6.26.2007

O tal do Teatro Mágico

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Pode se dizer, até com uma certa segurança, que o mais novo "fenômeno" musical do país se chama Teatro Mágico. Liderado por Fernando Anitelli (o palhaço do vídeo abaixo), 32 anos, vocal e violão, o Teatro Mágico é um coletivo de mais de 20 pessoas que, como diz o release de apresentação do grupo, " reúne, a partir da música, elementos do circo, do teatro e da poesia".
São músicos que tiveram de fazer teatro, atores que tiveram de aprender música. Misturam estripulias típicas do circo com a linguagem dos clows; compõe letras que falam de um universo hippie-lúdico, algumas vezes com um certo "alto-astral" que descamba para o "auto-ajuda", e músicas que trafegam livremente entre um pop-rock despretensioso e uma MPB levada no violão.

Fazem shows concorridos em lugares cada vez menos undergrounds. Tem um séquito de fãs que, pelo menos no aspecto "messianismo" e na quantidade de estudantes universitários envolvidos, rivalizam com o recém-finado Los Hermanos.
"A platéia faz ciranda, senta no chão, vão vestidos de palhaços, alguns trazem seus violões. Vai senhor, senhora, criança, jovem, punk, gente do hip-hop" disse o líder Fernando à Rollling Stone Brasil.


Quer uma amostra dos shows? Olha aqui abaixo então.




Existem muitos outros vídeos de shows do Teatro Mágico no Youtube, o que também é uma amostra da popularidade da banda, principlamente entre o público - universitário, em sua maioria - que visita o You Tube frequentemente.


O Teatro Mágico gravou o primeiro disco, Entrada para raros, em 2003. Lançaram sem gravadora, oferecendo em shows a R$ 5,00. Venderam até agora 40 mil cópias, um número expressivo até mesmo para uma grande gravadora.
Mas a banda apóia a "pirataria inteligente": instigam os compradores a copiarem o CD para os amigos, disponibilizam para download no site.

O segundo disco, Segundo Ato, irá ser lançado no segundo semestre. Segundo a mesma Rolling Stone, haverá ainda um terceiro CD antes que Fernando, o rei da trupe, mergulhe no universo infantil-cabeça e encerre a banda.


Aproveite para escutar, então. Caso goste, poste um comentário aqui.

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6.22.2007

Pergunte ao Paul

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O eterno beatle Paul McCartney criou uma ferramenta pra lá de interessante no site para divulgar o novo disco, Memory Almost Full: "You tell me".

Funciona assim: você diz o seu nome, de onde é, ganha um alô de Paul, e então pode fazer qualquer pergunta para ele que o mesmo responderá em um vídeo.
Sensacional.

Logicamente que ele não responde tudo sobre tudo; perguntado sobre Heather Mills (sua ex-esposa), ou Ringo Starr, Paul responde apenas "Não sei do que você está falando" ou "Não entendi sua pergunta". Mas sobre memórias de seus tempos de Beatles e assuntos relacionados ao novo disco, ele dá respostas completas. O único problema é que o site ainda está meio lento, mas ainda assim dá para se divertir.

O sistema é semelhante ao do Subservient Chicken, campanha online do Burger King que fez sucesso em 2004 na qual um frango obedecia às ordens do internauta.

Para fazer a sua pergunta, entre aqui.


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Para baixar o novo álbum do Paul, o da capa acima, clique aqui.


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6.21.2007

Pérolas Videoclípticas (3): Pachelbel Rant

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Bueno, bastante gente já conhece esse vídeo abaixo, notadamente quem toca algum instrumento.

Mas para quem não conhece, um resuminho: um comediante americano, de nome Rob Paravonian (aqui o blog do cara), reclama de como é chato tocar a música Pachelbel's Canon in D no violoncelo. Pachelbel's é uma daquelas músicas que todo estudante de música erudita já tocou na vida.

Pois bem. Rob, com um violão e diante da platéia de Penn State, nos Estados Unidos, vai tocando os acordes da dita cuja no violão e mostrando para a platéia de como esses acordes são a base de uma centena de músicas pop, de Green Day a Aerosmith, como se a sequência de acordes de Pachelbel fosse uma praga que saiu da música erudita e atingiu todas as áreas musicais.

Bom, o vídeo é muito melhor - e engraçado - do que o meu resumo. Olhe aqui abaixo:




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6.18.2007

Setentão


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Sempre custei a entender as comparações feitas do White Stripes com o Led Zeppelin. Diziam que a proximidade se dava um tanto pela voz de Jack White, outro tanto pelo pé fincado no blues que as duas bandas faziam questão de deixar bem claro nas pegadas das guitarras - o Led, como monstro sagrado do rock setentista, foi muito além dessa influência; o White Stripes, como uma das principais bandas do novíssimo século, ainda não teve tempo, mas caminha a passos largos para isso.

Pois bem. Esses dois pontos eram, pra mim, insuficiente para dizer que o "White Stripes soa como um Led Zeppelin mais crú", como se ouvia falar. Mas aí, por curiosidade, resolvi baixar o novo álbum do Stripes, "Icky Thump", que ainda nem foi "lançado oficialmente" e já caiu na rede.

Minha primeira impressão do disco, a começar pela faixa título, é que a comparação tem sua razão de ser. A voz de Jack soa parecida com a de Robert Plant, principalmente nas partes gritadas; o timbre da guitarra soa parecido com o de Jimmy Page - até o riff da faixa título lembra os clássicos mais pesados do Zeppelin, como dá pra se escutar e ver no clipe abaixo:



Nota-se no disco um cheiro de velharia setentista, que tanto pode remeter ao peso do Black Sabbath, ou às esquisites (no bom sentido) do Pink Floyd, vide o tecladinho estranho que aparece no meio de "Icky Thump". Caíria no clichê em dizer que todo o disco soa (e parece, vide a imagem da capa, que abre esse post) retrô.
Mas não há como não cair no clichê: ele é retrô.

Radicalmente diferente do anterior, Get Behind me Satan, de 2005, onde não se ouvia guitarra, aqui ela predomina em todas as faixas, seja pesadíssima como na faixa título, seja acústica como em "Prickly Thorn, Sweetly Worn", puxada para o blues em "00 MPH Torrential Outpour Blues", ou até mesmo com trechos lembrando o heavy metal em "Little Cream Soda".

Como um disco do Led Zeppelin, em meio a maioria de faixas pesadas, há as baladas acústicas etéreas e os temas mais puxados para o blues tradicional. Como o White Stripes de sempre, há também as faixas mais pop (vide "You Don't Know What Love Is") e a "tosquice", que permeia todas as faixas e que só uma banda como White Stripes, com apenas duas pessoas, consegue usar como trunfo.


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Enfim, tire suas próprias conclusões baixando o disco aqui.
Como nem tudo é perfeito, algumas faixas (as últimas) são tiradas de rádio, então a qualidade não é das melhores.

Veja o tracklist:

1. Icky Thump
2. You Don't Know What Love Is
3. 300 MPH Torrential Outpour Blues
4. Conquest
5. Bone Broke
6. Prickly Thorn, But Sweetly Worn
7. St. Andrew (This Battle Is in the Air)
8. Little Cream Soda
9. Rag and Bone
10. I'm Slowly Turning Into You
11. A Martyr for My Love for You
12. Catch Hell Blues
13. Effect and Cause


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6.12.2007

Adios Los Hermanos? - Parte 2

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As especulações sobre o fim do Los Hermanos, talvez a banda brasileira mais relevante dos anos 00, continuam. Depois de anunciarem um "recesso", agora pipocam notícias sobre atividades solo de cada um dos integrantes, algumas delas no mínimo "estranhas".

Por exemplo. Marcelo Camelo, vocalista e principal compositor da banda (em número de canções), participou das gravações do Acústico MTV Sandy e Junior, nos dias 5 e 6 de junho. Segundo notícia do portal G1, da Globo, Camelo não só participou de “Quatro Estações” no “Acústico MTV”da dupla como também deu uma canja na última quarta durante um show do Soul Funk, banda paralela de Junior, em São Paulo.

Terminamos a gravação do ‘Acústico’ e eu fui direto encontrar o grupo”, contou Junior.“Tocamos sem parar até as 3h40”, acrescentou, empolgado, garantindo que vai sentir a falta de Sandy quando a turnê acabar. "Somos como irmãos gêmeos."

Enquanto isso, a Revista Bizz informa que o baterista Rodrigo Barba anunciou uma turnê pelo nordeste comandando as baquetas do Jason, histórico grupo de hardcore carioca.
A turnê acontecerá em agosto, e terá na equipe de apoio o mesmo empresário das viagens do Los Hermanos, Alex Werner.

Rodrigo Amarante continua tocando com a bem-sucedida Orquestra Imperial, depois de participar nos discos mais recentes do grande guitarrista brasileiro Lanny Gordin (com a bela "Evaporar", entre as melhores do CD) e também no novo de Erasmo Carlos, Erasmo Carlos convida Volume II. Nesta última, Amarante divide a partipação com os outros Los Hermanos na música "Sábado Morto", descrita por Pedro Só na resenha do disco na Revista Bizz 214 como "uma das melhores gravações do ano - a balada mergulha no dark side do romantismo e soa moderna dentro de estética retrô".
Embora toda a banda participe, é Amarante quem divide os vocais com Erasmo.
Especula-se ainda que Amarante esteja preparando um disco solo para breve.


E o tecladista Bruno Medina, o porta-voz oficial da banda?
Bem, o Medina... ganhou essa comunidade no Orkut de presente :)


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6.09.2007

Dia dos namorados latino

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Nesta próxima terça-feira, dia dos namorados, vai ocorrer um show inusitado e, por isso mesmo, bastante interessante no Theatro Treze de Maio, em Santa Maria: o espetáculo "Te Ofrezco mi corazón!".

O professor de música da UFSM (e uruguaio), Daniel Morales, acompanhado dos músicos Teko Menezes (Violão e baixo), Bira Costa (percussão), Rafael Bisogno (bateria), Silvio da Costa (acordeon cromático) e dos vocalistas Daniela Morales, Hélio Augusto e Teiva Schttert, vai passear pelos gêneros musicais da América Latina, dando ênfase as canções românticas dos muitos estilos musicais presentes por aqui, como o tango, a milonga, o bolero, o samba, o chamamé (ritmo do norte argentino) e o zamba (não conhece? entra aqui, entonces).

Dê uma olhada no repertório:

Yo vengo a ofrecer mi corazón – (Fito Páez)

Cosas de la Banda – (Daniel Morales)

Encontros e Despedidas – (Nascimento / Brandt)

La Cumparsita – (Matos Rodrigues)

Por uma cabeza – (Gardel – Le Pera)

La Puñalada – (Pintín Castellanos)

Nocturna - (Julián Plaza)

Kilómetro 11 – (T. Cocomarola)

O bêbado e a equilibrista – (João Bosco – Aldir Blanc)

Aquarela brasileira – (Ary Barroso)

Capullito de Alelí – Rafael Hernández)

Amarraditos – (Durán / Pérez)

María Vá – (Tarragó Ros)

Bibiana do Porto – (Talo Pereyra/ Vaine Darde)

Um vestido y um amor – (Fito Paez)

América Latina – (Zanatta / Alves)

Canción com todos (bem, dá para imaginar que isso não é uma música)


O professor Morales faz um trabalho de pesquisa e divulgação da música latino-americana faz 30 anos, tendo se apresentado por diversas locais por toda a américa.

O show começa às 20h30 de terça-feira, com ingressos a R$ 10,00 para o público geral e R$5,00 para sócios do teatro, estudantes e idosos.


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6.06.2007

"Cena" de Santa Maria & afins

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Fazia tempo que não divulgava festas e shows em Santa Maria - algumas questões me impediam disso. Porém, aí vão os cartazes e as infos de duas coisas que vão acontecer nesta semana:






Festa Rocka Surf

Como o cartaz entrega, Rocka Surf é uma festa temática que ocorre no Macondo Bar onde se toca rockabilly, surf music e Psichobilly, todos estilos rápidos e bastante dançantes.

A novidade desta edição é a presença da banda porto-alegrense MiniBand, bem conhecida no meio underground da capital, mas aqui por Santa Maria uma completa desconhecida.
Dá uma olhada num trecho do release deles:

" A Mini Band! é um trio formado por Samuel (vocal/guitarra), Alê Cereja (bateria/vocal) e Ferry (baixo). Tocam um som auto-intitulado como "psyco surfcore" (é, psyco sem h, sabe-se lá porque...) e, mesmo com pouco tempo de banda, já são uma das formações mais conhecidas do underground da capital gaúcha."

(Não diz muita coisa, mas foi tudo que achei deles. Melhor ir lá para ver como é a banda).


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Rocky Balboa em versão crema

Show da Crema


A segunda atração da semana é a volta da Crema, velha conhecida deste blog (aqui tem uma resenha sobre o primeiro - e até agora único - single da banda).

A novidade agora é que a Crema está com nova formação: sai Cauã na guitarra e entra o Neny Bittencourt, que já tocou na finada Maloca Blue, uma bela banda santa-mariense de rock'roll (alguns podem conhecê-la pelo especial Beatles que eles fizeram no Coyote Bar, quando este ainda ficava na subida da rua Angelo Uglione, perto do antigo Cine Glória).

Segundo Márcio Gomes, vocalista e tecladista da Crema, a saída de Cauã foi "amigável". O guitarrista agora toca com a Sonnets, também velha conhecida de quem visita esse blog.

Na batera, quem assume sexta é o Chibo, que volta a fazer show com a banda depois de um tempo afastado. Completa a formação o baixista e vocalista Anjinho.

Abaixo, vão as imagens (e o som, lógico) da banda tocando "Você Sabe Sim", também no Macondo.


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Abrindo um parêntese-desabafo


Vocês podem se perguntar: mas, afinal, porque tu só divulgas eventos que acontece no Macondo?

Bem, de maneira simples, digo que é pelo fato de que no Macondo acontecem coisas (festas, shows) relavantes pra cultura de Santa Maria, muito mais do que, por exemplo, as festas do Absinto Hall, ou as boates universitárias do Aldeia Bar, para ficar em dois casos. Isso qualquer um pode perceber, não sou apenas eu que digo. E não vem ao caso detalhar o porquê que uma noitada no Absinto não ter tanta importância para a cena cultural da cidade como uma festa temática dum estilo marginalizado do rock'roll.

É uma pena que a dita cultura "mainstream" não se organize com a eficência da chamada cultura "alternativa" em Santa Maria. Esta última, promovendo festas, espetáculos, shows, sem o uso de publicidade massiva ou o apoio institucional de meios de comunicação, acaba não tendo tanto o foco voltado para o lucro, o que faz com que a criatividade e a diversidade de estilos seja a tônica destes eventos. Mas não se explica essa disparidade apenas pela questão do lucro: muitas vezes, é preguiça das casas de shows/festas/teatros já consolidados em buscar criar uma consciência crítica em seus frequentadores.

Nesse cenário, o "circuito alternativo" - sempre entre aspas, porque o alternativo aqui é o que usualmente falamos - forma-se um público com muito mais senso crítico da realidade e conhecedor das autênticas manifestações culturais de seu tempo e habitat. Ele certamente não será o alienado que aceita tudo que uma rádio comercial impõe como padrão musical de referência, para ficar no exemplo da música, ou aquele que compra a idéia de um blockbuster americano como única verdade em matéria de se fazer e ver cinema: será sim aquele que, incentivado a conhecer as diferentes formas e modelos das manifestações artísticas - música, teatro, cinema -, estará mais apto para aprender e crescer em sabedoria com essas manifestações. A partir disso, o que se fará com essa maior consciência, não importa: interessa é ampliar o acesso das pessoas à esse tipo de conhecimento.



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6.04.2007

Novo Disco

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A imagem acima é a da capa novo disco da banda gaúcha Cachorro Grande, "Todos os Tempos", recém-lançado pela gravadora Deckdisc.
Ele já está disponível oficialmente para baixar (mediante pagamento de R$ 1,69 por faixa) aqui.

Mas como esse blog apoia a "pirataria" do bem, aqui há um link para baixar o álbum, "de grátis".

A capa é linda, uma das melhores que eu vi nos últimos tempos.
O disco, ainda não escutei todo.
Mas o primeiro single, "Voce me faz continuar", tem clipe na MTV e no You Tube. Dá uma olhada aqui abaixo.


A banda criou um site para divulgar o álbum: www.todosostempos.com.br
Tem as letras , um faixa-a-faixa comentada, e mais outros detalhes.
Aqui tem também uma matéria mais completa sobre o disco, do portal globo online.

Ao que tudo indica, candidato forte para melhores do ano.
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6.01.2007

Sgt. Peppers 40 anos

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Bueno, 40 anos do melhor disco da história da música pop. Em todos os lugares é o que se houve, da Globonews ao Jornal do Almoço (em uma surpreendente matéria, informativa e de qualidade) , da Contigo ao Saia Justa (do GNT) do Jornal da Globo até este blog, que detalhou o álbum na série os melhores discos do século XX (aqui dá para ver o post).

Uma boa pedida nessa overdose de Sgt. Peppers é o hotsite produzido pela Bizz. Como a capa da edição de junho é sobre o impacto que o álbum teve sobre os artistas daqui, o pessoal da revista resolveu aprofundar o assunto nesse hotsite, que traz curiosidades sobre a capa, as regravações das músicas do disco, dentre outras coisas. Dá para ver isso tudo aqui.

Outra dica: meu colega de profissão, blogosfera e, por vezes, duvidas existencias e leituras interessantes, Augusto Paim, traz em seu blog (o Cabruuum!, que tem link aqui do lado) uma matéria sobre uma história em Quadrinhos do Batman que tem como tema uma investigação sobre a famigerada "morte" de Paul McCartney. Muito interessante a revistinha, que dá para baixar em PDF também.

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