Pennie Smith criticised it for being out of focus - she was moving for cover as shards of the bass flew at her when she took it. An image that encapsulates pure punk spirit from the band that probably defined it the most. "


5- Is this it, Strokes (2001)


"Is This It’ – The album that has probably defined indie music since the turn of the millennium more than any other sports a cover of simple cheekiness. A naked female rear caressed by a leather gloved hand is the perfect allegory for the sleazy tales of sex, drugs and rock & roll the record contains"


6. Lincense to II, Beastie Boys (1986)


"License To III - “Rather than make an album cover that was understated and ‘safe’ for their debut, Beastie Boys went with a clear message of intent. ‘License To III’ featured a Boeing 727, inscribed with the band’s name and the logo, '3MTA3,' which when held to a mirror says, ‘Eat Me".


7. Abbey Road, The Beatles (1969)


"Abbey Road’ The image that created a million pilgrimages and even more bad holiday snaps, the cover to Abbey Road and the album’s title cemented the studio’s legendary status in the hearts and minds of Beatles fans worldwide. The famous photograph also helped fuel rumours that Paul McCartney was dead and has since been paid tribute to by numerous bands including McCartney himself on his live album ‘Paul Is Live"


8. Country House, Roxy Music (1974)


"Country Life’ - Perhaps the band’s most consistent album, the cover to ‘Country Life’ sums up everything that was risqué about Roxy Music. Like the band’s music, the candid cover was designed to test the openness of the record buying public."


9. Houses of the Holy, led Zeppelin (1973)


"Houses of the Holy’ - Best enjoyed when the gatefold vinyl cover is fully spread out, the ambiguous, nymph-like crawling children, the orange Mars-esque glow and the scene of Giants Causeway in Northern Ireland combine to mark a strikingly original work"


10. Velvet Undeground & Nico, Velvet Underground & Nico (1967)


"The Velvet Underground & Nico’ ‘The Velvet Underground & Nico’ is often referred to as the ‘Banana Album’ because of Andy Warhol’s fruity creation on its front cover. Early copies came invited the owner to ‘Peel slowly and see’; peeling back the banana skin revealed a flesh-colored banana underneath."


**
A lista completa das 50 melhores capas de disco pode ser vista aqui - basta clicar nos números logo abaixo, que contabilizam os melhores em ordem decrescente.
Aqui tem outra lista que achei- dentre inúmeras outras que devem existir - para fazer uma comparação.

..


10.08.2007

Arte - Rock

.

O blog "Galaxy Of Emptiness" vem, de algum tempo - junho de 2006, para ser exato - fazendo uma série de posts intitulado "Quando a Arte vira Rock".

Funciona da seguinte forma: junte uma foto de algum artista do rock e ponha ao lado uma foto de alguma pintura/escultura clássica, no melhor estilo de "Separados no Nascimento".

Olhe abaixo um dos inúmeros exemplos que estão no blog:






























Esses são "Bust of Antoine-Louis Barye" e Brian Wilson, cantor e baixista dos Beach Boys.

Quiserem ver mais dessas associações (e tem muito mais lá), só passarem no Galaxy of Emptiness.

..

10.03.2007

Em se tratando de um blog de música...


... não há como não se falar do Video Music Brasil, a premiação da MTV ocorrida na última quinta-feira. Mesmo que o grande vencedor da noite seja a "banda" NX Zero, que levou para casa os prêmios de "Artista do Ano" e "Hit do ano", pela enfadonha -até no nome - "Razões e Emoções".


MTV ou EMOTV?


Mesmo que a tal "Banda dos Sonhos"- quiçá um eufemismo para Banda dos Piores Pesadelos - seja a mesma do ano passado, com a terrível formação que conta com Pitty no vocal, Champignon (Ex-Charlie Brown Jr e atual Revolucionnários - sim, com dois n-) no baixo, Japinha (CPM 22) na bateria e Fabrício Martinelli (Hateen) na guitarra.

Mesmo que Pitty ainda engane direitinho o público da MTV e fature, sabe-se lá por qual vez, o prêmio de "Clipe do ano", por "Na sua estante".

Mesmo que "público MTV" esteja a cada ano mais se tornando um xingamento brabo, daqueles que ninguém quer ser chamado, haja vista as escolhas na hora da premiação.

**
Mesmo com isso tudo, o VMB ainda conseguiu guardar bons momentos; o primeiro logo no início, com o show de Juliette Lewis & The Licks, banda da atriz americana (foto abaixo) dos excelentes filmes Assassinos por Natureza, Kalifórnia, Cabo do Medo, dentre outros, que provou, sabe se lá se como atriz ou não, que é uma ótima frontwoman.



O segundo, a excelente participação do senador Eduardo Suplicy apresentando o show de Sandy & Júnior ao lado do seu filho, o Supla. O senador disse que estava muito feliz de participar da premiação e, como já é de praxe, não deixou de constranger e fazer rir a platéia, ao cantar trechos de músicas de Sandy & Junior, como "Outono é sempre igual, as folhas caem no final", de "As quatro estações", e o hino juvenil "Vamo pulá!", com direito aos pulinhos - desajeitados como sempre, em se tratando do querido Suplicy - sugeridos pela música.

O terceiro momento foi a participação de João Gordo, que ficava num palco ao lado recebendo os convidados que acabavam de apresentar algum prêmio no palco principal. Gordo foi (e é) sincero; quando recebeu Bárbara Paz, que recentemente posou para a Playboy, ele questionou a platéia se alguém tinha "socado uma bronha" (palavras dele) com a revista dela. Bárbara, muito recatada, pediu respeito, ao que João tascou: "Ué, tu posa pelada e não quer que ninguém soque uma bronha?". Sem jeito, ela finalizou "Quero sim, várias".

Por fim, o quarto bom momento da noite: a premiação da categoria "Web hit" - ponto para a MTV por ter criado essa categoria. O vencedor foi o já clássico "Vai tomar no cú", cantada pela atriz Cris Nicolotti, da peça "Se piorar estraga" - esse clipe logo abaixo.

Como em nenhum outro momento na noite, foi o momento onde todos puderam cantar uma música sem ficar com vergonha.

..